Hugo Motta leva a avó para primeiro encontro com Lula após eleição na Câmara

Política
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), levou a avó dele, Francisca Motta, para o primeiro encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a eleição da Casa, realizada nesta segunda-feira, 3. Francisca Motta é uma das integrantes do clã Motta, com força política em Patos (PB), e é deputada estadual, além de ter governado o município entre 2013 e 2016.

Francisca postou fotos do encontro, realizado no Palácio do Planalto, nas redes sociais. Em uma das fotos, Lula beija a mão dela e, em outra, está abraçada com o chefe do Executivo. A ex-prefeita de Patos também participou de uma missa, que celebrou a abertura do ano legislativo na Câmara, ao lado do neto.

O Estadão procurou Hugo e Francisca Motta e a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) para questionar o teor da conversa entre a deputada estadual e Lula, mas não havia obtido um retorno até a publicação deste texto.

Como mostrou o Estadão, Hugo Motta representa a nova geração da família Motta, que tem uma forte influência no município paraibano de pouco mais de 68 mil eleitores. Atualmente, Francisca é deputada estadual pelo Republicanos. É o sexto mandato dela que já foi eleita em 1994, 1998, 2002, 2006 e 2012.

A família de Motta vem de uma longa linhagem de políticos influentes, com raízes no século XVIII (1701-1800), período do Brasil Colônia, e forte ligação com a elite rural de Patos, no Sertão da Paraíba. O avô paterno, Nabor Wanderley Nóbrega, foi prefeito de Patos entre 1956 e 1959. O avô materno, Edivaldo Fernandes Motta, foi vereador da cidade, deputado estadual (1967-1987) e deputado federal (1987-1992).

Além de Hugo e Francisca, os outros políticos do clã na atualidade são Nabor Wanderley da Nóbrega Filho (Republicanos), pai de Hugo Motta, que foi deputado estadual nas legislaturas iniciadas em 2014 e 2018 e atualmente cumpre seu quarto mandato como prefeito de Patos, a mãe de Hugo Motta, Ilanna Motta, que foi secretária de saúde e chefe de gabinete da avó materna do presidente da Câmara.

Em uma das primeiras entrevistas como deputado federal, em 2011, Hugo Motta afirmou que, desde criança, a política era o seu café da manhã, almoço e jantar. Até hoje, ele é o parlamentar mais jovem a ter chegado ao Congresso Nacional, com 21 anos.

O reduto eleitoral de Motta já esteve na mira de investigações policiais. Em 2016, Ilanna e Francisca investigadas por irregularidades em licitações e contratos públicos firmados pelas prefeituras da região. Na ocasião, Ilanna Motta foi presa por cinco dias, enquanto Francisca Motta foi afastada da prefeitura de Patos. Tempos depois, ambas foram absolvidas pela Justiça.

Em setembro do ano passado, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação em Patos para apurar desvios em obras no valor de R$ 4,7 milhões de emendas para o asfaltamento de ruas na cidade. O presidente da Câmara não foi investigado, mas foi o autor do repasse.

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A posição política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está mostrando uma resiliência notável, impulsionada pela melhora da visão dos eleitores sobre a economia. É o que indica uma nova pesquisa do Wall Street Journal. Cerca de 46% dos eleitores americanos aprovam o desempenho de Trump no cargo - mesmo patamar verificado desde abril -, enquanto 52% desaprovam.

O conjunto de eventos recentes - como a aprovação do chamado "projeto de lei grande e belo", os gastos do Partido Republicano, a investigação em relação a Jeffrey Epstein e o programa agressivo de deportação do governo - não foi capaz de melhorar nem piorar a visão geral do público sobre o presidente. A pesquisa confirma o "apoio quase inabalável" da base republicana de Trump, com 88% dos eleitores do grupo aprovando seu desempenho e 66% aprovando fortemente.

A pesquisa do Wall Street Journal com 1.500 eleitores registrados foi realizada entre 16 e 20 de julho por telefone fixo e celular. A margem de erro para a amostra completa é de 2,5 pontos porcentuais, para mais ou para menos.

*Com informações da Dow Jones Newswires.

No momento em que a fome se agrava em Gaza, a França disse nesta quinta-feira, 24, que reconhecerá o Estado palestino na Assembleia-Geral da ONU, em setembro. O anúncio foi feito pelo presidente Emmanuel Macron. Ele declarou no X que é urgente "que a guerra cesse e se preste socorro à população civil". "Com essa medida, a França busca dar uma contribuição para a paz no Oriente Médio", disse Mácron.

A decisão enfureceu Israel. O premiê Binyamin Netanyahu disse que o reconhecimento "recompensa o terrorismo" e arrisca criar outro país aliado do Irã na região. "Um Estado palestino nessas condições seria uma plataforma para aniquilar Israel, não para viver em paz", disse Netanyahu. "Os palestinos não buscam um Estado ao lado de Israel; eles buscam um Estado no lugar de Israel."

Macron vinha anunciando há meses sua intenção de reconhecer a Palestina. O momento escolhido coincide com a pressão para que Israel encerre a guerra e permita a entrada de ajuda humanitária, diante do risco de agravar a crise de fome no território.

A escassez de água, alimentos e remédios aumentou os casos de desnutrição aguda e levou à morte 45 pessoas nos últimos quatro dias, segundo a ONU. As imagens de crianças esqueléticas estamparam as redes sociais e as capas dos principais jornais de vários países, ampliando a pressão por um cessar-fogo.

Tragédia

Segundo o Comitê Internacional de Resgate e o Programa Mundial de Alimentos, cerca de 500 mil palestinos, de uma população de 2 milhões, sofrem de insegurança alimentar e 100 mil estão em situação de inanição. Um terço da população passa vários dias sem comer.

Questionado sobre o problema, o porta-voz do governo israelense, David Mencer, afirmou que não há fome causada por Israel. "Trata-se de uma escassez provocada pelo Hamas", disse ele, que acusou o grupo de impedir a distribuição da ajuda e saquear parte dela. O Hamas nega as acusações.

Desde o início da guerra, Israel restringe a entrada de alimentos e combustível em Gaza. Mas, entre março e maio, proibiu completamente a distribuição de ajuda humanitária para pressionar o Hamas a se render, piorando a já severa privação no território.

Enquanto isso, no campo diplomático, uma trégua entrou em um limbo depois que Netanyahu convocou seus negociadores em Doha de volta para Israel. O enviado americano, Steve Witkoff, acusou o Hamas de não negociar de boa-fé. Autoridades de vários países afirmaram, no entanto, que a retirada dos dois países das negociações pode ter sido uma estratégia para obter concessões.

Pressão

A União Europeia endureceu sua posição e ameaçou Israel de sanções, caso o fluxo de ajuda não aumente. Alguns países exigiram "medidas concretas" do bloco diante da crise humanitária. Por isso, a decisão francesa foi significativa. Se Macron levar adiante, a França será o país mais influente a reconhecer a Palestina.

Até o momento, 147 dos 193 membros da ONU reconhecem o Estado palestino, incluindo vários membros da Otan. A notável exceção são os EUA, que influenciam a posição de aliados, como Canadá, Austrália e Reino Unido. Em Londres, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, vem sofrendo enorme pressão de seu gabinete para replicar o gesto de Macron.

Ontem, Starmer disse que pretende conversar hoje com o presidente francês e com o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, para discutir como evitar mais mortes de palestinos. "O sofrimento e a fome em Gaza são indescritíveis e indefensáveis", afirmou o premiê britânico. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que a decisão do governo brasileiro de aderir a uma ação que acusa o país de cometer genocídio na Faixa de Gaza demonstra uma "profunda falha moral" do Brasil.

"A decisão do Brasil de se juntar à ofensiva jurídica contra Israel na CIJ (Corte Internacional de Justiça), ao mesmo tempo em que se retira da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto), é uma demonstração de uma profunda falha moral", afirmou o Ministério das Relações Exteriores de Israel em registro no X nesta quinta-feira, 25.

"Numa época em que Israel luta por sua própria existência, voltar-se contra o Estado judeu e abandonar o consenso global contra o antissemitismo é imprudente e vergonhoso", disse o comunicado.

O governo brasileiro anunciou, na quarta-feira, 23, que está em fase final para submissão de intervenção formal no processo em curso na Corte Internacional de Justiça, movido pela África do Sul com base na Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.

"A decisão fundamenta-se no dever dos Estados de cumprir com suas obrigações de Direito Internacional e Direito Internacional Humanitário", informou o Ministério de Relações Exteriores.

"O Brasil considera que já não há espaço para ambiguidade moral nem omissão política. A impunidade mina a legalidade internacional e compromete a credibilidade do sistema multilateral", observou o ministério, citando os recorrentes episódios de violência contra a população civil no Estado da Palestina, que não se restringem à Faixa de Gaza, mas se estendem à Cisjordânia.