Moraes vai relatar inquérito de bombas em frente ao STF por conexão com atos antidemocráticos

Política
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O presidente do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso encaminhou para o gabinete do ministro Alexandre de Moraes a investigação sobre as explosões realizadas por Francisco Wanderley Luiz, o Tiü França, em frente à Corte máxima na noite desta quarta, 13. A investigação se debruça sobre suposto atentado ao Estado de Direito e terrorismo, indicou o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Andrei Passos Rodrigues.

Conforme antecipado pelo Estadão, a PF apura a motivação política do atentado e, por isso, pediu que o caso fosse remetido ao gabinete que concentra as investigações sobre os atos golpistas do 8 de Janeiro, o inquérito das milícias digitais e a apuração sobre ataques a ministros da Corte.

Barroso reconheceu a prevenção de Moraes para supervisionar a investigação - ou seja, a distribuição não ocorreu por sorteio em razão de o ministro já investigar casos que possuem ligação direta com o novo processo. No caso, a investigação foi encaminhada para Moraes como um braço do inquérito sobre atos antidemocráticos.

Ao requerer a investigação, a PF citou os atos de 8 de janeiro e frisou que Tiü França fez publicações nas redes sociais sobre o atentado, atacando o Judiciário e "convocando população para uma revolução e tomada poder".

A avaliação de Barroso foi a de que as informações preliminares "revelam possível prática de delitos contra o Estado Democrático de Direito, com o objetivo de atentar, por meio de violência, contra a independência do Poder Judiciário e o Supremo Tribunal Federal".

As investigações se concentram em diferentes aspectos do crime. Segundo a PF, os explosivos - fogos de artifício - estocados no porta-malas do carro dele, encontrado no estacionamento da Câmara, foram detonados remotamente.

Na manhã desta quinta, 14, a PF localizou o celular do autor do atentado. O aparelho estava em um trailer. Os investigadores esperam que o conteúdo do aparelho seja peça-chave no inquérito.

Andrei indicou que Tiü França carregava até um lança-chamas na ofensiva que tentou contra o STF na noite desta quarta. O diretor-geral da Polícia Federal revelou que a Corte recebeu novas ameaças, por e-mail. O STF afirmou que não vai comentar sobre as mensagens.

A ex-mulher de Tiü França, que tinha 59 anos, afirmou que ele dizia que pretendia matar Moraes, o que os investigadores ainda pretendem confirmar.

Em evento na manhã desta quinta, 14, Moraes indicou que as explosões são "resultado do ódio político que se instalou no País", desde quando o "gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições".

"Isso foi se avolumando sob o manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão. Ofender, ameaçar, coagir, em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso é crime", seguiu.

Moraes também fez um alerta ao Congresso, onde tramita a PEC da Anistia que poderá beneficiar os radicais do 8 de Janeiro. "Não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos. A impunidade vai gerar mais agressividade, como gerou ontem", disse o ministro.

Ele informou que foram encontradas mais duas bombas na casa de Tiü França, em Ceilândia, DF.

A residência foi vasculhada na noite desta quarta. A PF usou robôs do esquadrão anti-bombas para abrir as portas do imóvel. Quando isso ocorreu, os explosivos foram detonados automaticamente.

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