Ortega reforça isolamento e autoritarismo

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Daniel Ortega não tem meio termo na escolha de aliados. O regime fechou as portas até para governos de esquerda. O alvo mais recente foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a expulsão dos embaixadores de Brasil e Nicarágua.

Na semana passada, a ditadura fechou 1,5 mil ONGs. A lista inclui grupos católicos e organizações de esquerda, entre elas a Câmara de Comércio Brasil-Nicarágua, que atuava no país desde o início dos anos 2010. O fechamento e a expulsão dos embaixadores é mais um passo no que a analista Elvira Cuadra Lira chama de "isolamento seletivo". Nicaraguense, a socióloga viu os centros de pesquisa onde trabalhava serem fechados pelo regime. Ela faz parte do grupo de 94 opositores que tiveram a nacionalidade retirada no ano passado.

PERSEGUIÇÃO

Entre os alvos preferidos de Ortega estão acadêmicos, jornalistas, religiosos, defensores dos direitos humanos, diplomatas e dissidentes sandinistas. "Ortega nos despojou da nacionalidade, confiscou propriedades e nos declarou foragidos da Justiça. Um processo arbitrário, porque não houve denúncia, julgamento, nada", relata Lira, de seu exílio na Costa Rica.

"Ele tem avançado em um processo de radicalização e isolamento, mas é um isolamento seletivo. Porque, enquanto fecha as portas a qualquer governo que faça cobranças em relação a direitos humanos e democracia, se aproxima mais de regimes que são claramente autocráticos, não só na América Latina, como Cuba e Venezuela, mas também Rússia, China, Irã, que são alguns de seus aliados mais próximos."

CRISE

No caso do Brasil, Ortega não só expulsou o embaixador Breno de Souza Dias, como se antecipou à reposta do governo Lula e retirou sua representante em Brasília, Fulvia Castro, sob o argumento de que ela seria promovida, como mostrou o Estadão.

O estopim teria sido a ausência de Breno Souza Dias da celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista. O pano de fundo é o esfriamento de relações entre Ortega e Lula, que se intensificou depois que o brasileiro se propôs a interceder pela liberação do bispo Rolando Álvarez, condenado a 26 anos de prisão após se recusar a deixar o país.

O pedido para que o presidente brasileiro conversasse com o ditador nicaraguense partiu do papa Francisco. "Ortega está dizendo a Lula que não o aceita como mediador junto à comunidade internacional para encontrar uma saída democrática para a crise na Nicarágua. Essa é a mensagem direta de Ortega e de sua mulher, Rosario Murillo", afirma o ex-deputado nicaraguense Elíseo Nunez, referindo-se à primeira-dama, que é também vice-presidente e chefe da Suprema Corte.

Forçado a deixar o país, ele também vive na Costa Rica e integra a Concertação Democrática Nicaraguense, movimento político criado por exilados que defendem a transição pacífica de poder.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta médica na manhã deste domingo, 4, após três semanas internado no Hospital DF Star, em Brasília, por onde passou por uma cirurgia no intestino. Bolsonaro estava internado desde 13 de abril e vem se recuperando do procedimento desde então. O hospital ainda não publicou boletim médico sobre a alta.

Na quarta-feira, 30, Bolsonaro saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas permaneceu com o tratamento no quarto. No total, o ex-presidente passou 18 dias nos cuidados intensivos, e só voltou a se alimentar pela via oral um dia antes, na terça, 29.

Bolsonaro ficou na UTI desde o dia 13 de abril, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas, envolvendo a retirada de aderências no intestino e a reconstrução da parede abdominal. O procedimento foi motivado por um mal-estar sofrido dois dias antes, durante uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

O ex-presidente foi internado inicialmente em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, após sentir fortes dores abdominais durante um evento político. Após avaliação médica, foi transferido para Natal e, posteriormente, para Brasília, onde passou pela cirurgia .

O ex-presidente Jair Bolsonaro informou, em uma publicação na rede social, que deixará o hospital neste domingo, 4, às 10 horas da manhã, após três semanas internado para recuperação de uma cirurgia no intestino.

"Depois de 3 semanas, alta prevista para hoje, domingo, às 10h. Obrigado meu Deus por mais esse milagre (12 horas de cirurgia). Obrigado Dr Cláudio Birolini e equipe. Volto para casa renovado", escreveu o ex-presidente.

Na publicação, Bolsonaro diz que seu próximo desafio será acompanhar uma nova manifestação a favor da anistia às pessoas envolvidas nos ataques do dia 8 de janeiro. "Meu próximo desafio: acompanhar A Marcha Pacífica da Anistia Humanitária na próxima 4ª feira, de 07 de maio, com início às 16h da Torre de TV até o Congresso", disse.

Bolsonaro está no hospital desde o dia 13 do mês passado, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi realizado após ele passar mal, no dia 11, em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

Parlamentares oposicionistas ao governo Lula estão tentando reverter na Justiça a nomeação de Wolney Queiroz para comandar o Ministério da Previdência Social, após a demissão de Carlos Lupi.

No sábado, 3, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) entrou com uma ação popular na Vara Federal do Distrito Federal contra o ato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que nomeou Queiroz, na sexta-feira.

Já o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o afastamento cautelar do novo ministro e instauração de uma investigação sobre o caso.

Ambas as ações afirmam que Queiroz, enquanto secretário executivo do Ministério da Previdência, teria sido omisso diante de denúncias e informações sobre fraudes bilionárias no INSS que chegaram ao conhecimento da cúpula da pasta. Assim, dizem os parlamentares, a nomeação dele violaria os princípios constitucionais da moralidade administrativa.

Mesmo com a demissão de Lupi, congressistas defendem a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o escândalo envolvendo os descontos indevidos.