Hezbollah ataca Israel com 215 foguetes após morte de comandante

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A milícia xiita radical libanesa Hezbollah lançou 215 foguetes contra o território israelense nesta quarta-feira, 12, em uma resposta à morte de um comandante sênior do grupo após um ataque de Israel na terça-feira, 11. Taleb Sami Abdullah foi o comandante mais importante do Hezbollah a ser morto desde o início da última rodada de conflitos entre o grupo e Israel, que começou em outubro do ano passado após o ataque do grupo terrorista Hamas.

O grupo afirmou que deve continuar os ataques ao norte de Israel para vingar a morte de Abdullah. "Nossa resposta após a morte de Taleb Sami Abdullah será intensificar nossas operações em severidade, força, quantidade e qualidade", afirmou Hachem Saffieddine, um oficial do Hezbollah, durante uma cerimônia fúnebre de Taleb Sami Abdullah. "Deixe o inimigo esperar por nós no campo de batalha.

Os sucessivos ataques do Hezbollah começaram na manhã de quarta-feira com pelo menos 90 foguetes disparados contra diversas áreas do norte do país, incluindo cidades que ainda não haviam sido atingidas desde o início da guerra, como Tiberíades. Milhares de pessoas tiveram que ir para abrigos durante o feriado judaico de Shavuot.

Segundo o Exército israelense, a área do Monte Meron no norte também foi afetada, assim como muitos kibutzim na região. As Forças de Defesa de Israel (FDI) não registraram nenhum ferido, mas os ataques do Hezbollah criaram diversos incêndios em Israel e 25 unidades dos bombeiros foram chamadas para apagar as chamas.

O Hezbollah assumiu a responsabilidade pelo lançamento de foguetes e mísseis, alegando que o objetivo da milícia era atingir bases israelenses.

Ataque contra oficial do Hezbollah

O ataque israelense destruiu uma casa onde Abdullah e três outros oficiais do Hezbollah se reuniam, a cerca de 10 quilômetros da fronteira. "Abdullah foi um dos comandantes mais graduados do Hezbollah no sul do Líbano, que planejou, avançou e executou um grande número de ataques contra civis israelenses", segundo um comunicado do Exército.

Um oficial do Hezbollah afirmou à Associated Press que Abdullah estava encarregado de grande parte da frente Líbano-Israel, incluindo a área voltada para a cidade israelense de Kiryat Shmona, que o Hezbollah atacou repetidamente nos últimos dias.

"É natural que Taleb fosse um alvo permanente", disse Saffieddine, acrescentando que Abdullah participou de diversas operações militares do Hezbollah, incluindo a guerra de 34 dias entre Israel e o grupo libanês em 2006.

Outro funcionário do Hezbollah, que conversou com a Associated Press sob condição de anonimato, disse que Abdullah era o comandante da Unidade Nasr do grupo, responsável por partes do sul do Líbano perto da fronteira israelense.

A nova rodada de violência entre Israel e o Hezbollah já deixou mais de 400 mortos do lado libanês, a maioria membros do Hezbollah, mas também cerca de 70 civis. Do lado israelense, 15 soldados e 10 civis foram mortos desde o início da guerra em Gaza.

Guerra em Gaza

O novo conflito entre Israel e o Hezbollah começou após o início da guerra entre Tel-Aviv e o grupo terrorista Hamas. No dia 7 de outubro, terroristas do grupo invadiram o território israelense, mataram 1.200 pessoas e sequestraram 250. Em resposta, Israel iniciou uma guerra no enclave palestino com invasão terrestre e bombardeios aéreos que já deixou mais de 36 mil mortos, segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas e não diferencia terroristas e civis.

O Hezbollah é aliado do grupo terrorista Hamas e passou a realizar ataques periódicos a Israel após o início da guerra. Os dois grupos, assim como os Houthis no Iêmen e outras milícias no Iraque, são patrocinadas militarmente e economicamente pelo Irã. O grupo radical islâmico libanês já se envolveu em duas guerras com Israel, em 1982 e também em 2006, mas ainda não declarou guerra contra Israel em 2024.

O apoio de Teerã a grupos armados no Oriente Médio faz parte de um instrumento de política externa do país persa, por razões militares e também religiosas. Em abril, Israel e o Irã trocaram tiros diretamente pela primeira vez após um ataque atribuído a Israel que matou sete oficiais iranianos na embaixada do país na Síria no começo de abril. Em resposta, Teerã realizou seu maior ataque da história, atingindo Israel com 170 drones, 30 mísseis de cruzeiro e 120 mísseis balísticos. (COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS)

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O empresário e ex-coach Pablo Marçal (PRTB) anunciou o plano de construir um condomínio de luxo na cidade histórica de Pirenópolis, no interior de Goiás. Contudo, para residir no espaço, é preciso passar por um processo seletivo que vai beneficiar pessoas que desejam "prosperar".

Segundo Marçal, o empreendimento será reservado para "poucas pessoas" que desejarem fazer um "networking" enquanto vivem no local. O condomínio se chama Riviera da Comenda e fica localizado na zona rural de Pirenópolis. Distante 152 quilômetros de Brasília, a cidade é conhecida por ser um destino turístico de moradores da capital do País.

Se referindo a Pirenópolis como "Europa do Estado de Goiás", Marçal disse que vai escolher os moradores "a dedo". "Não é o seu dinheiro que faz você entrar aqui, você precisa ser selecionado para estar aqui", disse.

O condomínio de Marçal conta com 30 unidades disponíveis. O espaço prevê a construção de uma pista de luxo para jatinhos, trilhas privativas, academia e três praças com playground.

"Prosperar não é só sobre dinheiro, é sobre ter tempo para desfrutar com a família, treinar seus filhos, e viver de forma equilibrada. Clica aí e veja se você consegue uma vaga", anunciou o ex-coach em um vídeo no Instagram publicado no início de abril.

Na primeira etapa do processo seletivo, é preciso responder perguntas sobre dados como a profissão do participante e a "principal intenção com o imóvel". Se pagar por uma unidade financiada, é preciso dar um valor de entrada acima de R$ 300 mil.

Apostando em uma campanha agressiva e voltada para as redes sociais, Pablo Marçal foi candidato à Prefeitura de São Paulo no ano passado e quase foi ao segundo turno ao conquistar 1.719.274 votos (28,1% dos votos válidos).

Ele já manifestou interesse em se candidatar à Presidência da República em 2026. Porém, desde o final da campanha municipal, ele foi punido com a inelegibilidade por oito anos em duas decisões do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Cabe recurso nos dois processos.

Para assistir ao vídeo de Marçal promovendo o empreendimento, é só clicar aqui.

Ex-ministra do Desenvolvimento Social do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Márcia Lopes, de 67 anos, foi anunciada nesta segunda-feira, 5, para o posto de ministra das Mulheres, no lugar de Cida Gonçalves.

Formada em Serviço Social pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Márcia Lopes é filiada ao PT desde 1982. Assistente social por formação, a ministra atuou como professora universitária por 30 anos, desde 1981, em paralelo à vida pública.

A trajetória de Márcia no serviço público começou em Londrina, onde foi nomeada, em 1993, como secretária municipal de Assistência Social. Ficou no posto até 1996. No Paraná, atuou ainda como conselheira municipal de Assistência Social e dos Direitos da Criança e do Adolescente em Londrina e conselheira estadual de Assistência Social do Estado por duas gestões.

Em 2000, se candidatou e foi eleita vereadora de Londrina pelo PT. Cumpriu apenas um mandato e não tentou a reeleição. Oito anos após deixar a vereança, Márcia disputou, em 2012, a prefeitura de Londrina pelo PT e ficou em terceiro lugar no primeiro turno, com 38.484 votos (14,08%).

Em âmbito federal, foi secretária nacional de Assistência Social do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, em 2004, secretária executiva da pasta, de 2005 a 2007, e ministra, em 2010.

Especializada na área da Criança e Adolescente e com mestrado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Márcia Lopes foi Conselheira Nacional de Assistência Social e dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Atuou ainda como presidente da Rede de Pobreza e Proteção Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2007.

Foi anunciada em novembro de 2022 pelo então vice-presidente eleito e coordenador da transição, Geraldo Alckmin (PSB), para coordenar a área da assistência social durante o governo de transição. É irmã de Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil no governo de Dilma Rousseff.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados deve analisar nesta terça-feira, 6, o pedido que pode levar à suspensão cautelar do mandato e à abertura de um processo de cassação do mandato de Gilvan da Federal (PL-ES). No último dia 1, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), assinou uma representação contra Gilvan pela suposta quebra de decoro parlamentar ao ofender a ministra Gleisi Hoffmann (PT).

"As falas do representado excederam o direito constitucional à liberdade de expressão, caracterizando abuso das prerrogativas parlamentares, além de ofenderem a dignidade da Câmara dos Deputados, de seus membros e de outras autoridades públicas", diz o documento assinado pelo presidente da Câmara.

O documento afirma que Gilvan proferiu manifestações "gravemente ofensivas e difamatórias contra deputada licenciada para ocupar cargo de ministra de Estado [Gleisi], em evidente abuso das prerrogativas parlamentares, o que configura comportamento incompatível com a dignidade do mandato".

Quais os próximos passos?

Primeiro, o Conselho deve avaliar o pedido de suspensão cautelar do mandato do deputado Gilvan, por um período de seis meses. Posteriormente, será iniciado o processo de instrução, que pode resultar na cassação do mandato. Cabe recurso por parte de Gilvan caso a votação vá a plenário.

O local exato da reunião, marcada para às 11 horas, ainda não foi definido. O deputado Ricardo Maia (MDB-BA) foi designado como relator do caso.

Relembre o caso

Durante sessão da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, realizada no dia 29, o deputado proferiu comentários considerados abertamente insultuosos, desrespeitosos e pejorativos em relação à ministra Gleisi. Ainda naquela ocasião, Gilvan também protagonizou um desentendimento com o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara.

O documento assinado por Motta argumenta que o deputado do PL ofendeu a ministra ao vinculá-la ao termo "amante", numa referência a uma alcunha que teria sido atribuída à petista em um suposto esquema de favorecimento envolvendo a empresa Odebrecht. Além disso, o parlamentar utilizou a palavra "prostituta" ao fazer tais declarações.

Gilvan fazia referência a chamada "lista da Odebrecht", relacionada à Operação Lava Jato, em 2016. Nessa "super planilha", o nome de Gleisi aparecia entre os de 279 políticos de 22 partidos, sob a suspeita de ter recebido repasses ilegais da construtora.

Dias antes, em discussão na Comissão de Segurança Pública sobre um projeto para desarmar a segurança da Presidência da República, Gilvan da Federal afirmou desejar a morte de Lula.

"Por mim, eu quero mais é que o Lula morra. Eu quero que ele vá para o 'quinto dos inferno' (sic). É um direito meu", disse o deputado federal. "Nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer... Tomara que tenha um 'ataque cardíaco'. Porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando nosso País. E eu quero mais é que ele morra mesmo. Que andem desarmados. Não quer desarmar cidadão de bem? Que ele ande com seus seguranças desarmados", prosseguiu.

Após a repercussão negativa e pedidos de investigação sobre a conduta do parlamentar, ele pediu desculpas.