Zema diz que Brics 'é uma colcha de retalhos, um Frankenstein'

Política
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu a saída do Brasil do grupo Brics durante o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República. Segundo Zema, o bloco de países em desenvolvimento é uma "colcha de retalhos", um "Frankenstein".

"Nenhum país original do Brics é da América Latina, sequer da América. Não faz sentido. Além disso, temos um governo do PT que prega democracia, mas se alia a ditaduras e regimes sem liberdade. O Brics está nesse contexto", disse o pré-candidato. "Não é um bloco econômico, não traz benefícios claros. O Brasil precisa se aproximar de países democráticos ocidentais, que têm raízes culturais comuns conosco."

Zema ponderou, no entanto, que não defende o fim das negociações com países como Índia, China ou Rússia, ressaltando que acordos bilaterais continuam sendo possíveis. No entanto, destacou que a prioridade do Brasil deve ser fortalecer os laços com a Europa e a América do Norte, por haver, segundo ele, maior afinidade cultural, democrática e geográfica.

O chefe do Executivo mineiro ainda disse que enxerga três principais desafios para o País: dar o bom exemplo a partir da liderança, combater a "gastança" e enfrentar a criminalidade e a corrupção. Defendeu ainda a necessidade de união, em vez de perseguição a adversários, e recorreu a uma metáfora para ilustrar seu ponto: segundo ele, não adianta marido e mulher brigarem enquanto os filhos ficam sem almoço, sendo necessário que conversem para garantir uma casa organizada e comida na mesa.

A afirmação foi feita em meio ao contexto do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e endossado pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Apesar de afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possui responsabilidade nas sobretaxas, Zema tem dito que Eduardo causou um "problema para a direita" e que "um erro não justifica o outro".

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O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta terça, 19, que as chamadas garantias de segurança para o conflito ucraniano não se materializarão no compromisso da Ucrânia com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), já que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se opõe a isso. Em entrevista à rede de televisão LCI após o encontro de ontem em Washington sobre a guerra, ele disse que seu objetivo continua sendo "dissuadir" os russo por meio de um forte exército ucraniano, capaz de resistir em caso de uma nova invasão.

Questionado se isso ocorreria a ponto de envolver os aliados da Ucrânia em uma guerra contra a Rússia, ele respondeu: "Se a Rússia assumisse a responsabilidade de voltar a provocar nas fronteiras da Europa após um acordo de paz, então haveria uma reação".

"Formalizamos pela primeira vez que estamos iniciando o processo de trabalho sobre garantias de segurança", afirmou Macron. A partir desta terça-feira, "nos reuniremos com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, para atualizar a coalizão dos dispostos", enfatizou. "Depois, começaremos um trabalho concreto com os americanos para ver quem está pronto para fazer o quê", antecipou.

Macron, no entanto, alertou para "uma paz apressada" que "não seria respeitada pela Rússia", mas também para o "reconhecimento de direitos" que significaria "que territórios poderiam ser tomados à força". "A Ucrânia fará as concessões que considerar justas e equitativas", apontou. "Esta paz não pode ser uma capitulação, o que seria trágico para a Ucrânia e para os europeus. Uma potência nuclear se aproximaria de nossas fronteiras e avançaria", afirmou.

Vladimir Putin, que conversou por telefone com Trump durante a cúpula, disse estar pronto para se encontrar com Volodimir Zelenski nas próximas duas semanas. "Decidimos realizar uma reunião bilateral entre os dois presidentes, depois uma reunião trilateral (com Trump) e, por fim, uma reunião multilateral onde os europeus devem estar à mesa", confirmou Macron.

A chefe de Relações Exteriores da União Europeia (UE), Kaja Kallas, afirmou nesta terça-feira, 19, que o próximo pacote de sanções do bloco europeu contra a Rússia deve ficar pronto até setembro. Segundo ela, todos os líderes da UE estão comprometidos "com uma paz duradoura que proteja os interesses vitais de segurança tanto da Ucrânia quanto da Europa".

Em publicação no X, feita após o término da cúpula virtual entre líderes do bloco econômico europeu, um dia após a reunião entre o presidente americano, Donald Trump, e europeus, Kallas ainda mencionou que não se pode confiar que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, "honre qualquer promessa ou compromisso" de cessar-fogo na Ucrânia.

"Portanto, as garantias de segurança devem ser fortes e credíveis o suficiente para impedir que a Rússia se reorganize e ataque novamente. A UE contribuirá para essas garantias de segurança, notadamente por meio do treinamento de soldados ucranianos e do fortalecimento das forças armadas e da indústria de defesa da Ucrânia", acrescentou a chefe de Relações Exteriores da UE.

O bloco, segundo ela, seguirá "mirando na economia de guerra da Rússia. Coloquei esses temas no topo da nossa agenda para discussões na próxima semana entre os ministros de Relações Exteriores e de Defesa da UE".

O primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi, afirmou que a relação do país com a China tem progredido de forma constante desde seu encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, no ano passado. O comentário, publicado no X, aconteceu após o encontro do líder indiano com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.

"As relações Índia-China têm progredido de forma constante, pautadas pelo respeito aos interesses e sensibilidades de cada um", escreveu. "Laços estáveis, previsíveis e construtivos entre a Índia e a China contribuirão significativamente para a paz e a prosperidade regionais e globais", acrescentou.