Quem é Alexandre da Padilha, novo ministro da Saúde do governo Lula

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Ao demitir Nísia Trindade do Ministério da Saúde nesta terça-feira, 25, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a sucessão da pasta em ato contínuo: o ministro de Relações Institucionais Alexandre Padilha será realocado e voltará a comandar a pasta que chefiou entre 2011 e 2014, durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff (PT).

A demissão de Nísia deflagra a reforma ministerial no governo Lula. De olho nas eleições de 2026, Lula quer um primeiro escalão que possa imprimir marcas à gestão federal. Enquanto ministro da Saúde, Padilha esteve à frente da criação do Mais Médicos, uma das marcas do primeiro mandato de Dilma.

Formado em Medicina e doutor em Saúde Coletiva, Alexandre Padilha, de 53 anos, é deputado federal licenciado. Desde janeiro de 2023, chefiava a Secretaria de Relações Institucionais, pasta com status de ministério cuja atribuição é a articulação política entre Congresso e Palácio do Planalto.

Apesar do êxito na aprovação de projetos de lei caros ao governo, a gestão de Padilha na Secretaria foi marcada por um relacionamento conturbado com o então presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que chegou a descrever o secretário como "desafeto pessoal" e "incompetente", apelando para sua exoneração do cargo.

Ao realocá-lo na Esplanada dos Ministérios, Lula retira Padilha da função de articulação do governo, mas sem ceder à pressão de Arthur Lira, que já deixou o comando da Câmara dos Deputados - a Casa, agora, é presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB). A nomeação de Padilha também impede que o Centrão ocupe a pasta de Saúde, cobiçada pelo orçamento robusto e pela alta taxa de execução de emendas parlamentares.

Antes de chefiar o ministério da Saúde no primeiro governo de Dilma, Padilha havia sido diretor interino da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em 2004, e titular da Secretaria de Relações Institucionais entre 2009 e 2010. Após a gestão Dilma, foi secretário municipal de Saúde da cidade de São Paulo, entre 2015 e 2016.

Padilha é filiado ao PT desde 1988. Além das nomeações para cargos, secretarias e ministérios de gestões petistas, já concorreu pelo partido ao governo do Estado de São Paulo, em 2014. Obteve o terceiro lugar naquela eleição, com 18,2% dos votos válidos. A chapa de Geraldo Alckmin, na época no PSDB, e Márcio França, pelo PSB, foi eleita em primeiro turno, com 57,31% dos votos válidos. Hoje, Alckmin, França e Padilha integram a mesma gestão no governo federal.

Em 2018, elegeu-se deputado federal por São Paulo com 87.576 votos. Não ocupou cargos de destaque nas comissões permanentes da Casa durante a legislatura, mas reelegeu-se no pleito seguinte, em 2022, com 140.037 votos. Licenciou-se para assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

Enquanto deputado federal, Padilha é autor de 19 projetos transformados em lei. Desses, três possuem o novo ministro da Saúde como único autor do texto. Tratam-se das leis que instituem a campanha do "Julho Amarelo", de conscientização aos direitos humanos, e o "Dia Nacional do Funk", celebrado em 12 de julho. Também é autor da norma que regulamenta a profissão de sanitarista.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 28, que estabeleceu um novo prazo de "10 ou 12 dias" para que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concorde com um cessar-fogo na Ucrânia.

"Vou estabelecer um novo prazo, de cerca de 10 ou 12 dias a partir de hoje. Não há motivo para esperar. Eram 50 dias, eu quis ser generoso, mas simplesmente não vemos nenhum progresso sendo feito", disse Trump, durante uma reunião em Turnberry, na Escócia, com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.

No dia 14 de julho, o presidente americano havia dado um prazo de 50 dias para que Moscou e Kiev concordassem com uma trégua. Durante a coletiva de imprensa, Trump afirmou estar "decepcionado" com Putin por não ter encerrado a guerra na Ucrânia.

O republicano apontou que conversou diversas vezes com o presidente russo desde que retornou a Casa Branca em janeiro e está frustrado com os resultados das conversas. "Depois das nossas ligações o Presidente Putin sai e começa a lançar foguetes em alguma cidade como Kiev e mata muitas pessoas em um asilo ou seja lá o que for. Você tem corpos espalhados por toda a rua. E eu digo que não é assim que se faz."

Os oficiais ucranianos foram rápidos em agradecer Trump por encurtar o prazo para a Rússia terminar a guerra na Ucrânia. Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse em uma publicação nas redes sociais que os comentários do republicano demonstravam que ele estava comprometido com a "paz através da força". "Putin respeita apenas o poder - e essa mensagem é alta e clara."

A Nasa perderá cerca de 3,9 mil funcionários como parte do plano de reduzir o quadro de pessoal federal iniciado por Donald Trump, embora o presidente continue determinado a que a agência espacial americana realize missões tripuladas à Lua e a Marte.

A agência aeroespacial informou em um comunicado na última sexta-feira, 25, que cerca de 3 mil funcionários aderiram à segunda rodada do plano de demissões voluntárias. Na primeira rodada, 870 trabalhadores aceitaram deixar a Nasa.

A equipe da Nasa passou de 18 mil funcionários para pouco mais de 14 mil desde o retorno de Trump à Casa Branca, o que representa uma redução de mais de 20%. Os funcionários da agência que decidiram aderir ao programa de demissões voluntárias devem deixar os seus cargos de forma gradual.

'Segurança é prioridade'

"A segurança continua sendo uma prioridade máxima para nossa agência, enquanto equilibramos a necessidade de nos tornarmos uma organização mais ágil e eficiente e trabalhamos para garantir que continuemos plenamente capazes de buscar uma era dourada de exploração e inovação, incluindo a Lua e Marte", explicou a direção da Nasa.

O orçamento proposto pelo governo de Trump para a agência destacava o retorno do homem à Lua e a realização de uma missão tripulada a Marte pela primeira vez, ao mesmo tempo que cortava drasticamente os programas científicos e climáticos. A administração também removeu sistematicamente menções às mudanças climáticas dos sites governamentais, ao mesmo tempo que reduziu drasticamente o financiamento federal para pesquisa sobre aquecimento global.

Além disso, autoridades de Trump têm recrutado cientistas para ajudá-los a revogar a "declaração de risco" de 2009, que determinou que os gases de efeito estufa representam ameaça à saúde pública e ao bem-estar.

Corrida Espacial

A Casa Branca afirma que quer focar os recursos para "ganhar da China a corrida para voltar à Lua e levar o primeiro humano a Marte". Pequim tem como meta fazer seu primeiro pouso lunar tripulado em 2030.

A Nasa continua sendo dirigida por um administrador interino depois que a escolha inicial da administração para liderar a agência, o bilionário tecnológico Jared Isaacman, apoiado pelo ex-assessor do presidente Trump, o empresário Elon Musk, foi rejeitada pelo presidente republicano.

Trump havia anunciado ainda em dezembro, na transição presidencial, a escolha de Isaacman como o próximo administrador da Nasa. O bilionário tem sido um colaborador próximo de Musk desde que comprou seu primeiro voo fretado na SpaceX em 2021.

Líderes da Tailândia e do Camboja se reunirão na Malásia nesta segunda-feira, 28, para conversas destinadas a encerrar as hostilidades, informaram neste domingo, 27, autoridades tailandesas. O encontro ocorre após mediação dos EUA para pôr fim à disputa fronteiriça. Os combates já mataram pelo menos 34 pessoas e deslocaram mais de 168 mil.