Jair Renan Bolsonaro chora na Câmara ao discursar sobre permanência de Eduardo nos EUA

Política
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O vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC) chorou na tribuna da Câmara Municipal de Balneário Camboriú nesta quarta-feira, 19, ao defender o meio-irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O discurso ocorreu após colegas na Casa terem comentado o anúncio do pedido de licença de Eduardo da Câmara para morar nos Estados Unidos.

Na sessão de terça-feira, 18, o vereador Eduardo Zanatta (PT) disse que a licença do deputado teria sido motivada pelo medo de ser preso.

Na tribuna, Jair Renan pediu respeito com sua família. "Quando você vai atacar alguém, ataque a pessoa, não ataque a família. Eu nunca desrespeitei nenhum familiar. O que aconteceu ontem (terça) foi algo mesquinho e de baixo calão", disse.

Ele também citou o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e disse ter sido difícil vê-lo chorando pela decisão de Eduardo de não retornar ao Brasil.

"Foi duro ver o discurso dele na timeline. Foi duro ver meu pai naquele estado. Eu, que sou irmão, já senti bastante, mas meu pai, o que ele sentiu muitos aqui sabem. Muitos aqui são pais", afirmou.

Um trecho do discurso do filho "04" de Bolsonaro foi compartilhado por ele mesmo em seu perfil do Instagram.

Embora tenha anunciado que vai se licenciar do cargo, Eduardo Bolsonaro ainda não apresentou a solicitação oficial à Mesa Diretora da Câmara. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse na quarta-feira que o partido pretende lançá-lo para o Senado por São Paulo e que ele retornaria ao Brasil daqui a quatro meses.

Eduardo afirmou, no entanto, que não tem previsão de retorno: "Eu só vou ter tranquilidade de voltar ao Brasil quando Alexandre de Moraes não for mais ministro da Suprema Corte ou estiver sendo posto no devido lugar dele".

O deputado disse que decidiu ficar nos Estados Unidos "para buscar sanções aos violadores dos direitos humanos", referindo-se ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

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O último dia de viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à França tem dois compromissos públicos antes do retorno da comitiva ao Brasil. Às 8h45 no horário francês (3h45, em Brasília), o presidente participa da sessão de abertura da 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (Unoc 3), em Nice.

No fim da manhã, às 11h45 (6h45, em Brasília), Lula participa da sessão solene por ocasião da assinatura de Declaração de Intenções entre o Brasil e a Interpol, em Lyon.

Às 13h (8h, em Brasília), o presidente começa a viagem de volta ao Brasil, com uma parada na Ilha do Sal, Cabo Verde. A previsão é de que Lula chegue a Brasília às 20h30 desta segunda-feira, 9.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (8) que seu governo está determinado a "libertar Los Angeles da Invasão Migrante" e prometeu expulsar imigrantes ilegais envolvidos nos protestos contra as operações de deportação. A declaração foi publicada na rede social Truth Social no fim da tarde e acompanhada por um vídeo de manifestantes em frente a um prédio federal na cidade.

Segundo Trump, os protestos são liderados por "turbas violentas e insurgentes" que atacam agentes federais. "Esses tumultos ilegais apenas fortalecem nossa determinação", escreveu. O presidente disse ter ordenado à secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, ao secretário de Defesa, Pete Hegseth, e à procuradora-geral, Pam Bondi que tomem "todas as medidas necessárias" para restaurar a ordem e garantir a continuidade das operações migratórias. "A ordem será restaurada, os imigrantes ilegais serão expulsos e Los Angeles será libertada", afirmou.

A publicação ocorre horas depois de o presidente elogiar a atuação da Guarda Nacional na cidade e criticar as autoridades locais. Em outro post na Truth Social, Trump afirmou que o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, foram "incapazes de conter os distúrbios" e disse que "protestos radicais da esquerda, promovidos por agitadores e muitas vezes por vândalos pagos, não serão tolerados".

A mobilização federal começou no sábado (7) e já levou cerca de 2.000 soldados da Guarda Nacional para a Califórnia. Segundo a Casa Branca, o objetivo é proteger instalações federais e apoiar as ações de deportação em andamento. O envio das tropas foi autorizado por Trump sem o aval do governo estadual, o que não ocorria desde 1965, durante a marcha pelos direitos civis em Selma, no Alabama. O governador Gavin Newsom chamou a decisão de "reação completamente desproporcional". A tensão na cidade aumentou após ações coordenadas do ICE, que resultaram na prisão de mais de 100 pessoas ao longo da última semana.

Autoridades policiais dos Estados Unidos dispararam gás lacrimogêneo contra um grupo de manifestantes reunidos em Los Angeles neste domingo, 8, horas depois de o presidente Donald Trump ter enviado a Guarda Nacional para a cidade, num esforço para reprimir a recente agitação contra as autoridades federais de imigração.

O confronto teve início quando centenas de pessoas protestavam em frente ao Centro de Detenção Metropolitana, no centro de Los Angeles, onde vários dos soldados da Guarda Nacional recém-chegados se encontravam ombro a ombro atrás de escudos de plástico antimotim.

Agentes fardados lançaram o gás à medida que avançavam para a rua, levando os manifestantes a recuar. Não ficou imediatamente claro o que motivou o uso do equipamento ou qual agência de policiamento o disparou.

Cerca de 300 soldados da Guarda Nacional chegaram a Los Angeles no início do domingo por ordem de Trump, que acusou o governador Gavin Newsom e outros democratas de não terem conseguido conter os recentes protestos contra os agentes de imigração.

A medida parece ter sido a primeira vez em décadas que a guarda nacional de um Estado americano foi ativada sem um pedido do seu governador, em uma escalada significativa contra grupos e manifestantes que têm procurado impedir os esforços de deportação em massa da administração Trump.

Envio de tropas ocorre após a dias de protestos

O envio da Guarda Nacional ocorreu após dois dias de protestos, que começaram na sexta-feira (6) no centro de Los Angeles e se estenderam no sábado a Paramount, uma cidade de forte presença latina a sul da cidade, e à vizinha Compton.

Quando os agentes federais montaram uma área de preparação no sábado, 7, em Paramount, os manifestantes tentaram bloquear os veículos da patrulha fronteiriça. Alguns deles chegaram a atirar pedras e pedaços de cimento. Em resposta, os agentes, vestidos com equipamento antimotim, lançaram gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e bolas de pimenta.

As tensões estavam elevadas depois de uma série de rusgas efetuadas pelas autoridades de imigração no dia anterior, quando o número de detenções de imigrantes na cidade ultrapassou as 100. Um importante dirigente sindical foi detido durante um protesto e acusado de impedir a aplicação da lei.