TRE-SP cassa o mandato de Carla Zambelli e determina inelegibilidade de 8 anos

Política
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O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) decidiu nesta quinta-feira, 30, cassar o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL) e determinar sua inelegibilidade por oito anos. A decisão se deu por 5 a 2 na ação proposta pela deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL). O TRE reconheceu ter havido uso indevido dos meios de comunicação e prática de abuso de poder político nas eleições de 2022. Zambelli ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em nota publicada após a decisão, a parlamentar afirmou que "o TRE-SP entendeu por anular os votos de 946.244 cidadãos paulistas e cassar meu mandato de deputada federal".

"Essa decisão não tem efeitos imediatos, e irei continuar representando São Paulo e meus eleitores até o encerramento dos recursos cabíveis. Fica claro que a perseguição política em nosso país, contra os conservadores, é visível como o Sol do meio-dia. Continuarei a lutar todos os dias de minha vida ao lado de vocês, para que tenhamos a esperança de um Brasil próspero e digno para o povo brasileiro", disse Carla Zambelli.

O caso começou ser julgado em dezembro, quando o relator José Antonio Encinas Manfré votou pela cassação pela inelegibilidade. No voto, ele enfatizou que a parlamentar publicou conteúdos que buscavam desacreditar o sistema eleitoral e disseminar informações falsas, como uma notícia inverídica sobre suposta manipulação das urnas eletrônicas em Itapeva, no interior de São Paulo, durante as eleições gerais de 2022.

"Não é demasiado se reconhecer que as condutas da representada alcançaram repercussão e gravidade aptas a influenciar na vontade livre e consciente do eleitor e em prejuízo da isonomia da disputa eleitoral. Portanto, realidades justificadoras da cassação do diploma de deputada federal e da declaração de inelegibilidade, sanções a ela impostas por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação", argumentou.

Encinas Manfré foi acompanhado pelos desembargadores Cotrim Guimarães, Silmar Fernandes e os juízes Rogério Cury e juiz Claudio Langroiva. Votaram contra a cassação Maria Claudia Bedotti e Régis de Castilho.

Para Bedotti, que abriu a divergência, não haveria provas de que os vídeos publicados pela deputada e citados no processo foram suficientes para comprometer a lisura das eleições e a igualdade entre os candidatos.

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Os Estados Unidos e a Argentina anunciaram na segunda-feira que estão trabalhando em um plano para permitir que turistas argentinos voltem a viajar para o território americano sem visto.

Provavelmente, levará de dois a três anos para que a viagem sem visto se torne realidade para os portadores de passaporte argentino, mas a iniciativa da administração Trump para dar início ao processo é um sinal de apoio ao presidente Javier Milei, seu aliado na América do Sul e um querido dos conservadores ao redor do mundo.

O gesto coincidiu com uma visita da secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, a Buenos Aires para reuniões a portas fechadas com Milei e membros de seu governo. Noem assinou a declaração de intenção ao lado da ministra da Segurança, Patricia Bullrich, no escritório de Milei.

O Departamento de Segurança Interna elogiou Milei por reformular a política externa da Argentina em consonância com as dos EUA.

"Sob a liderança do presidente Javier Milei, a Argentina está se tornando um amigo ainda mais forte dos Estados Unidos - mais comprometida do que nunca com a segurança das fronteiras para ambas as nações", citou Noem em uma declaração.

Este primeiro passo em direção à entrada da Argentina no Programa de Isenção de Vistos, acrescentou, "destaca nosso forte relacionamento com a Argentina e nosso desejo mútuo de promover viagens legais, ao mesmo tempo que dissuade ameaças."

O departamento citou a Argentina como tendo a menor taxa de permanência excessiva nos EUA entre os países da América Latina.

Aliado leal de Trump na América do Sul

A remoção dos rigorosos requisitos de visto dos EUA - especialmente em um momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, está apertando as restrições para estrangeiros - seria uma vitória simbólica a Milei, um autodenominado "anarcocapitalista" que chegou ao poder como um outsider de extrema-direita imitando a retórica de Trump contra o politicamente correto e o uso hábil de mídias sociais.

Na convenção do Conservative Political Action Committee em Washington, em fevereiro, ele presenteou o bilionário Elon Musk, então integrante do governo Trump, com uma motosserra para apoiar sua campanha do Departamento de Eficiência Governamental de eliminação do desperdício.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou que sabe "exatamente o que aconteceu" durante os ataques dos Estados Unidos e de Israel contra o país e ameaçou que, se a agressão se repetir, "não hesitaremos em reagir de forma mais decisiva e de uma forma IMPOSSÍVEL de encobrir". A postagem no X, nesta segunda-feira, 28, acontece após o presidente americano, Donald Trump, dizer que "se o Irã começar a usar energia nuclear novamente, nós o eliminaremos rapidamente".

Segundo Araghchi, o bombardeio de instalações nucleares iranianas provou que não há "solução militar". "Se houver preocupações quanto ao possível desvio do nosso programa nuclear para fins não pacíficos, a 'opção militar' se mostrou ineficaz - mas uma solução negociada pode funcionar", defendeu.

De acordo com o representante de Teerã, ainda sobre o programa de energia nuclear, "ninguém em sã consciência" abandonaria os frutos de um enorme investimento em tecnologia nacional e pacífica que está salvando vidas, "simplesmente porque estrangeiros assim o exigem". "Sim, nossas instalações de enriquecimento estão severamente danificadas, mas nossa DETERMINAÇÃO NÃO", escreveu.

O vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, afirmou que o "ultimato" dado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, exigindo cessar-fogo da guerra contra a Ucrânia em 10 dias é uma "ameaça rumo à guerra" com os EUA, em publicação no X nesta tarde.

"Cada novo ultimato é uma nova ameaça e um passo rumo à guerra. Não entre a Rússia e a Ucrânia, mas com o próprio país dele EUA. Não vá pelo caminho do Sleepy Joe!", escreveu, usando como referência o apelido que Trump deu ao seu antecessor, o ex-presidente democrata Joe Biden.

Medvedev acrescentou ainda que Trump "deve se lembrar" que a Rússia não é "Israel ou o Irã", em referência a atuações dos EUA no Oriente Médio.