PP rompe com Nunes após vereador do MDB pedir cassação da chapa do partido em SP

Política
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O vereador Major Palumbo, líder do PP na Câmara Municipal de São Paulo, disse nesta terça-feira, 3, que o partido não faz mais parte da base de apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB). O motivo do rompimento é uma ação do vereador Paulo Frange (MDB), do mesmo partido de Nunes, que pediu à Justiça Eleitoral no domingo, 29, a impugnação da chapa de vereadores do PP por fraude à cota de gênero. O PT também apresentou uma ação idêntica.

Secretário de Relações Institucionais da Prefeitura e também presidente municipal do MDB, Enrico Misasi afirma que ação protocolada por Frange foi uma "decisão individual" do vereador e que ele não comunicou à sigla nem ao prefeito que acionaria a Justiça (veja abaixo).

O PP dobrou de tamanho na última eleição e terá quatro vereadores a partir de 2025. Além de Palumbo, ocuparão uma cadeira no Legislativo paulistanos Janaína Paschoal, Dr. Murillo Lima e Sargento Nantes. Se a Justiça Eleitoral decidir cassar a chapa, um novo cálculo será feito para a redistribuição das vagas para outros partidos. A medida tem potencial para beneficiar Frange, que não conseguiu ser reeleito para seu sétimo mandato, mas ficou como primeiro suplente do MDB.

"Vem aqui contar na minha cara, não tenho problema nenhum de falar com ninguém. Agora, vocês querem tirar o direito lícito e justo de quem concorreu ao pleito. O cara ganhou no campo, nas quatro linhas, e agora querem ganhar no tapetão? Não vão ganhar", disse Palumbo durante reunião do Colégio de Líderes na tarde desta terça-feira, 3. "O PP está saindo da base do governo. Não vamos tolerar esse tipo de política. Vocês [MDB] estão juntos com o PT nessa. A ação é idêntica", finalizou.

O rompimento ocorre em meio às negociações para ampliar o espaço do PP na gestão Nunes. Lideranças do partido se reuniram com o prefeito na segunda-feira, 2, para discutir o tema, mas não ficou definido quais secretarias serão comandadas pela sigla. Novas conversas estão previstas para a semana que vem.

"Essa ação é uma decisão individual e não comunicada pelo vereador Paulo Frange. Não foi conversada com ninguém do MDB e nem com o prefeito. Ficamos sabendo pela mídia que ele entrou com a ação. O MDB respeita o voto popular. O PP é um parceiro de primeira ordem do governo do prefeito Ricardo Nunes e elegeu uma boa bancada com a qual queremos trabalhar juntos", disse o secretário Enrico Misasi.

O Estadão entrou em contato com o vereador Paulo Frange e com o PT, mas ainda não havia obtido uma resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Na ação, os advogados de Frange afirmam que o PP fraudou a cota de gênero que determina que ao menos 30% da chapa seja formada por candidaturas femininas. O argumento é que o partido lançou quatro candidaturas fictícias de mulheres com o objetivo de cumprir a exigência.

Elas tiveram, respectivamente 55, 18, 59 e 89 votos. A peça argumenta que duas das mulheres apresentaram prestação de contas zerada, ou seja, não declararam nem receitas nem despesas de campanha, enquanto a terceira teve a candidatura impugnada por não ter prestado contas em 2014. A quarta candidata declarou R$ 6 mil em despesas, mas sem apontar receitas.

Ainda segundo a ação, não há registro de atos efetivos de campanha de nenhuma das quatro candidatas. "Foram mulheres colocadas apenas pra cumprir uma cota, e não pra serem candidatas efetivamente. Está escancaradamente presente a fraude à cota de gênero", disse ao Estadão Márlon Reis, um dos advogados que assina o pedido de cassação da chapa do PP. Ele espera que o processo seja julgado até o primeiro semestre do ano que vem.

Reis afirma que a ação está embasada na súmula 73 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em maio deste ano, o tribunal aprovou o entendimento de que a fraude de gênero ocorre se ao menos uma das seguintes condições estiverem presentes: votação zerada ou inexpressiva; prestação de contas zerada, padronizada ou ausência de movimentação financeira relevante; e ausência de atos efetivos de campanha, divulgação ou promoção da candidatura de terceiros.

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O braço das Forças Armadas do Iêmen ligado ao movimento houthi anunciou neste domingo, 27, que promoverá uma escalada nas suas operações militares contra Israel, diante do aumento da crise humanitária em Gaza. Segundo os iemenitas, a nova fase inclui o bombardeio a navios de empresas que negociam com os israelenses.

"As Forças Armadas do Iêmen alertam todas as empresas para que cessem imediatamente qualquer relação com os portos do inimigo israelense a partir do momento em que esta declaração for anunciada. Caso contrário, seus navios, independentemente do destino, serão alvos em qualquer lugar que esteja ao alcance de nossos mísseis e drones", afirmou em comunicado o porta-voz das Forças Armadas iemenitas, Yahya Saree.

De acordo com Saree, o Iêmen tem "uma responsabilidade religiosa, moral e humanitária" para com os palestinos de Gaza, que têm sofrido "massacres horríveis, brutais e sem precedentes na história contemporânea" por parte do regime de Benjamin Nethanyahu.

As operações militares, segundo o porta-voz,"cessarão imediatamente após o fim da agressão contra Gaza e a suspensão do bloqueio" de Israel à região palestina ocupada.

"As Forças Armadas do Iêmen apelam a todos os países: se quiserem evitar essa escalada, pressionem o inimigo para interromper sua agressão e suspender o bloqueio à Faixa de Gaza", afirmou Saree.

* Conteúdo traduzido com auxílio de inteligência artificial, revisado e editado pela redação da Broadcast

A Rússia abriu neste domingo, 27, uma ligação aérea regular entre Moscou (capital russa) e Pyongyang (capital da Coreia do Norte), em um movimento que reflete os laços cada vez mais estreitos entre os dois países. O primeiro voo operado pela companhia aérea russa Nordwind decolou do aeroporto Sheremetyevo, de Moscou, transportando mais de 400 passageiros. O Ministério dos Transportes da Rússia disse que haverá um voo por mês para atender à demanda.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, que visitou o novo resort de praia Wonsan-Kalma, da Coreia do Norte, no início deste mês, para se encontrar com o líder norte-coreano Kim Jong-un, prometeu incentivar os turistas russos a visitar o complexo.

O resort, que pode acomodar quase 20 mil pessoas, está no centro do impulso de Kim para aumentar o turismo a fim de melhorar a economia de seu país. A Coreia do Norte vem aliviando lentamente as restrições impostas durante a pandemia e reabrindo suas fronteiras em fases. Mas o país não disse se retomaria totalmente o turismo internacional.

Voos regulares entre a cidade portuária oriental da Rússia de Vladivostok e Pyongyang foram reabertos em 2023 após uma pausa causada pela pandemia de coronavírus. A Rússia e a Coreia do Norte expandiram significativamente os laços militares e outros nos últimos anos, com Pyongyang fornecendo armas e tropas para apoiar a ação militar da Rússia na Ucrânia.

* Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial

Rebeldes apoiados pelo Estado Islâmico atacaram uma igreja católica no leste da República do Congo neste domingo, 27, matando pelo menos 34 pessoas, de acordo com um líder da sociedade civil local. Dieudonne Duranthabo, um coordenador da sociedade civil em Komanda, na província de Ituri, disse à Associated Press que os agressores invadiram a igreja na cidade de Komanda por volta da 1h da manhã. Várias casas e lojas também foram queimadas.

"Os corpos das vítimas ainda estão no local da tragédia, e voluntários estão se preparando para enterrá-los em uma vala comum em um complexo da igreja católica", disse Duranthabo. Imagens de vídeo do local compartilhadas online pareciam mostrar estruturas em chamas e corpos no chão da igreja. Aqueles que conseguiram identificar algumas das vítimas choravam, enquanto outros ficaram em choque.

Pelo menos outras cinco pessoas foram mortas em um ataque anterior na vila vizinha de Machongani. "Eles levaram várias pessoas para o mato; nós não sabemos o seu destino ou o seu número", disse Lossa Dhekana, um líder da sociedade civil em Ituri, à AP.

Acredita-se que ambos os ataques tenham sido realizados por membros da Força Democrática Aliada (ADF, na sigla em inglês) armados com armas de fogo e facões. Esse grupo rebelde é afiliado ao Estado Islâmico. Os agressores vieram de um reduto a cerca de 12 quilômetros de Komanda e fugiram antes da chegada das forças de segurança.

Duranthabo condenou a violência no que ele chamou de "uma cidade onde todos os oficiais de segurança estão presentes". Ele pediu uma intervenção militar imediata, alertando que "o inimigo ainda está perto de nossa cidade".

Ataques

O leste do Congo sofreu ataques mortais nos últimos anos por grupos armados, incluindo o ADF e rebeldes apoiados por Ruanda. O ADF, que tem laços com o Estado Islâmico, opera na fronteira entre Uganda e Congo e frequentemente tem civis como alvo. O grupo matou dezenas de pessoas em Ituri no início deste mês em um episódio que um porta-voz das Nações Unidas descreveu como um banho de sangue.

A ADF foi formada por pequenos grupos distintos em Uganda no final dos anos 1990, após alegado descontentamento com o presidente Yoweri Museveni. Em 2002, após ofensivas militares das forças ugandenses, o grupo mudou suas atividades para o Congo e, desde então, tem sido responsável pelo assassinato de milhares de civis. Em 2019, o grupo jurou lealdade ao Estado Islâmico.

O Exército congolês (FARDC) há muito tempo tem dificuldades para conter o grupo, especialmente em meio a conflitos renovados envolvendo o movimento rebelde M23 apoiado pela vizinha Ruanda. (Com Associated Press)