Governistas postam vídeo antigo de mansão usada por Eduardo Bolsonaro nos EUA, que rebate

Política
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A base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está compartilhando nas redes sociais, nos últimos dias, uma gravação descontextualizada feita por Heloísa, mulher do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). No vídeo, ela mostra as dependências de uma residência de luxo em Orlando, nos Estados Unidos.

Enquanto os governistas afirmam que o vídeo foi feito nesta semana, após o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se licenciar de seu mandato na Câmara para permanecer nos Estados Unidos, a gravação, na verdade, é de novembro de 2024.

O deputado federal licenciado rebateu a publicação do influenciador governista Thiago dos Reis, que deu origem às demais publicações fora do contexto. O conteúdo foi replicado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), vice-líder do PT na Câmara.

O vídeo compartilhado nas redes por governistas é de uma mansão em Orlando, no Estado americano da Flórida, Eduardo Bolsonaro afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que está no Texas. O deputado federal licenciado não especificou a cidade em que está morando atualmente.

Em uma publicação em seus perfis neste domingo, 23, Eduardo Bolsonaro explicou que o vídeo de Heloísa fez parte de um contrato de permuta. O uso do imóvel foi negociado como parte do acordo de divulgação entre Heloísa e a empresa locatária.

A gravação foi feita durante o período em que o casal esteve nos Estados Unidos para acompanhar as eleições presidenciais do país. Segundo o deputado federal licenciado, a permuta do imóvel utilizado na estadia pretendeu baratear os custos da viagem.

Na ocasião, o filho do ex-presidente não estava nos Estados Unidos em missão oficial da Casa. Segundo divulgou na época, Eduardo Bolsonaro bancou os custos do translado e estada no país, sem o uso de dinheiro público. Três deputados federais acompanharam a apuração dos votos na eleição presidencial americana em representação oficial da Câmara: José Airton Cirilo (PT-CE), José Medeiros (PL-MT) e Mayra Pinheiro, a "Capitã Cloroquina" (PL-CE) - que não está mais em exercício.

Thiago dos Reis é um influenciador governista que repete os métodos do "gabinete do ódio" que militou nas redes em prol do ex-presidente Jair Bolsonaro. Utilizando textos sensacionalistas e notícias falsas, Reis é dono de um canal do YouTube que já superou a marca de um bilhão de visualizações acumuladas. Em junho de 2024, o Estadão revelou que Reis driblava a Justiça para fugir de notificações em processos por calúnia e difamação, além de declarar um patrimônio milionário, mas alegar, em um processo movido pelo seu pai, que não possuía condições de bancar com uma pensão alimentícia.

Eduardo Bolsonaro anunciou que se licenciaria do mandato na terça-feira, 18. Antes de pedir a licença, o deputado federal já havia viajado aos Estados Unidos quatro vezes somente no ano de 2025. O pedido oficial para se afastar do mandato foi entregue à Câmara dois dias depois do anúncio. O ofício pede 122 dias de licença por motivo de "interesse particular", um dos três tipos de licença disponíveis aos deputados federais. O período fora do Legislativo não será remunerado.

O filho do ex-presidente afirmou cogitar abrir mão do mandato e disse que solicitará asilo político no país. Esse tipo de requisição é analisada pela Agência de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês), um órgão do governo federal do país que está vinculado ao Departamento de Segurança Interna (DHS).

O protocolo de um pedido de asilo, na prática, legalizaria a situação do parlamentar para permanecer nos Estados Unidos por tempo indeterminado, pois a estada no país é permitida enquanto não há um retorno das autoridades responsáveis pela análise do pedido.

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Um homem abriu fogo nesta segunda-feira, 28, na Park Avenue, uma das avenidas mais movimentadas de Nova York e feriu ao menos duas pessoas, um deles um policial, antes de ser abatido pela polícia. Não há informações ainda sobre as causas do ataque.

O ataque ocorreu em um prédio no centro da cidade que abriga diversas empresas de grande porte e também é sede da NFL, a liga de futebol americano.

Segundo o Corpo de Bombeiros, equipes de emergência foram acionadas por volta das 19h30 (no horário de Brasília). A polícia não forneceu informações adicionais.

O prefeito Eric Adams publicou nas redes sociais que havia uma ocorrência ativa no centro da cidade e pediu que as pessoas permanecessem em casa e tomassem precauções de segurança, se estivessem perto do local de ataque.

O sistema de alerta de gerenciamento de emergências da cidade alertou sobre atrasos no trânsito, fechamento de vias e interrupções no transporte público na área.

O vice-diretor do FBI, Dan Bongino, afirmou em uma publicação nas redes sociais que agentes e outros funcionários do departamento estavam investigando o caso.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão/Broadcast. Saiba mais em nossa Política de IA.

O senador americano Lindsey Graham, do Partido Republicano, disse que espera que países como China, Índia e Brasil estejam prestes a pagar um preço há muito merecido por sustentarem, segundo a visão do parlamentar, a "máquina de guerra de (Vladimir) Putin", referindo-se ao presidente russo.

"Entendo perfeitamente a frustração do Presidente (Donald Trump) com os ataques contínuos da Rússia à Ucrânia, o que indica que não há nenhum desejo real de chegar à mesa de negociações de paz", afirmou Graham em registro no X nesta segunda-feira, 28.

"O Congresso está pronto, de forma predominantemente bipartidária, para ajudar o presidente Trump em seus esforços para levar as partes à mesa de negociações de paz", afirmou.

Trump tem criticado o grupo dos Brics, reafirmando que o bloco tenta "acabar com a dominância do dólar". Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou à TV Record, na quinta-feira, 10, que a taxação imposta pelos Estados Unidos ao Brasil se deve à realização da última reunião dos Brics, no Rio de Janeiro, em 6 de julho.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta segunda-feira, dia 28, que os países devem aplicar com determinação a lei internacional diante de "alegações críveis" de genocídio na Faixa de Gaza.

"O calvário que os palestinos enfrentam constitui um teste ao nosso compromisso coletivo com o direito internacional, o direito humanitário e os direitos humanos. Quando confrontados com alegações críveis de genocídio, invocar o direito internacional não é suficiente. Devemos aplicá-lo com determinação", disse o chanceler do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde o início da guerra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem sendo criticado pela comunidade judaica por sua posição no conflito e sobre Israel. Lula passou a ser considerado uma presença indesejável no país porque chegou a comparar as ações israelenses em Gaza, detonadas pelos atentados de 7 de outubro perpetrados pelo grupo terrorista Hamas, ao nazismo, o que é considerado ofensivo pelos judeus. As rusgas levaram à retirada do embaixador brasileiro em Israel. Não há previsão de substituição.

O ministro falou na mesa redonda "O Caso para a Paz: Avançando a Solução de Dois Estados por meio de Narrativas, Medidas e Direito", na sede das Nações Unidas, em Nova York.

Dias atrás, o chanceler anunciou durante entrevista à TV catari Al-Jazeera que o Brasil decidiu ingressar formalmente no processo aberto contra Israel por genocídio, proposto inicialmente pela África do Sul. O caso corre na Corte Internacional de Justiça (CIJ), vinculada à ONU, em Haia. O País ainda não formalizou a decisão de intervir no processo.

No discurso desta segunda, Vieira lembrou que o tribunal "estabeleceu diretrizes claras" aos países, que incluem "não reconhecer a situação ilegal criada pela presença de Israel no território palestino ocupado, incluindo Jerusalém Oriental; diferenciar em todas as relações com Israel entre seu território e o território palestino ocupado; abster-se de qualquer ação que possa auxiliar ou contribuir para a manutenção da ocupação e garantir o respeito ao direito do povo palestino à autodeterminação e à Quarta Convenção de Genebra".

O encontro de alto nível foi presidido pela Arábia Saudita. O Brasil copresidiu com o Senegal uma mesa de debates sobre Promoção do Respeito Ao Direito Internacional.

O chanceler do governo Lula relatou parte das discussões e enumerou uma série de medidas que os países-membros das Nações Unidas poderiam adotar imediatamente contra o governo de Israel.

Segundo ele, a discussão copresidida pelo Brasil foi orientada a responder às seguintes perguntas: "Que ações os Estados podem adotar para promover e garantir o cumprimento do direito internacional? Quais mecanismos de responsabilização podem ser ativados para abordar ações, políticas e práticas ilegais relevantes e garantir a reparação? Quais medidas preventivas podem ser tomadas contra ações unilaterais ilegais que comprometam a viabilidade da solução de dois Estados?".

Conforme o ministro, houve mais de 50 respostas de diversas "partes interessadas", que por sua vez geraram 96 propostas concretas agrupadas em cinco áreas - diplomática e política; comércio de armas; responsabilização econômica e reparação; e monitoramento. Ele enumerou, então, algumas das sugestões debatidas:

- reconhecimento do Estado da Palestina e apoio à sua admissão como membro pleno da ONU

- manutenção da distinção legal entre Israel e o território palestino ocupado

- oposição à anexação e à expansão dos assentamentos

- garantia de proteção aos trabalhadores humanitários, incluindo funcionários da UNWRA (agência da ONU para refugiados palestinos que foi acusada de ter sido "infiltrada" por terroristas do Hamas e levou à demissão de funcionários por participação nos ataques de 7 de outubro de 2023)

- apoio à sociedade civil e aos defensores dos direitos humanos

- imposição de sanções específicas contra colonos violentos

- medidas legais de retaliação a violações graves

O ministro citou que essas são "ações legais que os Estados podem tomar agora".

"A credibilidade da ordem jurídica internacional depende de sua aplicação não seletiva. O que é necessário agora é vontade política e um processo robusto de acompanhamento desta conferência. Transformemos a lei em ação e a ação em justiça e paz", instou o chanceler.