Barroso sobre atos golpistas: Anistia antes da condenação é um equívoco

Política
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, avalia como um "equívoco" conceder anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro antes mesmo da condenação. "A anistia antes mesmo da condenação parte do pressuposto de que não aconteceu nada grave nem relevante, acho que é um equívoco", declarou a jornalistas há pouco, na sede da Corte.

"A discussão sobre anistia é uma discussão própria do Congresso, pela Constituição. Agora, geralmente você não anistia antes sequer de ter julgado, e acho que passar a mão na cabeça em episódios como o que ocorreram aqui isso aqui foi tudo destruído, com pessoas que se articularam. O discurso de que algumas pessoas inocentes e ingênuas estiveram aqui não é um discurso verdadeiro", afirmou.

Barroso também disse que os inquéritos que investigam os autores intelectuais e financiadores dos atos de 8 de janeiro estão "perto do fim". Ele disse que teve essa impressão após conversas com o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos sobre o 8 de janeiro, e com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos. "Acho que nós já estamos perto do fim para esse material ser entregue ao procurador-geral da República, que aí, sim, vai verificar em relação a quem há provas e em relação a quem não há provas", afirmou.

Entre os investigados como autor intelectual dos atos está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Barroso avaliou ainda que "já está em boa hora de nós conseguirmos concluir essa investigação, uma investigação complexa, com muitas testemunhas, muitas pessoas ouvidas".

'Não houve falha alguma na segurança, pelo contrário'

Barroso negou que uma falha de segurança no Tribunal tenha facilitado o atentado na Praça dos Três Poderes. Um homem morreu após detonar explosivos em frente ao STF na noite de ontem. "Absolutamente não houve falha alguma na segurança, pelo contrário. A Polícia Judicial e os agentes de segurança prontamente interceptaram a pessoa, que ameaçadoramente se aproximou do prédio, e evitaram que ele entrasse", disse a jornalistas, há pouco.

Barroso se reuniu na tarde de hoje com a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). O ministro disse que ela "ofereceu toda a ajuda possível" para as investigações, realizadas pela Polícia Federal (PF) e relatadas pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo. De acordo com Barroso, ainda não se sabe se o atentado foi um ato solitário ou se foi planejado em grupo. "A investigação ainda está em curso, portanto, não há um conhecimento completo do que ocorreu, se foi uma pessoa solitária, se foi um grupo."

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A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) anunciou neste domingo, 4, a retirada da Nicarágua da agência especializada das Nações Unidas (ONU) por causa da concessão de um prêmio da organização que celebra a liberdade de imprensa a um jornal nicaraguense, o La Prensa.

A diretora geral da Unesco, Audrey Azoulay, anunciou que havia recebido uma carta na manhã de domingo do governo nicaraguense anunciando sua retirada devido à atribuição do Prêmio Mundial de Liberdade de Imprensa Unesco/Guillermo Cano.

"Lamento essa decisão, que privará o povo da Nicarágua dos benefícios da cooperação, especialmente nos campos da educação e da cultura. A Unesco está totalmente dentro de suas atribuições quando defende a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa em todo o mundo", disse Azoulay em comunicado.

A Nicarágua era um dos 194 estados membros da organização. Os membros da Unesco criaram o prêmio de liberdade de imprensa em 1997, e o prêmio de 2025 foi atribuído no sábado ao La Prensa por recomendação de um júri internacional de profissionais da mídia.

32 pessoas foram resgatadas após um naufrágio na praia de South Beach, em Miami, na tarde do sábado, 3. Segundo autoridades locais, o acidente aconteceu no fim da tarde, por volta das 17h (16h horário de Brasília), próximo à Ilha Monumento Flager e todas as pessoas a bordo foram resgatadas sem ferimentos.

Ainda não há informações sobre o que causou o acidente. De acordo com a mídia local, o iate de luxo seria da marca Lamborghini e as equipes trabalham para recuperar a embarcação, que não representa risco à navegação local.

Nas redes sociais, diversos registros mostram o barco afundando na vertical. Em imagens publicadas pela guarda costeira americana, os tripulantes vestiram coletes salva-vidas e aguardavam o resgate na parte superior do iate.

A operação de resgate contou com a participação de diversas agências, incluindo a comissão de conservação de peixes e vida selvagem da Flórida e a guarda costeira americana.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou neste domingo, 4, que Moscou ainda não viu a necessidade de usar armas nucleares na Ucrânia e que ele espera que o país não precise optar pela alternativa nuclear contra seus vizinhos no Leste Europeu.

Em comentários exibidos em um filme da televisão estatal russa sobre seu quarto de século no poder, Putin disse que a Rússia tem a força e os meios para levar o conflito na Ucrânia a uma "conclusão lógica".

Respondendo a uma pergunta sobre os ataques ucranianos em território russo, Putin disse: "Não houve necessidade de usar essas armas (nucleares) e espero que não sejam necessárias."

"Temos força e meios suficientes para levar o que foi iniciado em 2022 a uma conclusão lógica, com o resultado que a Rússia exige", disse ele.

Doutrina nuclear

Putin assinou uma versão reformulada da doutrina nuclear russa em novembro de 2024, especificando as circunstâncias que lhe permitem usar o arsenal atômico de Moscou, o maior do mundo. Essa versão reduziu o nível de exigência, dando-lhe essa opção em resposta até mesmo a um ataque convencional apoiado por uma potência nuclear.

No filme estatal, Putin também disse que a Rússia não lançou uma invasão em grande escala na Ucrânia e chamou a guerra contra o país vizinho de "operação militar especial".

Acordo de Paz

Durante o filme estatal, Putin afirmou que a reconciliação com a Ucrânia era "inevitável". Mas os dois países seguem em desacordo sobre propostas de cessar-fogo.

O Kremlin anunciou uma trégua "por motivos humanitários" que começará no dia 8 de maio até o final de 10 de maio para marcar a derrota da Alemanha nazista por Moscou em 1945 - o maior feriado secular da Rússia.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou na sexta-feira, 2, que o anúncio de Moscou de um cessar-fogo de 72 horas era apenas uma tentativa de criar uma "atmosfera amena" antes das celebrações anuais da Rússia.

Zelenski, em vez disso, renovou os apelos por uma pausa mais substancial de 30 dias nas hostilidades, como os EUA haviam proposto inicialmente. Ele disse que o cessar-fogo proposto poderia começar a qualquer momento como um passo significativo para o fim da guerra.(Com AP)