Polícia apreende carro suspeito de ter sido usado em ataque ao MST no interior de SP

Política
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A Polícia Civil apreendeu na noite desta segunda-feira, 13, um veículo suspeito de ter sido utilizado pelos autores do ataque ao assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Tremembé (SP), na região do Vale do Paraíba. O atentado, ocorrido na última sexta-feira, 10, deixou dois mortos e seis feridos.

Segundo boletim de ocorrência obtido pelo Estadão, os investigadores do caso receberam informações de que um dos carros usados no crime estaria escondido em um terreno vazio no Parque Aeroporto, bairro de Taubaté, cidade vizinha a Tremembé.

Os policiais montaram uma vigília em frente ao local, que estava fechado com um portão de chapa e cercado por madeiras. Durante a observação, notaram a movimentação suspeita de um homem correndo dentro do terreno e imediatamente entraram no local para tentar abordá-lo. Segundo o boletim de ocorrência, por conta da pouca iluminação e da existência de uma saída nos fundos do terreno, o suspeito conseguiu fugir sem ser identificado.

Enquanto buscavam o suspeito, os policiais localizaram um VW Gol branco com o emplacamento coberto, escondido dentro do matagal. Foi solicitada a perícia no veículo para buscar impressões digitais. O carro foi apreendido e encaminhado ao pátio credenciado para os procedimentos de investigação.

O ataque ao assentamento Olga Benário resultou na morte de dois integrantes do movimento: Valdir Nascimento, o Valdirzão, de 52 anos, e Gleison Barbosa, o Guegue, de 28 anos. Lideranças do MST que presenciaram o ataque falam em pelo menos 10 criminosos, mas até o momento a polícia só prendeu um suspeito: Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como "Nero do Piseiro". Ele é apontado pela investigação como o mandante do crime.

No domingo, a Justiça decretou a prisão preventiva de Nero e de Ítalo Rodrigues da Silva, identificado como seu comparsa. Até a manhã desta terça-feira, porém, Ítalo permanecia foragido.

A Polícia Civil tenta identificar outros envolvidos no ataque. A principal linha de investigação é de que o crime teria sido motivado pela disputa por um dos lotes do assentamento. No entanto, como mostrou a Coluna do Estadão, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, desconfia que o ataque tenha sido ordenado por um mandante ligado à exploração imobiliária da região.

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Confrontos intensificaram-se na cidade de Sweida, no sul da Síria, nesta quarta-feira, 16, após o colapso de um cessar-fogo entre as forças governamentais e grupos armados drusos, enquanto Israel ameaçava aumentar seu envolvimento, dizendo apoiar a minoria religiosa drusa.

O exército israelense atacou perto da entrada do Ministério da Defesa da Síria em Damasco e alvejou o mesmo local várias horas depois com um ataque maior. Israel também lançou uma série de ataques aéreos em comboios de forças governamentais no sul da Síria desde que os confrontos eclodiram e reforçou as forças na fronteira.

O Ministério da Defesa da Síria havia culpado anteriormente as milícias na área de maioria drusa de Sweida por violar um acordo de cessar-fogo que havia sido alcançado na terça-feira, fazendo com que soldados do exército sírio revidassem. Disse que estavam "aderindo às regras de engajamento para proteger os residentes, evitar danos e garantir o retorno seguro daqueles que deixaram a cidade de volta para suas casas".

Enquanto isso, continuaram a surgir relatos de ataques a civis, e drusos com familiares na zona de conflito procuravam desesperadamente informações sobre seu destino em meio a apagões de comunicação.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ameaçou aumentar a participação em defesa dos drusos e disse que o exército israelense "continuará a atacar as forças do regime até que se retirem da área". O primeiro-ministro isralense, Benjamin Netanyahu, afirmou tem "um compromisso de preservar a região sudoeste da Síria como uma área desmilitarizada na fronteira de Israel" e "uma obrigação de proteger os locais drusos."

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão/Broadcast. Saiba mais em nossa Política de IA.

Drones atacaram campos de petróleo na região semiautônoma curda no norte do Iraque nesta quarta-feira, o mais recente de uma série de ataques nos últimos dias que colocaram várias instalações petrolíferas fora de operação. Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelos ataques, que exacerbaram as tensões entre o governo central em Bagdá e as autoridades curdas.

O departamento antiterrorismo da região curda disse que dois drones atacaram um campo de petróleo no distrito de Zakho, causando danos, mas sem feridos.

A DNO ASA, empresa norueguesa de petróleo e gás que opera o campo, disse que suas operações foram temporariamente suspensas após três explosões envolvendo um pequeno tanque de armazenamento em Tawke e equipamentos de processamento de superfície em Peshkabir. A empresa afirmou que não houve feridos e que uma avaliação dos danos estava em andamento.

Horas depois, o departamento antiterrorismo informou que o campo de petróleo de Baadre, localizado no distrito de Sheikhan, na província de Dohuk, foi alvo de um ataque de drone. Não houve feridos. Vídeos mostraram uma coluna de fumaça subindo sobre colinas áridas.

Os ataques ocorreram um dia após outro campo de petróleo na província de Dohuk, operado por uma empresa americana, ter sido incendiado, também após ser atingido por um drone.

O Ministério dos Recursos Naturais da região curda afirmou que os ataques têm como objetivo "desestabilizar a economia da região do Curdistão e ameaçar a segurança dos funcionários civis do setor de energia", e pediu às autoridades federais que interviessem para detê-los.

O especialista em indústria petrolífera iraquiana Hamza al-Jawahiri disse que o ataque a campos de petróleo na região curda não afetaria os preços globais do petróleo e que a produção de petróleo no sul do Iraque é suficiente para compensar qualquer escassez resultante. Os campos no norte do Iraque produzem cerca de 500 mil barris por dia (bpd).

O Conselho da União Europeia (UE) anunciou na noite desta terça-feira, 16, novas sanções contra indivíduos e entidades russas, em resposta a "graves violações ou abusos de direitos humanos" e a "ações desestabilizadoras" promovidas por Moscou tanto na Rússia quanto no exterior.

Em um dos comunicados, a UE impôs medidas restritivas a nove indivíduos e seis entidades envolvidas em ações híbridas e desinformação, com foco especial na manipulação de informações estrangeiras (FIMI). Entre os alvos está a rede estatal RTRS, acusada de substituir os sistemas de radiodifusão ucranianos nas áreas ocupadas e de veicular "conteúdo aprovado pelo governo russo" com o objetivo de "suprimir dissidências" e "deslegitimar o governo da Ucrânia".

A lista inclui também um Centro de Guerra Eletrônica russo e oficiais responsáveis por operações na região de Kaliningrado, de onde partiriam interferências que afetam a aviação civil na Europa, além de entidades como a Associação de Jornalistas dos Brics (BJA, em inglês) e o Centro de Expertise Geopolítica, acusados pelo bloco de promover campanhas de desinformação.

A BJA é uma entidade não oficial e independente, criada por jornalistas dos países do Brics para promover cooperação e coordenação midiática, embora venha sendo mencionada pela UE em contextos de campanhas com propaganda pró-Rússia.

Em outro comunicado, a UE listou cinco pessoas responsáveis por perseguições políticas, incluindo membros do Judiciário russo envolvidos na condenação do ativista Alexei Gorinov, sentenciado a três anos adicionais de prisão sob "acusações politicamente motivadas" por criticar a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Segundo a UE, Gorinov "foi submetido a maus-tratos, incluindo cuidados médicos inadequados, confinamento prolongado em celas de isolamento e privação de sono".

Os sancionados terão bens congelados e estão proibidos de acessar recursos financeiros da UE. Também estarão impedidos de entrar ou transitar por territórios do bloco. "A UE permanece firme na sua condenação às violações de direitos humanos e repressões na Rússia", afirmou o Conselho.

No total, 47 indivíduos e 15 entidades já foram sancionados no âmbito do regime europeu de resposta a ameaças híbridas e repressões russas.