Estados Unidos autorizam Forças Armadas a reforçar presença no Oriente Médio

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
As Forças Armadas dos EUA determinaram o "aumento de suas capacidades de suporte aéreo" no Oriente Médio e colocaram tropas em "estado de prontidão elevada" para serem deslocadas à região por causa do aumento da tensão e da escalada militar após a morte do líder da milícia xiita libanesa Hezbollah, Hasan Nasrallah, em um bombardeio de Israel, e da ação israelense no Iêmen.

Segundo a agência Reuters, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, autorizou os militares a reforçarem a sua presença no Oriente Médio com capacidades de apoio aéreo "defensivas" e a colocar outras forças num estado de prontidão elevado.

"(Austin) aumentou a prontidão de forças adicionais dos EUA para serem destacadas, elevando nossa preparação para responder a várias contingências", disse o porta-voz do Pentágono, major-general da Força Aérea, Patrick Ryder, em um comunicado neste domingo, 29.

A declaração não detalhou quais novas aeronaves seriam enviadas à região. "O secretário Austin deixou claro que se o Irã, os seus parceiros ou os seus representantes aproveitarem este momento para atacar o pessoal ou os interesses americanos na região, os Estados Unidos tomarão todas as medidas necessárias para defender o nosso povo", acrescentou Ryder.

O anúncio foi feito dois dias depois de o presidente Joe Biden ter orientado o Pentágono a ajustar a postura das forças dos EUA no Oriente Médio em meio a preocupações crescentes de que a morte do líder do Hezbollah, grupo financiado e apoiado militarmente pelo Irã, poderia provocar uma retaliação de Teerã.

"Os Estados Unidos estão determinados a impedir que o Irã e parceiros e procuradores apoiados pelo Irã explorem a situação ou expandam o conflito", disse em um comunicado o porta-voz do Pentágono.

Ele também alertou que, "se o Irã ou grupos apoiados por Teerã usarem este momento para visar pessoal americano ou interesses na região, os Estados Unidos tomarão todas as medidas necessárias para defender nosso povo".

O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse no domingo que os Estados Unidos estão observando o que o Hezbollah fará para tentar preencher seu vácuo de liderança, "e continuam a conversar com os israelenses sobre quais são os próximos passos certos."

O Departamento de Estado dos EUA ainda não ordenou uma retirada de pessoal do Líbano. Mas, na semana passada, oficiais dos EUA disseram à Reuters que o Pentágono estava enviando algumas dezenas de tropas adicionais para o Chipre para ajudar o exército a se preparar para cenários incluindo uma retirada de americanos do Líbano.

O Pentágono disse que as forças dos EUA estavam sendo preparadas para serem deslocadas, se necessário. "(Austin) aumentou a prontidão de forças adicionais dos EUA para se deslocarem, elevando nossa preparação para responder a várias contingências", disse Ryder em um comunicado.

Novos bombardeios no Líbano

O Exército de Israel bombardeou "dezenas" de novos alvos no Líbano contra a milícia xiita radical libanesa Hezbollah neste domingo, 29, dois dias após matar o chefe do movimento pró-iraniano, Hasan Nasrallah.

A aviação militar israelense "atacou dezenas de alvos terroristas em território libanês nas últimas horas", informou um porta-voz militar no Telegram. Ele especificou que os ataques tiveram como alvo locais de lançamento de foguetes contra Israel, edifícios militares e depósitos de armas.

A Força de Defesa israelense, desde sábado, 28, "bombardeou centenas de alvos terroristas do Hezbollah no Líbano", acrescentou o porta-voz.

Na última sexta-feira, 27, um ataque aéreo de Israel matou Hasan Nasrallah, líder da milícia radical. Os líderes israelenses estavam cientes de seu paradeiro havia meses e decidiram atacá-lo na semana passada porque acreditavam ter apenas uma pequena janela de oportunidade antes de o líder do Hezbollah desaparecer em outro local, segundo três altos funcionários da defesa israelense.

Aniquilação da cadeia de comando do Hezbollah

As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram neste domingo, 29, ter matado outros 20 altos oficiais do Hezbollah, de diferentes patentes, quando mataram Hasan Nasrallah em um bobmardeio à sede da milícia radical xiita na sexta-feira.

Além de Nasrallah, algumas das lideranças incluem Ali Karaki, líder da frente sul da milícia xiita libanesa. As IDF também afirmam ter matado Ibrahim Hussein Jazini, chefe da unidade de segurança de Nasrallah, e Samir Tawfiq Dib, que as IDF descrevem como "confidente e conselheiro de longa data de Nasrallah".

Segundo os militares israelenses, a sede do Hezbollah estava incorporada sob vários prédios civis.

Os militares israelenses também afirmaram nas redes sociais que teriam "eliminado" quase toda a cadeia de comando do grupo extremista. De acordo com o exército israelense, mais de 20 membros do Hezbollah morreram no bombardeio de sexta-feira contra o quartel-general do grupo extremista libanês em Beirute.

Em resposta, o Hezbollah afirmou que continuaria lutando contra Israel, e continuou a disparar foguetes contra o país.

Ataque a rebeldes houthis

Israel lançou ataques aéreos contra usinas de energia e um importante porto marítimo no Iêmen para atingir os rebeldes houthis apoiados pelo Irã.

As Forças Aéreas de Israel informaram neste domingo, 29, em um comunicado postado no X, que "em uma operação aérea de grande escala, dezenas de aeronaves, incluindo caças, aviões de reabastecimento e inteligência atacaram alvos militares do regime terrorista Houthi nas áreas de Ras Issa e Hodeidah no Iêmen".

"O IDF atacou usinas de energia e um porto marítimo, que são usados para importar petróleo". A agência de notícias Houthi divulgou um comunicado respondendo à "agressão israelense em Hodeidah", dizendo: "A frente de apoio iemenita não vai parar, nossos ataques contra o inimigo sionista não vão parar".

O ataque acontece após os houthis terem disparado mísseis contra Israel durante os últimos dois dias, e intensifica os conflitos no Oriente Médio.

Os houthis são rebeldes iemenitas, que pertencem à minoria xiiita do país, e são financiados pelo Irã com armas e apoio militar e logístico. Eles fazem parte do chamado eixo da resistência liderado por Irã, que inclui o Hamas e o Hezbollah.

"Ao longo do último ano, os Houthis têm operado sob a direção e o financiamento do Irã, e em cooperação a milícias iraquianas, a fim de atacar o Estado de Israel, prejudicar a estabilidade regional e interromper a liberdade global de navegação", afirmaram os militares israelenses em comunicado oficial.

Em meados de setembro, o grupo havia feito um ataque de míssil ao centro de Israel, em apoio aos palestinos. À época, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia afirmado que os houthis pagariam um preço alto pelo ataque.

Israel tem feito uma série de ataques a outros países do Oriente Médio nas últimas semanas. No sábado, por exemplo, o país já havia anunciado a morte de Sayyed Hassan Nasrallah, número 1 e principal rosto do Hezbollah, que comandava o grupo extremista no Líbano desde 1992.

Em outra categoria

O empresário e ex-coach Pablo Marçal (PRTB) anunciou o plano de construir um condomínio de luxo na cidade histórica de Pirenópolis, no interior de Goiás. Contudo, para residir no espaço, é preciso passar por um processo seletivo que vai beneficiar pessoas que desejam "prosperar".

Segundo Marçal, o empreendimento será reservado para "poucas pessoas" que desejarem fazer um "networking" enquanto vivem no local. O condomínio se chama Riviera da Comenda e fica localizado na zona rural de Pirenópolis. Distante 152 quilômetros de Brasília, a cidade é conhecida por ser um destino turístico de moradores da capital do País.

Se referindo a Pirenópolis como "Europa do Estado de Goiás", Marçal disse que vai escolher os moradores "a dedo". "Não é o seu dinheiro que faz você entrar aqui, você precisa ser selecionado para estar aqui", disse.

O condomínio de Marçal conta com 30 unidades disponíveis. O espaço prevê a construção de uma pista de luxo para jatinhos, trilhas privativas, academia e três praças com playground.

"Prosperar não é só sobre dinheiro, é sobre ter tempo para desfrutar com a família, treinar seus filhos, e viver de forma equilibrada. Clica aí e veja se você consegue uma vaga", anunciou o ex-coach em um vídeo no Instagram publicado no início de abril.

Na primeira etapa do processo seletivo, é preciso responder perguntas sobre dados como a profissão do participante e a "principal intenção com o imóvel". Se pagar por uma unidade financiada, é preciso dar um valor de entrada acima de R$ 300 mil.

Apostando em uma campanha agressiva e voltada para as redes sociais, Pablo Marçal foi candidato à Prefeitura de São Paulo no ano passado e quase foi ao segundo turno ao conquistar 1.719.274 votos (28,1% dos votos válidos).

Ele já manifestou interesse em se candidatar à Presidência da República em 2026. Porém, desde o final da campanha municipal, ele foi punido com a inelegibilidade por oito anos em duas decisões do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Cabe recurso nos dois processos.

Para assistir ao vídeo de Marçal promovendo o empreendimento, é só clicar aqui.

Ex-ministra do Desenvolvimento Social do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Márcia Lopes, de 67 anos, foi anunciada nesta segunda-feira, 5, para o posto de ministra das Mulheres, no lugar de Cida Gonçalves.

Formada em Serviço Social pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Márcia Lopes é filiada ao PT desde 1982. Assistente social por formação, a ministra atuou como professora universitária por 30 anos, desde 1981, em paralelo à vida pública.

A trajetória de Márcia no serviço público começou em Londrina, onde foi nomeada, em 1993, como secretária municipal de Assistência Social. Ficou no posto até 1996. No Paraná, atuou ainda como conselheira municipal de Assistência Social e dos Direitos da Criança e do Adolescente em Londrina e conselheira estadual de Assistência Social do Estado por duas gestões.

Em 2000, se candidatou e foi eleita vereadora de Londrina pelo PT. Cumpriu apenas um mandato e não tentou a reeleição. Oito anos após deixar a vereança, Márcia disputou, em 2012, a prefeitura de Londrina pelo PT e ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 38.484 votos (14,08%).

Em âmbito federal, foi secretária nacional de Assistência Social do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, em 2004, secretária executiva da pasta, de 2005 a 2007, e ministra, em 2010.

Especializada na área da Criança e Adolescente e com mestrado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Márcia Lopes foi Conselheira Nacional de Assistência Social e dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Atuou ainda como presidente da Rede de Pobreza e Proteção Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2007.

Foi anunciada em novembro de 2022 pelo então vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin (PSB), para coordenar a área da assistência social durante o governo de transição. É irmã de Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil no governo de Dilma Rousseff.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados deve analisar nesta terça-feira, 6, o pedido que pode levar à suspensão cautelar do mandato e à abertura de um processo de cassação do mandato de Gilvan da Federal (PL-ES). No último dia 1, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), assinou uma representação contra Gilvan pela suposta quebra de decoro parlamentar ao ofender a ministra Gleisi Hoffmann (PT).

"As falas do representado excederam o direito constitucional à liberdade de expressão, caracterizando abuso das prerrogativas parlamentares, além de ofenderem a dignidade da Câmara dos Deputados, de seus membros e de outras autoridades públicas", diz o documento assinado pelo presidente da Câmara.

O documento afirma que Gilvan proferiu manifestações "gravemente ofensivas e difamatórias contra deputada licenciada para ocupar cargo de ministra de Estado [Gleisi], em evidente abuso das prerrogativas parlamentares, o que configura comportamento incompatível com a dignidade do mandato".

Quais os próximos passos?

Primeiro, o Conselho deve avaliar o pedido de suspensão cautelar do mandato do deputado Gilvan, por um período de seis meses. Posteriormente, será iniciado o processo de instrução, que pode resultar na cassação do mandato. Cabe recurso por parte de Gilvan caso a votação vá a plenário.

O local exato da reunião, marcada para às 11 horas, ainda não foi definido. O deputado Ricardo Maia (MDB-BA) foi designado como relator do caso.

Relembre o caso

Durante sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, realizada no dia 29, o deputado proferiu comentários considerados abertamente insultuosos, desrespeitosos e pejorativos em relação à ministra Gleisi. Ainda naquela ocasião, Gilvan também protagonizou um desentendimento com o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara.

O documento assinado por Motta argumenta que o deputado do PL ofendeu a ministra ao vinculá-la ao termo "amante", numa referência a uma alcunha que teria sido atribuída à petista em um suposto esquema de favorecimento envolvendo a empresa Odebrecht. Além disso, o parlamentar utilizou a palavra "prostituta" ao fazer tais declarações.

Gilvan fazia referência a chamada "lista da Odebrecht", relacionada à Operação Lava Jato, em 2016. Nessa "super planilha", o nome de Gleisi aparecia entre os de 279 políticos de 22 partidos, sob a suspeita de ter recebido repasses ilegais da construtora.

Dias antes, em discussão na Comissão de Segurança Pública sobre um projeto para desarmar a segurança da Presidência da República, Gilvan da Federal afirmou desejar a morte de Lula.

"Por mim, eu quero mais é que o Lula morra. Eu quero que ele vá para o 'quinto dos inferno' (sic). É um direito meu", disse o deputado federal. "Nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer... Tomara que tenha um 'ataque cardíaco'. Porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando nosso País. E eu quero mais é que ele morra mesmo. Que andem desarmados. Não quer desarmar cidadão de bem? Que ele ande com seus seguranças desarmados", prosseguiu.

Após a repercussão negativa e pedidos de investigação sobre a conduta do parlamentar, ele pediu desculpas.