'Acabou a entrevista', diz Bolsonaro ao ser questionado sobre decisão do STJ

Política
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O presidente Jair Bolsonaro encerrou nesta quarta-feira, 24, uma entrevista em Rio Branco, no Acre, após ser questionado sobre a anulação da quebra do sigilo bancário do seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Irritado, o presidente anunciou o fim da coletiva de imprensa antes mesmo da conclusão da pergunta.

"Acabou a entrevista", declarou Bolsonaro, deixando o local em seguida. Na tarde desta terça-feira, 23, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu acolher um dos pedidos da defesa de Flávio e anular a quebra do sigilo bancário e fiscal do parlamentar no âmbito das investigações das "rachadinhas".

Por 4 votos a 1, a Quinta Turma do STJ derrubou a quebra de sigilo. A maioria dos magistrados divergiu do relator do caso, ministro Felix Fischer, que votou por negar o pedido da defesa de Flávio. Como o Estadão mostrou, a decisão do STJ deve levar ao esvaziamento da denúncia apresentada contra o senador na investigação que apura indícios de desvios de salários de funcionários em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio, quando ele era deputado estadual.

O caso é investigado desde 2018. Em novembro do ano passado, Flávio foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O STJ ainda irá julgar outros recursos relacionados ao processo. Um deles trata da análise sobre a legalidade de compartilhamento de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com o Ministério Público do Rio.

Foi o relatório do Coaf, revelado pelo Estadão, que subsidiou as investigações e apontou movimentação atípica de recursos de R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, em uma conta no nome de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio. Queiroz hoje está em prisão domiciliar. De acordo com o Ministério Público do Rio, o total desviado foi de R$ 6,1 milhões.

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O Departamento do Tesouro americano confirmou nesta quarta-feira, 30, a assinatura de um acordo para estabelecer o Fundo de Investimento para a Reconstrução da Ucrânia.

"Esta parceria econômica posiciona nossos dois países para trabalhar em colaboração e investir juntos para garantir que nossos ativos, talentos e capacidades mútuos possam acelerar a recuperação econômica da Ucrânia", diz o comunicado do departamento americano.

"Como disse o Presidente, os Estados Unidos estão comprometidos em ajudar a facilitar o fim desta guerra cruel e sem sentido. Este acordo sinaliza claramente à Rússia que o Governo Trump está comprometido com um processo de paz centrado em uma Ucrânia livre, soberana e próspera a longo prazo", afirma o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, no comunicado.

"E para deixar claro, nenhum Estado ou pessoa que financiou ou forneceu a máquina de guerra russa poderá se beneficiar da reconstrução da Ucrânia", pontua Bessent.

O Tesouro disse que tanto os Estados Unidos quanto o governo da Ucrânia estão ansiosos para operacionalizar rapidamente a parceria econômica histórica para os povos ucraniano e americano.

O acordo concederá aos EUA acesso privilegiado a novos projetos de investimento para desenvolver os recursos naturais ucranianos, incluindo alumínio, grafite, petróleo e gás natural, segundo informou a Bloomberg.

Acordo ocorre após semanas de negociações e tensões entre Washington e Kiev. Em 28 de fevereiro, o presidente e vice-presidente dos EUA, Donald Trump e JD Vance, discutiram, publicamente e em tom muito duro, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma transmissão ao vivo do Salão Oval da Casa Branca. O encontro frustrou a expectativa de assinatura de um acordo na ocasião. Após a discussão, o presidente ucraniano deixou o local.

No último fim de semana, em encontro paralelo ao funeral do papa Francisco, em Roma, Trump e Zelensky tiveram uma reunião.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, "pode ficar o quanto quiser no governo" e que ele "tem ajudado o país de maneira tremenda, mas quer voltar para casa, para seus carros" na Tesla.

As declarações foram feitas durante uma reunião de gabinete com a equipe do governo republicano.

Trump também afirmou que Musk tem feito "sacrifícios" pelo país e voltou a agradecer ao CEO da Tesla. "Esse cara tem sido tratado de maneira muito maldosa ultimamente. Mas saiba que os americanos estão do seu lado", declarou.

Musk, por sua vez, agradeceu a Trump, mas não comentou se continuará à frente do Doge.

O Paquistão afirmou nesta quarta-feira, 30, que possui "informações confiáveis" de que a Índia planeja realizar um ataque militar no país nas próximas 24 a 36 horas "sob o pretexto de alegações infundadas e inventadas de envolvimento" e prometeu responder "com muita veemência".

Não houve comentários imediatos de autoridades indianas, mas representantes do governo da Índia disseram que o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, "deu total liberdade operacional às forças armadas para decidir sobre o modo, os alvos e o momento da resposta da Índia ao massacre de Pahalgam".

A tensões entre Índia e Paquistão têm aumentado, após um ataque mortal a turistas na Caxemira - região que é dividida entre Índia e Paquistão e reivindicada por ambos em sua totalidade - na semana passada. O lado indiano busca punir o Paquistão e acusa-o de apoiar o ataque em Pahalgam, o que o lado paquistanês nega.