Lula compara destruição na Faixa de Gaza a Brasil pós-Bolsonaro em podcast

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou a destruição na Faixa de Gaza ao cenário que encontrou no Brasil após o governo de Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita em entrevista ao podcast Mano a Mano, comandado pelo rapper Mano Brown.

"Quando chegamos aqui, pegamos um País semidestruído. Eu de vez em quando olho para a destruição na Faixa de Gaza e fico imaginando o Brasil que nós encontramos", disse Lula, se referindo à gestão de seu antecessor. "Aqui a gente não tinha mais ministério do Trabalho, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos, da Cultura. Tinha sido uma destruição proposital."

Os ataques de Israel na Faixa de Gaza já mataram milhares de pessoas, incluindo crianças, e destruíram casas, escolas e edifícios comerciais. Além da violência, a região enfrenta uma grave crise humanitária, marcada pela escassez de alimentos, água e itens essenciais.

Ao longo de mais de duas horas de conversa, Lula defendeu seu governo, destacou avanços em indicadores como desemprego e crescimento econômico, mas reconheceu o aumento do custo de vida.

"As coisas realmente ainda não chegaram ao ponto que eu quero que chegue", afirmou o presidente. "Quando nós chegamos, o custo de vida baixou muito em 2023, depois aumentou em 2024", declarou o petista, citando a alta no preço do ovo e do café como exemplos.

Lula também reconheceu as dificuldades na relação com o Congresso e defendeu a necessidade de composições com partidos fora do espectro da esquerda para conseguir governar.

"Eu tenho 70 deputados de 513. E 9 senadores de 81. Então, você percebe que a dificuldade é imensa. O que é que nós fizemos? Nós fizemos uma composição política necessária para permitir que a gente começasse a governar esse país", disse o presidente. Nesta semana, o Congresso impôs novas derrotas ao petista, derrubando trechos de um veto seu ao projeto de lei que estabelece regras para a produção de energia eólica em alto-mar.

Lula também abordou um dos temas mais sensíveis para o governo: o escândalo dos descontos indevidos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele admitiu que o episódio desgasta a imagem da sua gestão, mas repetiu o script de declarações anteriores e afirmou que foi o próprio governo federal o responsável por dar tração às investigações que deflagraram a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF).

Ao comentar as eleições de 2026, Lula não confirmou que será candidato à reeleição, mas afirmou que, se entrar na disputa, será "para ganhar". O presidente citou a quantidade de nomes que, na ausência de Bolsonaro, inelegível, postulam concorrer como principal nome da oposição, como os governadores Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Ratinho Júnior (PSD), além de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

"Podem procurar o candidato que quiserem, se eu for candidato é para ganhar as eleições", disse Lula.

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As forças de segurança sírias, juntamente com a coalizão internacional, realizaram uma operação na província síria de Idlib (noroeste) na quarta-feira, que resultou na morte de um membro do grupo jihadista Estado Islâmico.

Fontes de segurança consultadas pela Syria TV indicaram que a operação ocorreu em uma casa localizada nos campos de refugiados de Atma, onde o alvo, um homem iraquiano identificado como Salan Noman, vulgo 'Ali', estava escondido.

"Quando a casa foi revistada, Ali tentou escapar pulando da varanda para o jardim dos fundos, mas as forças de coalizão que haviam cercado o prédio abriram fogo contra ele, matando-o no local", disse.

Por sua vez, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos não confirmou sua morte, observando que as tropas prenderam o membro do grupo jihadista e acrescentou que as forças de segurança recuperaram um corpo após a operação.

A agência sediada em Londres, com informantes no país, disse que Ali era responsável por recrutar combatentes não-sírios e facilitar seu movimento dentro da Síria. Também informou que vários helicópteros da coalizão internacional decolaram de Sarin, enquanto forças especiais impuseram um cordão de segurança.

No mês passado, o exército dos EUA confirmou que havia matado um membro do Estado Islâmico na Síria, Dhiya Zawba Musli al-Hardani, e dois de seus filhos - que também eram afiliados ao grupo jihadista - em um ataque na cidade de al-Bab, localizada na província de Aleppo, no noroeste do país.

A queda de Al Assad diante de uma ofensiva de jihadistas e rebeldes liderados pelo Hayat Tahrir al Sham (HTS) e o consequente vácuo de segurança em várias partes do país geraram temores de que o Estado Islâmico possa se aproveitar da situação para se reagrupar e lançar novos ataques.

Europa Press

Autoridades russas receberam bem o "tapa na cara" visual dado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao exibir diante de seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e de vários líderes europeus um mapa da Ucrânia que mostra as áreas ocupadas pela Rússia, o que alguns analistas veem como uma forma de pressionar Kiev a aderir às aspirações territoriais de Moscou.

Para a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, o mapa exibido no Salão Oval durante a última visita de Zelensky "foi um tapa tão forte na cara que deveria ter trazido à razão" aqueles que insistem em falar sobre resolver a guerra no campo de batalha "sem entender do que estão falando".

"Esse mapa está nos olhos de Zelensky todas as noites, assim como nos olhos dos chefes de Estado da UE e da OTAN", disse Zakharova em entrevista a agências estatais russas, na qual afirmou que o presidente ucraniano deveria se sentir de alguma forma "abalado" por essa imagem gráfica.

"Acho que será muito difícil alguém finalmente cair em si, mas pelo menos fazer com que ele reaja de alguma forma, para mostrar a ele e a todos aqueles que o protegem o quanto eles perderam", disse ela.

Uma das imagens dessa reunião no Salão Oval mostra Zelenski e outros líderes europeus, como o presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão, Friedrich Merz, ou o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, entre outros, assistindo a um Trump falando de sua mesa e ladeado por um grande mapa da Ucrânia com as áreas ocupadas sombreadas em vermelho e com porcentagens.

De acordo com o mapa de Trump, a Rússia controla 99% de Lugansk e 76% de Donetsk. Fora de Donbas, 73% da vizinha Zaporiyia e Kherson, que faz fronteira com a península da Crimeia, já anexada em 2014. Esses são números sobre os quais há um amplo consenso internacional.

Para tornar mais evidente a importância que Trump atribuiu ao mapa, em comentários posteriores à Fox News, ele voltou a mencionar a questão, enfatizando que "uma grande parte" do território ucraniano foi tomada. "Acho que todo mundo já viu o mapa", disse ele.

Para alguns analistas, a mensagem da Casa Branca é clara. Trata-se de um território que não está mais ao alcance da Ucrânia e, portanto, Zelensky deve ceder às reivindicações do presidente russo, Vladimir Putin, que já ofereceu um acordo de paz em troca da tomada de todo o Donbas, que ele agora controla quase em sua totalidade.

Essa é uma região rica em minerais - que até o início da guerra em Donbas representava 16% da economia do país - mas que também tem uma grande população de língua russa, especialmente em Donetsk e Lugansk, que tem sido a raiz de grande parte do conflito.

O Kremlin sempre justificou a invasão como uma forma de se proteger contra a perseguição que as forças ultranacionalistas ucranianas vinham promovendo contra essas comunidades, especialmente depois de 2014.

Europa Press

O conselheiro do presidente dos EUA, Peter Navarro, voltou a criticar a compra de petróleo da Rússia pela Índia e disse que, se os indianos interrompessem a compra da commodity de Moscou, ajudariam a acabar com a guerra com a Ucrânia. A declaração foi dada em entrevista para a Fox Business, nesta quarta-feira, 20. "O argumento da Índia de que precisa do petróleo da Rússia é errado", defendeu Navarro, ao acrescentar que a Índia está se beneficiando e lucrando com o petróleo russo. "Isso não é certo", ponderou.