Briga Nordeste x Sul dita votos convictos de Lula e Bolsonaro

Política
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Mesmo antes de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser considerado novamente elegível, um terço dos brasileiros afirmava que votaria sem dúvida alguma no petista caso ele fosse candidato ao Palácio do Planalto. E um quarto do eleitorado se dizia convicto no apoio à reeleição de Jair Bolsonaro.

Esses contingentes já seriam suficientes para praticamente garantir uma disputa de segundo turno entre Lula e Bolsonaro - se a eleição fosse hoje, claro. Faltam 567 dias para o reencontro com as urnas, tempo hábil para que eventos externos ou novas candidaturas alterem o cenário.

Os dados sobre lulistas e bolsonaristas convictos são um recorte da pesquisa Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) divulgada na semana passada, feita com a mesma metodologia e pela mesma equipe do antigo Ibope Inteligência. O levantamento não é de intenção, mas de potencial de voto. Mais do que projetar resultados, esse tipo de pesquisa serve para mapear o capital político de potenciais candidatos em diferentes segmentos da população, de acordo com renda, escolaridade, religião e domicílio, por exemplo.

Segundo o Ipec, 50% dos entrevistados ouvidos em fevereiro disseram que votariam com certeza ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse novamente à Presidência da República, e 44% afirmaram que não o escolheriam o petista de jeito nenhum. Já o potencial de voto do presidente Bolsonaro foi de 38% e a rejeição, de 56%.

Atrás, no ranking do potencial de voto, estão Sérgio Moro (31%), Luciano Huck (28%), Fernando Haddad (27%), Ciro Gomes (25%), Marina Silva (21%), Luiz Henrique Mandetta (15%), João Doria (15%) e Guilherme Boulos (10%).

Quando se excluem desses resultados os entrevistados que "poderiam votar", mantendo só os que votariam "com certeza", aparece o eleitorado fiel de cada um: 34% para Lula e 25% para Bolsonaro.

O levantamento também mostra que, entre os eleitores convictos dos dois potenciais candidatos, o maior contraste é o regional. Ambos estão bem próximos no Sudeste e no Norte/Centro-Oeste, mas Lula tem uma vantagem de 36 pontos sobre Bolsonaro no Nordeste (55% a 19%). No Sul, é o presidente quem lidera: 32% a 26%.

Renda. No quesito renda, há diferenças significativas nas respostas apresentadas pelos eleitores considerados mais convictos. Praticamente metade do eleitorado mais pobre, com renda de até um salário mínimo, diz que votaria em Lula com certeza - vantagem de 28 pontos (48% a 20%). Nas faixas com vencimentos acima de dois salários mínimos, é Bolsonaro que tem mais eleitores convictos, mas a diferença, neste caso, não passa de sete pontos.

Entre evangélicos, a maior parte diz que votará com certeza em Bolsonaro (39%) - o que não surpreende, já que seu governo é fortemente ligado a esse setor da sociedade. Entre católicos, o mesmo porcentual se define como pró-Lula.

O Ipec também consultou o eleitorado no que diz respeito à raça. No eleitorado que se define como branco, não há grande diferença entre o ex e o atual presidente. Já entre os pretos e pardos, Lula tem 37% e Bolsonaro, 24%.

Quando se divide o eleitorado de acordo com sua escolaridade, o levantamento revela uma vantagem significativa para Lula entre os que estudaram apenas até a antiga quarta série, hoje o primeiro ciclo do Ensino Fundamental. Nesse grupo, Lula soma 47%, e o presidente Bolsonaro tem 24%. Já no segmento com curso superior, o petista também lidera, mas com uma diferença menor: tem 22% de eleitores convictos, e o atual presidente, 19%.

O Ipec ouviu 2.002 eleitores em 148 municípios, de todas as regiões do País, entre os dias 19 e 23 de fevereiro - antes de o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anular as condenações do ex-presidente. A margem de erro é de dois pontos porcentuais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O ministro federal da Informação do Paquistão, Attaullah Tarar, afirmou nesta quarta-feira (horário local), 7, que o país retaliou os recentes ataques da Índia e que três jatos e um drone indiano foram abatidos.

"A Índia realizou ataques covardes contra civis inocentes e mesquitas no Paquistão, desafiando a honra e o orgulho dessa nação. Agora, estejam preparados. Esta nação responsabilizará o inimigo por cada gota de sangue de seus mártires. As Forças Armadas estão dando uma resposta esmagadora, exatamente de acordo com os sentimentos do povo. A nação inteira está unida em orações e solidariedade aos nossos bravos oficiais e soldados", escreveu Tarar na rede X.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou os ataques aéreos da Índia e disse o país "tem todo o direito de dar uma resposta firme" ao "ato de guerra imposto pela Índia".

*Com informações da Associated Press

A Índia anunciou nesta terça-feira, 6, o lançamento de mísseis contra nove alvos no Paquistão e na região da Caxemira após dias de tensões entre os dois países. As autoridades paquistanesas informaram que duas pessoas ficaram feridas e uma criança morreu.

O ataque escala as tensões entre os países vizinhos, que possuem armas nucleares.

As autoridades indianas informaram que os ataques foram direcionados contra "infraestruturas terroristas", em resposta ao ataque no território da Caxemira controlado pela Índia, que deixou 26 turistas hindus mortos no mês passado. O Paquistão prometeu retaliar.

A Índia culpa o Paquistão por apoiar grupos separatistas da Caxemira, uma região que é ocupada por Índia, Paquistão e China. Islamabad nega apoiar esses grupos.

Segundo o Ministério da Defesa da Índia, o ataque não teve nenhuma instalação militar do Paquistão como alvo. "Nossas ações foram focadas, comedidas e de natureza não escalonada", diz um comunicado. "A Índia demonstrou considerável contenção na seleção de alvos e no método de execução."

Os mísseis atingiram locais na Caxemira paquistanesa e na província de Punjab, no leste do país, de acordo com três autoridades de segurança paquistanesas. Um deles atingiu uma mesquita na cidade de Bahawalpur, em Punjab, e matou uma criança, além de deixar dois feridos.

Entenda as tensões atuais

No dia 22 de abril, um grupo armado atacou turistas na cidade de Pahalgam, na parte indiana da região, matando 25 indianos e 1 nepalês. O Paquistão negou envolvimento com o ataque, reivindicado por um grupo terrorista islâmico pouco conhecido chamado Frente de Resistência - que tinha hindus como alvo. A Índia acusa Islamabad de armar e abrigar o grupo. O Ministério da Defesa do Paquistão sugeriu que o ataque foi uma "operação de false flag".

No dia seguinte ao atentado, Nova Délhi expulsou diplomatas, suspendeu vistos e fechou fronteiras terrestres com o Paquistão. Islamabad respondeu suspendendo acordos bilaterais, fechando fronteira e espaço aéreo a companhias indianas, e impondo sanções comerciais.

Desde 24 de abril há registros de trocas diárias de tiros na Caxemira e ambos os exércitos estão em alerta máximo. Apesar dos arsenais nucleares, a tendência é que nenhum lado acione armas atômicas a menos que esteja encurralado. Mas mesmo confrontos convencionais poderiam ser devastadores.

Nos últimos dias, a Índia também suspendeu o Tratado das Águas do Indo, assinado em 1960, que garante o acesso do Paquistão ao rio Indo, responsável por 90% de sua irrigação. Em resposta, Islamabad afirmou que se a Índia reduzir a quantidade de água que lhe é atribuída, isso seria considerado um ato de guerra. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou ter tido uma "conversa muito construtiva" com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após um encontro na Casa Branca nesta terça-feira, 6. Segundo Carney, o diálogo marcou o "começo do fim de um processo de redefinição da relação Canadá-EUA". O dirigente seguiu categórico ao rejeitar qualquer possibilidade de anexação do país ao vizinho.

"Canadá não está e nunca estará à venda", reiterou em entrevista coletiva, repetindo declaração anterior, em resposta a comentários de Trump sobre o país, eventualmente, se tornar o "51º estado americano". O premiê disse ter sido "muito claro" com o americano quanto à sua posição: "Fui muito claro com Trump que negociações serão feitas como dois países soberanos", afirmou. "É preciso separar o desejo da realidade. Pedi que ele parasse de falar sobre o Canadá se tornar o 51º estado dos EUA. É neste ponto que começa uma discussão séria", completou.

Ao comentar as tensões comerciais entre os dois países, Carney avaliou que "estabelecemos uma boa base hoje" para o avanço das conversas, mas reconheceu que "não tivemos decisões sobre tarifas". Ele ressaltou a complexidade do tema: "A discussão tarifária com os EUA é muito complexa. Estamos abordando uma grande quantidade de questões, por isso o progresso não será necessariamente evidente durante as negociações, mesmo que estejamos progredindo".

Ainda assim, o primeiro-ministro demonstrou otimismo. "Queremos seguir adiante com negociações comerciais com os americanos" e "veremos quanto tempo vai levar até os EUA tirarem as tarifas sobre o Canadá". Carney adiantou que ele e Trump concordaram em manter novas rodadas de diálogo nas próximas semanas, inclusive durante o encontro do G7.

Ao fim da reunião, o premiê destacou que "a postura de Trump e o quão concretas foram as discussões me fazem me sentir melhor". Apesar disso, reconheceu que "ainda temos muito trabalho pela frente e estamos totalmente empenhados". Por fim, assegurou ao republicano que "nossas medidas contra a entrada de fentanil nos EUA estão funcionando".