EUA: comunidades isoladas pelo furacão Helene recebe suprimentos; número de mortos passa de 90

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Autoridades da Carolina do Norte prometeram enviar mais água e outros suprimentos para áreas atingidas por enchentes até segunda-feira, 30, após o furacão Helene deixar um rastro de destruição no sudeste dos Estados Unidos, e o número de mortos subir para quase 100. Pelo menos 91 pessoas em vários Estados morreram.

Um condado da Carolina do Norte relatou 30 mortos. O governador Roy Cooper previu que o número aumentaria à medida que equipes de resgate e outros trabalhadores de emergência chegassem a áreas isoladas por estradas destruídas, infraestrutura em colapso e inundações generalizadas. Suprimentos estavam sendo transportados por via aérea para a região ao redor da cidade isolada de Asheville.

A gerente do condado de Buncombe, Avril Pinder, prometeu que haveria comida e água na cidade até segunda-feira. "Minha equipe tem feito todos os pedidos possíveis ao Estado por apoio e temos trabalhado com todas as organizações que nos procuraram. O que eu prometo é que estamos muito perto."

As autoridades alertaram que a reconstrução da perda generalizada de casas e propriedades seria longa e difícil. A tempestade abalou a vida em todo o sudeste dos EUA. Mortes também foram relatadas na Flórida, Geórgia, Carolina do Sul e Virgínia.

Impacto "impressionante"

O governador Roy Cooper pediu aos moradores do oeste da Carolina do Norte que evitassem viajar, tanto para sua própria segurança quanto para manter as estradas livres para veículos de emergência. Mais de 50 equipes de busca foram espalhadas pela região em busca de pessoas presas. Uma operação envolveu o resgate de 41 pessoas ao norte de Asheville. Outra missão focou em salvar um único bebê.

As equipes encontraram pessoas tanto por chamadas de emergência quanto por mensagens nas redes sociais, disse o General Adjunto da Guarda Nacional da Carolina do Norte, Todd Hunt. O presidente Joe Biden descreveu o impacto da tempestade como "impressionante" e disse que visitaria a área esta semana, desde que isso não prejudicasse os resgates ou o trabalho de recuperação. Em uma breve conversa com repórteres, ele disse que a administração está fornecendo aos estados "tudo o que temos" para ajudar na resposta à tempestade.

"Ajuda está a caminho, mas vai demorar"

O furacão Helene atingiu a costa na noite de quinta-feira na região de Big Bend, na Flórida, como um furacão de categoria 4 com ventos de 225 km/h. Um Helene enfraquecido rapidamente atravessou a Geórgia e depois inundou as Carolinas e o Tennessee com chuvas torrenciais que encheram riachos e rios e sobrecarregaram represas.

Houve centenas de resgates aquáticos, inclusive no condado rural de Unicoi, no leste do Tennessee, onde dezenas de pacientes e funcionários foram retirados de um hospital por helicóptero na sexta-feira. Mais de 2 milhões de residências e outros consumidores de energia ainda estavam sem eletricidade na noite de domingo.

A Carolina do Sul teve o maior número de quedas de energia e o governador Henry McMaster pediu paciência, enquanto as equipes lidavam com postes de energia quebrados em larga escala. "Queremos que as pessoas permaneçam calmas. A ajuda está a caminho, mas vai demorar", disse McMaster a repórteres.

Nova depressão tropical

Uma nova depressão tropical no leste do Oceano Atlântico pode se tornar um "furacão formidável" no final desta semana, disse o Centro Nacional de Furacões no domingo. A depressão tinha ventos sustentados de 55 km/h e estava localizada a cerca de 1.015 quilômetros a oeste-sudoeste das Ilhas de Cabo Verde, segundo o centro. Ela pode se tornar um furacão até quarta-feira. Fonte: Associated Press.

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O relator do caso contra o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Maia (MDB-BA), pediu a suspensão do mandato do parlamentar do PL por seis meses, pela "conduta incompatível com o decoro parlamentar" em relação à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e ao deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ).

De forma indireta, em uma sessão na Câmara, Gilvan disse que Gleisi "deve ser uma prostituta do caramba" e confrontou Lindbergh após ser chamado de "desqualificado". O caso está em avaliação no colegiado nesta terça-feira, 6.

Segundo Maia, as condutas de Gilvan, nos dois incidentes, "ultrapassam os limites da liberdade de expressão parlamentar, com ataques pessoais e desqualificação moral, por meio de termos ofensivos e desrespeitosos, que ferem a dignidade das autoridades atingidas e comprometem os valores institucionais da Câmara dos Deputados".

No último dia 1.º, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), assinou uma representação contra Gilvan pela suposta quebra de decoro parlamentar ao ofender a ministra Gleisi Hoffmann (PT).

O documento assinado por Motta argumenta que o deputado do PL ofendeu a ministra ao vinculá-la ao termo "amante", numa referência a uma alcunha que teria sido atribuída à petista em um suposto esquema de favorecimento envolvendo a empresa Odebrecht.

Gilvan fazia referência à chamada "lista da Odebrecht", relacionada à Operação Lava Jato, em 2016. Nessa "super planilha", o nome de Gleisi aparecia entre os de 279 políticos de 22 partidos, sob a suspeita de ter recebido repasses ilegais da construtora.

Não é o primeiro incidente controverso de Gilvan ao longo desse seu primeiro mandato, iniciado em 2023. Neste ano, ele já desejou a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em outubro do ano passado, Gilvan foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de calúnia e difamação contra Lula por chamar o presidente de "ladrão" e "corrupto", além de atacar o então ministro da Justiça e hoje ministro da Suprema Corte, Flávio Dino, durante o ato do Movimento Pró-Armas em Brasília, em julho de 2023.

Em junho de 2024, o deputado desafiou o senador Marcos do Val (Podemos-ES) para uma briga num ringue profissional em discurso proferido no plenário da Câmara. Nesse mesmo mês, deu um empurrão em um homem que gritou "viva a maconha" em uma sessão de comissão na Câmara e pediu revista do cidadão.

Já em dezembro de 2023, Gilvan chamou o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) de "traidor" em uma sessão do Congresso Nacional e precisou ser apartado por seguranças.

Na véspera do julgamento, Gilvan foi ao plenário pedir desculpas. "Se algum deputado se sentiu ofendido, eu discordo totalmente de ataques à família. Nunca fiz isso enquanto vereador de Vitória e, aqui nesta Casa, eu jamais faria isso. Então, eu peço desculpa a quem se sentiu ofendido e ao presidente da Câmara", afirmou.

Motta disse que tomou a decisão para "zelar pelo bom funcionamento da instituição", mas que a postura de Gilvan nesta segunda-feira, 5, "engrandece o mandato". "Nós vamos ver o que o Conselho de Ética irá decidir amanhã, mas Vossa Excelência, aqui no plenário, colocando e se comprometendo a uma mudança de conduta, a uma mudança de comportamento, eu penso que isso engrandece o seu mandato", afirmou.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse nesta terça-feira, 6, durante evento com empresários do agronegócio, que a regularização fundiária tem avançado e está sendo tratado como prioridade pelo Estado. Ao referir-se a campanhas de ocupações coordenadas de propriedades rurais, como o "carnaval vermelho", o governador afirmou que em São Paulo só tem "carnaval verde e amarelo".

Mencionando avaliações de que seria impossível realizar a regularização fundiária no Pontal do Paranapanema, no extremo oeste do Estado de São Paulo, Tarcísio disse que 50% dos assentamentos já estão regularizados. "A gente vem trazendo isso como uma grande prioridade do governo", comentou em discurso feito durante a abertura de fórum realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Após acrescentar que não basta só fazer a regularização fundiária, o governador de São Paulo disse que tem trabalhado para fazer com que a agroindústria trabalhe junto com os assentados.

As deficiências de infraestrutura e de falta de irrigação, conforme Tarcísio, estão sendo resolvidas com financiamento. Na esteira da privatização da Sabesp, ressaltou, São Paulo vai dar "a grande virada de chave" com o maior programa de saneamento básico em áreas rurais de sua história. Conforme Tarcísio, graças à atração de capital privado, serão investidos no Estado R$ 70 bilhões em saneamento até 2029.

"Nenhum Estado da federação vai fazer esse esforço, vai fazer o que nós estamos fazendo aqui. E isso, obviamente, já é possível porque a gente está atraindo muito capital privado", declarou Tarcísio, num discurso no qual abordou as oportunidades que se abrem ao Brasil em meio à guerra comercial deflagrada pelo governo americano. "Neste momento, a desorganização global nos abre as portas. Temos o melhor agro do mundo."

O governador disse também que o agronegócio brasileiro, em especial o paulista, será o primeiro a se descarbonizar completamente. O Estado de São Paulo, assinalou, vai ser o primeiro Estado a substituir completamente o diesel, a começar pelas lavouras, que vem empregando mais máquinas e equipamentos movidos a biometano e etanol.

Se as eleições para governador de São Paulo fossem hoje, Tarcísio de Freitas (Republicanos) seria reeleito para mais um mandato no Palácio dos Bandeirantes. Segundo o novo levantamento da Paraná Pesquisas divulgado nesta terça-feira, 6, nos dois cenários em que o atual governador aparece como um dos possíveis candidatos, ele vence com mais de 20 pontos porcentuais de diferença para o segundo colocado. O governador também é o mais citado no cenário espontâneo, em que os nomes não são apresentados ao eleitor.

No primeiro cenário estimulado, Tarcísio tem 42,1% das intenções de voto ante o segundo colocado, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), com 21,1%. Em terceiro, aparece a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que tem ganhado projeção com a campanha pelo fim da escala de trabalho 6x1, com 9,4% das menções.

Na sequência estão o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), com 5,5%, o prefeito tiktoker de Sorocaba (SP) e correligionário de Tarcísio, Rodrigo Manga (Republicanos), com 4,8%, e o ex-prefeito de Santo André Paulo Serra (PSDB), com 4%. O empresário Filipe Sabará (Republicanos), coordenador do plano de governo de Pablo Marçal (PRTB) nas eleições do ano passado pelo comando da capital paulista, aparece com 0,8%. Os que não souberam ou não responderam são 4,1%, e outros 8,2% votariam branco ou anulariam o voto.

Tarcísio afirma que sua intenção é concorrer à reeleição em São Paulo em 2026. Contudo, é um dos principais nomes cotados pela direita para substituir Jair Bolsonaro (PL) na disputa à Presidência. O ex-presidente está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030.

Nas pesquisas de intenção de voto ao Planalto, Tarcísio e a mulher de Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), são os nomes mais fortes para concorrer contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Como mostrou o Estadão, o governador já afirmou em conversas reservadas que não vai se desincompatibilizar em abril do próximo ano (prazo máximo para quem concorrerá nas próximas eleições sair do atual cargo que ocupa) porque não quer perder o controle sobre o próprio destino. Tarcísio avalia não haver garantia de que Bolsonaro indicará um nome para sucedê-lo na eleição de 2026 com tanta antecedência. Mesmo assim, vem marcando presença nas manifestações bolsonaristas e tem colado sua imagem como braço direito do ex-presidente.

Em um segundo cenário, em que Alckmin não é listado, mas sim, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), as posições permanecem inalteradas, apenas com variações numéricas. Tarcísio mantém a liderança, com 46,5%, e França tem 11,9% das intenções de voto. Há duas semanas, o ministro afirmou que pretende disputar o governo de São Paulo no ano que vem.

Quando Tarcísio não é listado e seu nome dá lugar ao do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o emedebista também fica à frente de França, com 29,5% ante 16,2%. Já quando nem prefeito nem governador estão entre os nomes disponíveis, França pontua 20,6% das intenções, mas brancos e nulos (ou nenhum candidato) é a maior porcentagem, com 25%. Esse é o único cenário em que presidente nacional do PSD e secretário de Tarcísio, Gilberto Kassab, é listado, e teria o voto de 6,7% dos entrevistados.

Cenário espontâneo

No cenário espontâneo da pesquisa, em que os entrevistados devem indicar um nome sem ter acesso a uma lista de possíveis candidatos, Tarcísio aparece com 18,8% das menções. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem 1,2%, empatado com o vice-presidente Geraldo Alckmin.

A pesquisa entrevistou 1.700 eleitores, em 85 municípios paulistas, entre os dias 1º e 4 de maio. A margem de erro é de 2,4 pontos porcentuais, e o índice de confiança de 95%.

Aprovação de gestão

A pesquisa também perguntou aos eleitores se aprovam ou desaprovam a administração do governador paulista até o momento. São 66,8% os que dizem aprová-la. Outros 28,9% dizem desaprovar o governo.

O índice pouco variou de acordo com a série histórica da pesquisa, desde novembro do ano passado, quando 68,8% aprovava a gestão de Tarcísio, e 26,7% desaprovava.

Para 49,5%, o trabalho do governador está "ótimo" ou "bom", enquanto 18,4% consideram "ruim" ou "péssimo".