TSE torna inelegíveis dono da Havan e mais 2 por abuso de poder econômico

Política
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, e dois políticos do Rio Grande do Sul por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2020. Com a decisão, os três ficam inelegíveis por oito anos, a contar de quando ocorreram os fatos julgados, ou seja, até 2028.

Procurados, os políticos não responderam. Em nota, a assessoria de Hang diz que o ministro do TSE "desconsiderou todas as decisões anteriores sobre o caso, que haviam reconhecido o direito de Luciano Hang se manifestar politicamente, dentro das garantias constitucionais da liberdade de expressão".

"O empreendedor brasileiro pode e deve participar do processo político sem ser perseguido ou atacado. Enquanto nossa sociedade não admitir isso, jamais será justa e igualitária. Vou continuar levantando a bandeira da liberdade econômica e de um Estado menor e mais eficiente", declarou o empresário. A defesa diz que recorrerá da decisão.

A decisão proferida na última terça-feira, 27, julgou procedente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) ajuizada pela Coligação União do Povo por Santa Rosa, do PT, que perdeu o pleito daquele ano para a prefeitura de Santa Rosa (RS).

Os candidatos eleitos a prefeito e vice-prefeito, Anderson Mantei (PP) e Aldemir Ulrich (MDB), o prefeito da época, Alcides Vicini (PP), o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), e Hang, foram acusados de cometer abuso de poder econômico e político, e o uso indevido dos meios de comunicação. Apenas o empresário, Mantei e Vicini foram condenados.

A conduta ocorreu em novembro de 2020, quatro dias antes do primeiro turno das eleições municipais. Na ocasião, o empresário visitou o município gaúcho, supostamente para anunciar a futura instalação de uma loja Havan. O então prefeito, a chapa apoiada por ele e o deputado federal estiveram presentes no "showmício", que foi transmitido nas redes sociais do candidato Mantei e do prefeito Vicini.

Na primeira instância, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) julgou a ação improcedente, alegando que o evento não ostentava gravidade suficiente para configurar abuso de poder. Ao recorrer da decisão ao TSE, o ministro relator do caso, André Ramos Tavares, decidiu dar provimento parcial ao recurso da oposição, divergindo em relação aos três condenados.

Para o ministro, a pequena diferença de votos entre os candidatos em Santa Rosa, com 3.417 votos a mais para a chapa apoiada pelo empresário e pelo então prefeito, demonstrou o impacto concreto da conduta no resultado da eleição. Por se tratar de decisão monocrática, cabe recurso.

Em abril, o empresário foi condenado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região a pagar uma indenização de R$ 5.960 a uma ex-funcionária por assédio eleitoral, por campanha para ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e recorreu da decisão.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (8) que seu governo está determinado a "libertar Los Angeles da Invasão Migrante" e prometeu expulsar imigrantes ilegais envolvidos nos protestos contra as operações de deportação. A declaração foi publicada na rede social Truth Social no fim da tarde e acompanhada por um vídeo de manifestantes em frente a um prédio federal na cidade.

Segundo Trump, os protestos são liderados por "turbas violentas e insurgentes" que atacam agentes federais. "Esses tumultos ilegais apenas fortalecem nossa determinação", escreveu. O presidente disse ter ordenado à secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, ao secretário de Defesa, Pete Hegseth, e à procuradora-geral, Pam Bondi que tomem "todas as medidas necessárias" para restaurar a ordem e garantir a continuidade das operações migratórias. "A ordem será restaurada, os imigrantes ilegais serão expulsos e Los Angeles será libertada", afirmou.

A publicação ocorre horas depois de o presidente elogiar a atuação da Guarda Nacional na cidade e criticar as autoridades locais. Em outro post na Truth Social, Trump afirmou que o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, foram "incapazes de conter os distúrbios" e disse que "protestos radicais da esquerda, promovidos por agitadores e muitas vezes por vândalos pagos, não serão tolerados".

A mobilização federal começou no sábado (7) e já levou cerca de 2.000 soldados da Guarda Nacional para a Califórnia. Segundo a Casa Branca, o objetivo é proteger instalações federais e apoiar as ações de deportação em andamento. O envio das tropas foi autorizado por Trump sem o aval do governo estadual, o que não ocorria desde 1965, durante a marcha pelos direitos civis em Selma, no Alabama. O governador Gavin Newsom chamou a decisão de "reação completamente desproporcional". A tensão na cidade aumentou após ações coordenadas do ICE, que resultaram na prisão de mais de 100 pessoas ao longo da última semana.

Autoridades policiais dos Estados Unidos dispararam gás lacrimogêneo contra um grupo de manifestantes reunidos em Los Angeles neste domingo, 8, horas depois de o presidente Donald Trump ter enviado a Guarda Nacional para a cidade, num esforço para reprimir a recente agitação contra as autoridades federais de imigração.

O confronto teve início quando centenas de pessoas protestavam em frente ao Centro de Detenção Metropolitana, no centro de Los Angeles, onde vários dos soldados da Guarda Nacional recém-chegados se encontravam ombro a ombro atrás de escudos de plástico antimotim.

Agentes fardados lançaram o gás à medida que avançavam para a rua, levando os manifestantes a recuar. Não ficou imediatamente claro o que motivou o uso do equipamento ou qual agência de policiamento o disparou.

Cerca de 300 soldados da Guarda Nacional chegaram a Los Angeles no início do domingo por ordem de Trump, que acusou o governador Gavin Newsom e outros democratas de não terem conseguido conter os recentes protestos contra os agentes de imigração.

A medida parece ter sido a primeira vez em décadas que a guarda nacional de um Estado americano foi ativada sem um pedido do seu governador, em uma escalada significativa contra grupos e manifestantes que têm procurado impedir os esforços de deportação em massa da administração Trump.

Envio de tropas ocorre após a dias de protestos

O envio da Guarda Nacional ocorreu após dois dias de protestos, que começaram na sexta-feira (6) no centro de Los Angeles e se estenderam no sábado a Paramount, uma cidade de forte presença latina a sul da cidade, e à vizinha Compton.

Quando os agentes federais montaram uma área de preparação no sábado, 7, em Paramount, os manifestantes tentaram bloquear os veículos da patrulha fronteiriça. Alguns deles chegaram a atirar pedras e pedaços de cimento. Em resposta, os agentes, vestidos com equipamento antimotim, lançaram gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e bolas de pimenta.

As tensões estavam elevadas depois de uma série de rusgas efetuadas pelas autoridades de imigração no dia anterior, quando o número de detenções de imigrantes na cidade ultrapassou as 100. Um importante dirigente sindical foi detido durante um protesto e acusado de impedir a aplicação da lei.