Diretor da PF diz que não há elementos para indiciar Eduardo e Michelle Bolsonaro

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, disse que a investigação da corporação não encontrou provas suficientes para indiciar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Michelle Bolsonaro (PL) na apuração sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 27, o chefe da PF afirmou que, embora o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid tenha mencionado os dois em delação premiada, não foram obtidos elementos adicionais que comprovassem envolvimento direto deles no caso.

"A investigação apontou elementos relacionados a outras pessoas, mas, no caso concreto, não encontramos provas que confirmassem participação dessas duas pessoas", explicou o diretor da PF. Entre novembro e dezembro de 2024, 40 pessoas foram indiciadas nesse inquérito, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

A delação premiada de Mauro Cid, homologada em setembro de 2023, descreveu três grupos distintos ao redor de Bolsonaro após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. Segundo Cid, enquanto o grupo de "conservadores" buscava transformar Bolsonaro em líder da oposição, o núcleo dos "moderados" rejeitava ações radicais. Já o grupo de "radicais" era dividido entre os que questionavam a integridade das urnas e os que defendiam ações armadas.

No depoimento, Cid destacou que Eduardo e Michelle Bolsonaro estavam no núcleo mais radical e incentivavam Bolsonaro "constantemente" a dar um golpe de Estado. Em resposta, Eduardo Bolsonaro criticou o processo investigativo conduzido pelo STF, afirmando que não há garantias de ampla defesa. Michelle ironizou as acusações em publicações nas redes sociais.

Possibilidade de medida cautelar para Bolsonaro

Andrei também mencionou a possibilidade de determinação de uma medida cautelar para o ex-presidente Jair Bolsonaro: "Qualquer investigado pode ser sujeito de alguma medida cautelar, pode ser sujeito de uma decisão judicial que a Polícia Federal cumprirá", afirmou.

Além do inquérito sobre o golpe, Jair Bolsonaro foi indiciado em outras duas investigações conduzidas pela PF: em março, por suposto esquema de fraude no registro de vacina contra a covid-19, e, em julho, por possível envolvimento na venda de joias sauditas. Todas as investigações aguardam parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se oferecerá denúncia, pedirá novas diligências ou arquivará os casos.

"O relatório apresentado é consistente, com respeito ao devido processo legal e às garantias fundamentais", afirmou Andrei Rodrigues, ao falar sobre o inquérito que investiga a tentativa de golpe.

Regulação de redes sociais é defendida pela PF

Outro tema citado na entrevista foi a regulação das redes sociais. Para Andrei Rodrigues, plataformas como X (antigo Twitter), Instagram e Facebook precisam de normas claras para evitar que sejam usadas como "terra de ninguém" para a prática de crimes.

"O que é crime no mundo real também é crime no virtual. Não estamos falando de censurar críticas ou memes, mas sim de combater práticas criminosas", argumentou. A posição do chefe da PF vai ao encontro de debates no governo Lula e do julgamento no STF sobre a responsabilização das plataformas por conteúdo ilegal postado por usuários.

Críticas ao tratamento a deportados brasileiros

O diretor da PF também criticou o tratamento dado aos 88 brasileiros deportados dos EUA na sexta-feira, 24, que desembarcaram no Brasil algemados e com correntes nos pés. Andrei Rodrigues destacou que não havia justificativa para tal medida, uma vez que os deportados não eram presidiários nem representavam risco.

"É inadmissível que cidadãos brasileiros, ao retornarem ao próprio país, sejam tratados dessa forma. Essa questão envolve dignidade, soberania nacional e segurança aeroportuária", afirmou. Ele explicou que, segundo normas internacionais, a contenção só é permitida durante o voo, e as algemas devem ser retiradas assim que a pessoa chega ao destino.

O governo brasileiro reagiu imediatamente, ordenando a retirada das algemas no aeroporto, fornecendo alimentação e água aos deportados e transportando-os no último trecho da viagem em um avião da FAB sob supervisão nacional. Além disso, o Itamaraty convocou o representante dos EUA no Brasil para prestar esclarecimentos sobre o caso.

"A grande diferença deste episódio para os anteriores é que, desta vez, os brasileiros desembarcaram algemados em solo nacional", concluiu Andrei Rodrigues, reforçando a necessidade de respeito à dignidade e aos direitos humanos.

Em outra categoria

O líder conservador do partido CDU da Alemanha, Friedrich Merz, conseguiu ser eleito o 10º chanceler da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial na segunda rodada de votação realizada no Parlamento alemão nesta terça-feira, 6. Merz perdeu na primeira votação e havia dúvidas sobre a capacidade do líder alemão vencer a nova votação ainda hoje, depois da derrota histórica desta manhã.

Merz recebeu 325 votos no segundo turno. Ele precisava de uma maioria de 316 dos 630 votos em votação secreta, mas recebeu apenas 310 votos no primeiro turno - bem abaixo das 328 cadeiras de sua coalizão.

Segundo a Presidente do Bundestag, Julia Klöckner, a cerimônia de nomeação do conservador deve ocorrer ainda nesta tarde, por volta das 17h (horário local).

*Com informações da Associated Press.

Os quatro aeroportos internacionais ao redor de Moscou suspenderam temporariamente os voos nesta terça-feira, 6, após forças da Rússia interceptarem mais de 100 drones da Ucrânia, que foram disparados contra quase 12 regiões russas na segunda noite consecutiva de ofensivas em que a capital russa é supostamente alvo, de acordo com o Ministério da Defesa em Moscou. Outros nove aeroportos regionais do país também interromperam brevemente suas operações.

O ataque de drones ameaçou o cessar-fogo unilateral, anunciado pelo presidente russo, Vladimir Putin, que deve durar 72 horas, para coincidir com as celebrações em Moscou do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial. O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da China, Xi Jinping, e outros líderes mundiais se reunirão na capital russa nesta quinta-feira.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia instou países estrangeiros a não enviarem representantes militares para participar do desfile. Fonte: Associated Press.

O líder conservador Friedrich Merz não conseguiu ser eleito o 10º chanceler da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial na primeira rodada de votação realizada no Parlamento alemão nesta terça-feira, 6. Merz, do partido União Democrata-Cristã (CDU, pela sigla em alemão), recebeu seis votos a menos que o mínimo necessário para se tornar o novo chanceler do país, frustrando expectativas de uma votação bem-sucedida.

Merz precisava de 316 de um total de 630 votos. Ele recebeu apenas 310 votos. Os partidos alemães deverão agora se reagrupar para discutir o próximo passo, mas ainda não há clareza de quanto tempo o processo poderá levar.

A câmara baixa do Parlamento, conhecida como Bundestag, tem 14 dias para eleger um candidato por maioria absoluta. Em caso de novo fracasso, a Constituição permite que o presidente alemão nomeie o candidato que obtiver mais votos para chanceler ou dissolva o Bundestag e convoque uma nova eleição nacional. Fonte: Associated Press.