Para aliados de Bolsonaro, investigação da PF sobre tentativa de golpe é 'cortina de fumaça'

Política
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Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usaram as redes sociais na manhã desta terça-feira, 19, para afirmar que a Operação Contragolpe da Polícia Federal (PF), que prendeu cinco suspeitos de tentativa de golpe contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é uma "cortina de fumaça" para tentar associar uma suposta participação de Jair Bolsonaro (PL) na trama golpista.

O plano, segundo as investigações, envolvia o assassinato de Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para ser executado em 15 de dezembro de 2022.

O filho do ex-presidente e senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), escreveu em seu perfil do X (antigo Twitter) que "por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime", afirmando na sequência que é autor de um projeto de lei que criminaliza ato preparatório de crimes como esse. "Decisões judiciais sem amparo legal são repugnantes e antidemocráticas", escreveu o senador.

Respondendo à postagem, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que "já não seguem a lei faz tempo", sem citar nomes, e disse que a operação da PF se trata de "cortina de fumaça". "E pior é quererem ver a montagem de cortinas de fumaça para tentar ligar isso ao nosso presidente. É repugnante", escreveu, se referindo ao ex-presidente.

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) compartilhou a publicação de Flávio, mencionando um "ensinamento" do "professor" Olavo de Carvalho, o guru do bolsonarismo: "Ou vocês prendem os comunistas pelos crimes que eles cometeram ou eles o prenderão pelos crimes que vocês não cometeram".

Outro filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) qualificou a prisão dos suspeitos de golpe como "guerra de narrativas", citando o atentado a bombas da semana passada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), que chamou de "exploração política do cadáver na Praça dos Três Poderes", a invasão golpista de 8 de Janeiro, e as investigações que miram Bolsonaro, como o caso das joias árabes e do cartão de vacina, como se fossem todos frutos de ataques "mirando a direita".

"O povo não aguenta mais esta guerra de narrativas sempre mirando na direita. 2026 haverá respostas, tal qual EUA em 2024", afirmou o filho de Bolsonaro - que segue inelegível até 2030.

O advogado do ex-presidente, Fábio Wajngarten, compartilhou uma foto do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, em entrevista a jornalistas, com a manchete "Ministro de Lula: Operação da PF envolve núcleo de poder de Bolsonaro", afirmando que a fala é absolutamente inconsequente". "Como o governo não tem nada para mostrar nem falar, voltamos para a pauta do governo anterior", escreveu.

Os presos nesta terça-feira foram Mário Fernandes, general reformado que foi secretário-executivo da Presidência da República no governo de Bolsonaro e ex-assessor do ex-ministro da Saúde e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), um policial federal e três "kids pretos", que são militares do Comando de Operações Especiais do Exército, e um policial federal.

Enquanto as redes de governistas seguem tomadas pelo assunto, aliados do ex-presidente tentaram mudar o foco e não repercutir o caso. No lugar, os temas principais são pautas econômicas atacando o governo Lula, supostas isenções fiscais envolvendo empresa do influenciador Felipe Neto, um sonhado retorno de Bolsonaro, inelegível até 2030, à Presidência em 2026 após Donald Trump ser eleito nos Estados Unidos, e o desempenho do Brasil no G20.

Entenda o caso

As prisões na manhã desta terça-feira fazem parte da Operação Contragolpe, que identificou um "detalhado planejamento operacional" chamado "Punhal Verde e Amarelo", previsto para ser executado em 15 de dezembro de 2022, com o assassinato de Lula e de Alckmin. O plano também incluía a execução de Moraes, que era monitorado continuamente, caso o golpe fosse consumado.

A operação investiga supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O Exército acompanhou as diligências em razão da participação de militares na quadrilha sob investigação, que foram realizadas no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um "Gabinete Institucional de Gestão de Crise", a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações", indicou a PF.

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O braço das Forças Armadas do Iêmen ligado ao movimento houthi anunciou neste domingo, 27, que promoverá uma escalada nas suas operações militares contra Israel, diante do aumento da crise humanitária em Gaza. Segundo os iemenitas, a nova fase inclui o bombardeio a navios de empresas que negociam com os israelenses.

"As Forças Armadas do Iêmen alertam todas as empresas para que cessem imediatamente qualquer relação com os portos do inimigo israelense a partir do momento em que esta declaração for anunciada. Caso contrário, seus navios, independentemente do destino, serão alvos em qualquer lugar que esteja ao alcance de nossos mísseis e drones", afirmou em comunicado o porta-voz das Forças Armadas iemenitas, Yahya Saree.

De acordo com Saree, o Iêmen tem "uma responsabilidade religiosa, moral e humanitária" para com os palestinos de Gaza, que têm sofrido "massacres horríveis, brutais e sem precedentes na história contemporânea" por parte do regime de Benjamin Nethanyahu.

As operações militares, segundo o porta-voz,"cessarão imediatamente após o fim da agressão contra Gaza e a suspensão do bloqueio" de Israel à região palestina ocupada.

"As Forças Armadas do Iêmen apelam a todos os países: se quiserem evitar essa escalada, pressionem o inimigo para interromper sua agressão e suspender o bloqueio à Faixa de Gaza", afirmou Saree.

* Conteúdo traduzido com auxílio de inteligência artificial, revisado e editado pela redação da Broadcast

A Rússia abriu neste domingo, 27, uma ligação aérea regular entre Moscou (capital russa) e Pyongyang (capital da Coreia do Norte), em um movimento que reflete os laços cada vez mais estreitos entre os dois países. O primeiro voo operado pela companhia aérea russa Nordwind decolou do aeroporto Sheremetyevo, de Moscou, transportando mais de 400 passageiros. O Ministério dos Transportes da Rússia disse que haverá um voo por mês para atender à demanda.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, que visitou o novo resort de praia Wonsan-Kalma, da Coreia do Norte, no início deste mês, para se encontrar com o líder norte-coreano Kim Jong-un, prometeu incentivar os turistas russos a visitar o complexo.

O resort, que pode acomodar quase 20 mil pessoas, está no centro do impulso de Kim para aumentar o turismo a fim de melhorar a economia de seu país. A Coreia do Norte vem aliviando lentamente as restrições impostas durante a pandemia e reabrindo suas fronteiras em fases. Mas o país não disse se retomaria totalmente o turismo internacional.

Voos regulares entre a cidade portuária oriental da Rússia de Vladivostok e Pyongyang foram reabertos em 2023 após uma pausa causada pela pandemia de coronavírus. A Rússia e a Coreia do Norte expandiram significativamente os laços militares e outros nos últimos anos, com Pyongyang fornecendo armas e tropas para apoiar a ação militar da Rússia na Ucrânia.

* Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial

Rebeldes apoiados pelo Estado Islâmico atacaram uma igreja católica no leste da República do Congo neste domingo, 27, matando pelo menos 34 pessoas, de acordo com um líder da sociedade civil local. Dieudonne Duranthabo, um coordenador da sociedade civil em Komanda, na província de Ituri, disse à Associated Press que os agressores invadiram a igreja na cidade de Komanda por volta da 1h da manhã. Várias casas e lojas também foram queimadas.

"Os corpos das vítimas ainda estão no local da tragédia, e voluntários estão se preparando para enterrá-los em uma vala comum em um complexo da igreja católica", disse Duranthabo. Imagens de vídeo do local compartilhadas online pareciam mostrar estruturas em chamas e corpos no chão da igreja. Aqueles que conseguiram identificar algumas das vítimas choravam, enquanto outros ficaram em choque.

Pelo menos outras cinco pessoas foram mortas em um ataque anterior na vila vizinha de Machongani. "Eles levaram várias pessoas para o mato; nós não sabemos o seu destino ou o seu número", disse Lossa Dhekana, um líder da sociedade civil em Ituri, à AP.

Acredita-se que ambos os ataques tenham sido realizados por membros da Força Democrática Aliada (ADF, na sigla em inglês) armados com armas de fogo e facões. Esse grupo rebelde é afiliado ao Estado Islâmico. Os agressores vieram de um reduto a cerca de 12 quilômetros de Komanda e fugiram antes da chegada das forças de segurança.

Duranthabo condenou a violência no que ele chamou de "uma cidade onde todos os oficiais de segurança estão presentes". Ele pediu uma intervenção militar imediata, alertando que "o inimigo ainda está perto de nossa cidade".

Ataques

O leste do Congo sofreu ataques mortais nos últimos anos por grupos armados, incluindo o ADF e rebeldes apoiados por Ruanda. O ADF, que tem laços com o Estado Islâmico, opera na fronteira entre Uganda e Congo e frequentemente tem civis como alvo. O grupo matou dezenas de pessoas em Ituri no início deste mês em um episódio que um porta-voz das Nações Unidas descreveu como um banho de sangue.

A ADF foi formada por pequenos grupos distintos em Uganda no final dos anos 1990, após alegado descontentamento com o presidente Yoweri Museveni. Em 2002, após ofensivas militares das forças ugandenses, o grupo mudou suas atividades para o Congo e, desde então, tem sido responsável pelo assassinato de milhares de civis. Em 2019, o grupo jurou lealdade ao Estado Islâmico.

O Exército congolês (FARDC) há muito tempo tem dificuldades para conter o grupo, especialmente em meio a conflitos renovados envolvendo o movimento rebelde M23 apoiado pela vizinha Ruanda. (Com Associated Press)