Em posse, presidente da OAB diz a Barroso: 'Vídeo gravado não é sustentação oral'

Política
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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, criticou, em tom descontraído, a adoção de sustentação oral em julgamentos virtuais. A menção, direcionada ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, ocorreu na cerimônia de posse da Ordem nesta segunda-feira, 17, após falha num vídeo gravado com depoimentos dos chefes dos Poderes.

"Eu não poderia evitar, presidente Barroso, com a amizade e o respeito que lhe tenho, isso é para lhe provar que vídeo gravado não é sustentação oral, não dá certo", disse Simonetti, no púlpito, a Barroso, que estava na mesa de autoridades do evento.

A OAB defende que vídeos gravados de forma assíncrona não sejam considerados sustentação oral e tem tentado costurar um acordo em torno do tema com o STF e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle externo do Poder Judiciário e que também é chefiado por Barroso.

No ano passado, a Ordem levou ao Congresso uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para proibir expressamente a limitação das sustentações orais e anular julgamentos se a prerrogativa for desrespeitada.

A pauta foi abordada por Simonetti em seu discurso no evento de posse, em que ele defendeu a argumentação presencial como essencial para os advogados.

"As prerrogativas da advocacia, principalmente a sustentação oral, são fundamentais para a valorização do cidadão que clama por justiça e não abriremos mão dessa luta", afirmou.

Em janeiro, Barroso suspendeu no CNJ os prazos de implementação da norma 591/2024. Ela define a apresentação de sustentações orais em julgamentos de modo assíncrono, ou seja, por meio de vídeos gravados. A resolução entrou em vigor neste ano, em diversos órgãos do Judiciário.

A suspensão foi considerada uma conquista da OAB, que lançou em janeiro um movimento nacional pela sustentação oral, nas 27 seccionais nos Estados. Na ocasião, Simonetti afirmou que a OAB percorreria o País para mobilizar advogados para a defesa da pauta.

Reeleição

Beto Simonetti tomou posse em seu segundo mandato como presidente da OAB Nacional, para o triênio 2025-2028. Ele é o primeiro a ser reeleito para o cargo desde a redemocratização do País, em votação que ocorreu no dia 31 de janeiro.

A chapa "OAB de Portas Abertas" recebeu 100% dos 81 votos válidos, de acordo com a Ordem. Além do presidente, a diretoria é composta pelo vice-presidente Felipe Sarmento; pela secretária-geral, Rose Morais; pela secretária-geral-adjunta, Christina Cordeiro; e pelo diretor-tesoureiro, Délio Lins e Silva Júnior.

Também estiveram presentes na cerimônia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB); e o ministro do STF Dias Toffoli.

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Um terremoto foi sentido no início da tarde desta terça-feira, 5, em Nova York e arredores, de acordo com relatos confirmados pelo Centro Sismológico Europeu-Mediterrâneo (ESMC, na sigla em inglês). Por volta de 13h11 (de Brasília), o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) identificou um tremor de magnitude 2,7 perto de Hillsdale, cidade de Nova Jersey que fica na Região Metropolitana da cidade de Nova York.

Até o momento, não há relatos de danos ou vítimas.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que o texto do acordo de segurança entre seu país e os Estados Unidos está "pronto". "Quando vamos assinar, ainda temos que definir, mas ele está pronto", acrescentou, durante coletiva de imprensa nesta terça-feira, 5.

Segundo ela, o acordo é fundamentado em quatro princípios. "Respeito à soberania, respeito à territorialidade, confiança mútua e colaboração e cooperação", declarou Sheinbaum.

A presidente mexicana lembrou que uma visita do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ao país está "pendente" há cerca de três meses, mas não está cancelada.

Dois barcos que lançavam fogos de artifício como parte do Festival Smart, na orla Minatomirai, que fica em Yokohama, no Japão, pegaram fogo nesta segunda-feira, 4. O evento foi cancelado e não houve relatos de feridos graves.

Os organizadores do evento planejavam lançar aproximadamente 20 mil fogos de artifício em 25 minutos como parte do festival de verão, a partir das 19h30 do horário local. Porém, 20 minutos após o início do festival, a música parou e as autoridades anunciaram o cancelamento do evento "por questões de segurança".

O público do evento reclamou, mas logo depois a multidão começou a ver fumaça preta saindo dos barcos em chamas. A Guarda Costeira de Yokohama informou à Associated Press que dois barcos que lançavam fogos de artifício pegaram fogo.

Cinco técnicos de fogos de artifício que estavam a bordo pularam na água e foram resgatados pelos bombeiros locais. Um deles sofreu ferimentos leves, de acordo com a Guarda Costeira. No site oficial, os organizadores informaram que estão investigando a causa do incêndio.

Um visitante relatou a uma emissora japonesa que os fogos de artifício explodiram repentinamente logo após o barco pegar fogo. O incêndio pareceu estar controlado após algumas horas, mas por volta das 22h do horário local, os fogos de artifício começaram a explodir novamente. (Com informações da Associated Press).