'ONGs serão questionadas sobre o uso do dinheiro', diz Zambelli

Política
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Eleita presidente da Comissão do Meio Ambiente, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou que a responsabilidade pela alta do desmatamento é das mudanças climáticas, e não do governo presidido por Jair Bolsonaro. Antes de chegar ao comando do colegiado, Zambelli sempre negou o aquecimento global. Aliada do presidente, ela agora quer aproveitar a posição para ajudar o governo a melhorar sua imagem no exterior. "Não acho que qualquer aumento de desmatamento ou de queimada seja culpa do governo. Foi uma circunstância", disse Zambelli ao Estadão/Broadcast.

Criticada por ambientalistas, a deputada é alvo do inquérito das fake news, que tramita no Supremo Tribunal Federal. À frente da comissão, Zambelli avisou que também ouvirá as ONGs sobre o trabalho na Amazônia. "As ONGs serão questionadas sobre como usam o dinheiro", afirmou. Para ela, a imagem de que o governo não liga para o meio ambiente é fruto de "uma narrativa construída pela esquerda".

O desmatamento na Amazônia cresceu 34% de agosto de 2019 a julho de 2020 pelos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Onde o presidente Bolsonaro tem errado na preservação do meio ambiente?

Esse governo recebeu uma herança do governo anterior muito complicada e no mundo todo tivemos uma mudança climática muito grande, em 2019. Tivemos neve onde não existia, incêndio na Califórnia (EUA). Não acho que qualquer aumento de desmatamento ou de queimada seja culpa do governo. Foi uma circunstância. Acho que o governo atuou da melhor maneira possível.

A que a sra. atribui fenômenos climáticos recentes, como o derretimento de geleiras e o avanço do nível do mar?

Prefiro não falar sobre esse assunto agora.

A escolha do seu nome foi criticada pelo fato de a sra. já ter negado o aquecimento global e criticado ONGs, tendo um perfil que não aparenta ligação com o meio ambiente. Como responde?

Tudo na política é uma questão de construção de narrativa. Os conservadores são vistos dessa forma pelos esquerdistas, mas também temos um público que nos enxerga com bastante esperança. O maior índice de queimada ocorreu quando a Marina Silva foi ministra do Meio Ambiente (no governo Lula). Eu rebato crítica com ações.

Como evitar sanções ou retirada do apoio de países da Europa por causa do aumento do desmatamento e agressões ao meio ambiente?

Muito pela comunicação. Se comunicar bem com o exterior e mostrar que estamos em consonância com o combate ao desmatamento ilegal, nos ajuda bastante. Estamos fazendo nosso dever de casa. O Brasil renovou o Acordo de Paris e prometeu a neutralidade do carbono no mesmo ano que a China, em 2060.

As ONGs ambientais já foram alvo de críticas de sua parte e são presença constante nos debates da Comissão de Meio Ambiente. A sra. vai barrar ou reduzir a participação das ONGs?

Não, pelo contrário. Sou crítica das ONGs porque, principalmente os responsáveis pelo trabalho na Amazônia, utilizam o dinheiro para atividade-meio (remuneração de pessoas, comunicação) e muito pouco para atividade-fim, que é o combate ao desmatamento. Então, as ONGs serão, sim, ouvidas e questionadas sobre como usam o dinheiro.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deve ser convocado a ir à comissão para explicar medidas tomadas por sua pasta, como o esvaziamento de conselhos ambientais e o enxugamento do Ibama e do ICMBio?

Ele se colocou à disposição da comissão e deve ser convidado, assim como a ministra Tereza Cristina (da Agricultura). Mas essa comissão não pretende convocar ministro nenhum. Pode ser pautada, eventualmente, mas não acredito que vá ter força para isso.

A sra. pode ajudar a melhorar a imagem que o presidente Bolsonaro e o ministro Salles criaram lá fora, de um governo que não liga para o meio ambiente?

Admito que a imagem foi criada, mas acredito que é resultado de uma narrativa construída pela esquerda e oposição, porque não está de acordo com os fatos. A presidência da comissão é importantíssima para reverter essa narrativa.

Em 2021, o Brasil terá o pior orçamento dos últimos 15 anos para o Ministério do Meio Ambiente. É possível reverter o quadro?

Cabe a nós, com o que temos, buscar o melhor resultado possível. Mas temos esse recurso possível do Acordo de Paris, que devemos atuar e cooperar com o ministério para que possamos receber e usar para o combate do desmatamento. Agora, em um momento de pandemia, é natural que o orçamento de outras áreas diminua para compor melhor a Saúde.

Há 60 projetos prontos para a pauta da comissão e quase outros 30 aguardando relator. Qual será sua prioridade?

Regularização fundiária, ação de controle no combate ao crime e ilegalidade, com foco no desmatamento ilegal e também o meio ambiente urbano. Tanto saneamento, quanto tratamento de água devem ser prioridades.

A sra. possui porte de armas? Desde quando? Como foi para conseguir?

Tenho posse e porte. Sou atiradora há alguns anos. Para conseguir, tive de fazer teste psicológico, antecedentes criminais, prova de tiro, entre outros. Senti a necessidade do porte por conta das ameaças que eu sofro nos últimos anos.

A questão armamentista passa pelo meio ambiente em temas como a morte de ambientalistas por grileiros ou proprietários de terras. Facilitar a obtenção de armas não favorece este tipo de crime?

Dificilmente uma pessoa comete crime com porte legal de arma. Normalmente, é cometido com (porte) ilegal. Temos uma fronteira gigantesca e, infelizmente, nossas forças de segurança não têm condição de fiscalizar. Temos uma entrada muito grande de armas ilegais no País.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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