Rússia diz que Reino Unido se coloca como parte do conflito na Ucrânia e ameaça retaliar

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O governo da Rússia informou em comunicado nesta segunda-feira, 6, que convocou o embaixador britânico no país, N. Casey, para expressar seu "forte protesto" ante declarações recentes do secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, sobre o direito da Ucrânia de atacar território russo usando armas britânicas. Segundo Moscou, Cameron na prática reconhece "seu país como uma parte do conflito", o que daria aos russos direito de reagir "no território da Ucrânia e fora dele".

O regime russo informou ao embaixador britânico que as palavras de Cameron são "evidência de uma escalada séria e de confirmação do crescente envolvimento de Londres em operações militares do lado de Kiev".

"Casey foi advertido que a resposta a ataques ucranianos usando armas britânicas em território russo poderiam ser em qualquer instalação militar britânica e equipamento no território da Ucrânia e para além dele", reforça o comunicado.

O embaixador ainda foi convocado a "pensar sobre as inevitáveis consequências catastrófica desses passos hostis de Londres" e a refutar da forma mais "decisiva e inequívoca" as "declarações provocativas e belicosas" do chefe da chancelaria britânica.

Em outra categoria

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou com veemência nesta quinta-feira, 13, o volume de entidades que se inscrevem nos processos na qualidade de "amicus curiae" e, na avaliação dele, não contribuem com informações interdisciplinares relevantes.

"Eles têm que chegar aqui, não é para falar sobre Direito, o que os advogados já fizeram, é para falar sobre os conhecimentos interdisciplinares", disparou o ministro.

Fux defendeu também uma revisão na participação desses órgãos junto ao STF. "Acho que nós precisaríamos corrigir um pouco a atuação dos amici curiae."

A figura do amicus curiae (amigo da corte, em latim) foi instituída em 2015, pela reforma no Código Civil. O objetivo é permitir que órgãos e entidades especializados participem dos processos como "terceiros interessados". Ou seja, eles não são parte da ação, mas podem apresentar dados e argumentos úteis para o julgamento. A ideia é que os ministros sejam municiados com informações para decidirem cada caso com o máximo conhecimento possível.

Há processos no STF com dezenas de amici curiae habilitados. Eles têm o direito de apresentar seus argumentos na tribuna, antes das votações, o que pode atrasar o desfecho dos julgamentos.

O interesse neste instrumento é mais comum justamente em casos de grande repercussão, que englobam diferentes pontos de vista. O processo sobre o marco temporal para a demarcação em terras indígenas, por exemplo, tem mais de 70 associações e entidades cadastradas como amici curiae.

Para Fux, há um uso "promíscuo" e "vulgar" da prerrogativa. O ministro defendeu, por exemplo, que não há necessidade de ouvir novamente os órgãos e entidades quando houver audiência pública na fase de instrução do processo.

"Onde funciona amicus curiae, não deve haver audiência pública. Onde há audiência pública, não há necessidade de amicus curiae. Tudo o que eles têm que falar, falam na audiência."

Uma mudança na sistemática poderia ser promovida por meio do regimento interno do tribunal.

As críticas do ministro foram feitas nesta tarde, no plenário do STF, depois que o tribunal concordou em adiar o julgamento sobre a taxação de agrotóxicos.

O processo estava pronto para ser votado, mas os ministros decidiram convocar uma audiência pública, a pedido do PSOL, que move a ação.

O caso foi levado ao plenário físico após um pedido de destaque de André Mendonça no julgamento virtual, que se arrastava desde novembro de 2020. Com isso, o placar é zerado e os ministros têm que votar novamente. Oito votos já haviam sido registrados na modalidade virtual. Como o placar estava dividido, Mendonça considerou necessário abrir o debate presencial, para modular a decisão.

"Terei dificuldade, em outras situações, interromper um julgamento já avançado e reabrir a instrução para audiência pública", ressalvou André Mendonça.

A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou o índice de 47% em pesquisa CNN/Atlas divulgada ontem. A marca iguala o pior resultado desde o início da gestão do petista, registrado em novembro de 2023. Por outro lado, 51% dos entrevistados dizem aprovar o governo Lula e 2% não souberam responder.

O instituto Atlas Intel ouviu 3.601 pessoas entre os dias 7 e 11 de junho. A margem de erro é de um ponto porcentual e o índice de confiança é de 95%.

Avaliação do governo está em empate técnico

O índice de entrevistados que avaliam o governo Lula como "ótimo ou bom" é de 42,6%. A marca está em empate técnico com o número de pesquisados que avaliam a gestão do presidente como "ruim ou péssima": 42,8%.

São 14,3% os que avaliam o desempenho de Lula como "regular" e 0,3% não soube responder.

Aprovação por opção de voto em 2022

A pesquisa do Atlas Intel também indica que a aprovação ou rejeição ao governo Lula está associada à escolha do entrevistado no segundo turno da eleição presidencial, em 2022.

Entre os que votaram em Lula naquela ocasião, a aprovação vai a 95,4%. Já entre os eleitores do então presidente Jair Bolsonaro (PL), há 96,4% de rejeição ao petista.

Quanto aos que não votaram nem em Lula, nem em Bolsonaro, a aprovação ao presidente supera as menções negativas. É o caso dos entrevistados que votaram nulo ou branco (51,4% a 43,7%) ou não foram votar no segundo turno (53% a 32,3%).

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que a desoneração de parte do salário dos trabalhadores será uma "luta" a ser encampada pelo governo depois da aprovação da regulamentação da reforma tributária. A declaração foi feita durante um evento da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP), em Campos do Jordão, na tarde deste sábado, 15.

Na ocasião, Alckmin defendeu a desoneração para "não punir quem emprega" e "estimular que empregue mais". O vice-presidente, que também é ministro da Indústria e do Comércio, afirmou ter feito um estudo para a desoneração sobre o primeiro salário.

"Nós fizemos um estudo. Se eu desonerar o primeiro salário, quanto custa? Custa R$ 110 bilhões, 1% do PIB. Se eu arrumar 1% do PIB de outra forma, eu desonero o primeiro salário. Quem ganha dois, você só paga sobre um. Quem ganha um, não paga nada. Quem ganha três, você paga sobre dois. Mas você começaria a desonerar a folha, desonerando o primeiro salário", declarou.

Alckmin acrescentou: "Isso é uma luta que a gente vai ter que fazer depois da reforma tributária para estimular quem emprega, estimular a gerar mais emprego e as pessoas a terem mais oportunidade".

Durante o evento, Alckmin também disse que o governo fará um ajuste fiscal "pelo lado da despesa" e afirmou que haverá uma busca por cortes a curto, médio e longo prazo.

O vice-presidente relembrou a meta de zerar o déficit primário, segundo o arcabouço fiscal, e disse que "com política monetária e política fiscal sólida, nós vamos ter juros mais baratos".