Israel planeja controle militar de Gaza sem prazo para acabar no pós-guerra

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, divulgou nesta sexta, 23, seu plano mais detalhado até o momento para o pós-guerra na Faixa de Gaza. O documento materializa declarações anteriores do premiê, com a promessa de Israel manter o controle militar sem prazo de saída do território, enquanto a administração civil ficaria nas mãos de palestinos que não tenham vínculos com o Hamas.

O plano foi mal recebido pelos palestinos, que o chamaram de "fadado ao fracasso", e não satisfaz os EUA, maior aliado de Israel, que defendem a soberania palestina após o fim da guerra. Se concretizado, o projeto inviabiliza a criação de um Estado palestino em Gaza e na Cisjordânia ocupada no curto prazo.

O documento apresentado por Netanyahu reitera a posição israelense contra o "reconhecimento unilateral de um Estado palestino" por considerá-lo "uma forma de recompensa ao terrorismo". Ele estabelece ainda duas zonas tampões que seriam controladas por Israel por tempo indefinido.

Objetivo

A primeira seria estabelecida na fronteira de Gaza com o Egito, o que aumentaria as tensões com o governo egípcio e pressupõe uma invasão à cidade de Rafah. A outra seria ao longo da fronteira israelense com Gaza, com o controle israelense de uma faixa de território dentro do enclave, onde hoje os militares estão demolindo casas e prédios.

Em relação à administração civil, os gestores seriam escolhidos a dedo por Israel entre os moradores locais sem vínculos com países e entidades que apoiem o terrorismo. Embora o projeto não mencione explicitamente a Autoridade Palestina, que administra partes da Cisjordânia ocupada, a menção a moradores de Gaza afasta o envolvimento do principal grupo político palestino.

O plano, como esperado, também pede o fechamento da UNRWA, a agência da ONU para refugiados palestinos, que tem forte atuação na Faixa de Gaza. Em janeiro, Israel acusou funcionários da organização de cooperar com o Hamas - a acusação foi questionada por um relatório de inteligência dos EUA.

A intenção de Israel com o plano é dificultar um ataque como o que ocorreu no dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas mataram 1,2 mil pessoas em território israelense.

A Autoridade Palestina chamou a proposta de "colonialista e racista" e disse que ela equivaleria à reocupação israelense de Gaza, como antes de 2005. "Se o mundo estiver genuinamente interessado em ter segurança e estabilidade na região, deve pôr fim à ocupação de Israel de terras palestinas e reconhecer um Estado palestino independente com Jerusalém como sua capital", declarou Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Acordo

Esta é a primeira vez que os planos de Netanyahu para Gaza foram reunidos em um único documento. A divulgação foi feita no mesmo dia em que autoridades israelenses voaram para Paris para se reunir com diplomatas de Catar, EUA e Egito em um esforço para obter um acordo de cessar-fogo em troca da libertação de mais de 100 reféns que permanecem em poder do Hamas em Gaza.

Embora as autoridades israelenses afirmem que estão abertas a um acordo para suspender o combate e libertar os reféns, o governo de Netanyahu rejeita um cessar-fogo permanente. A pressão internacional, no entanto, cresce à medida que o número de mortos aumenta.

Em quatro meses de guerra, 29,5 mil palestinos, entre civis e membros do Hamas, foram mortos por Israel, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

O plano divulgado ontem atraiu pouca reação da extrema direita israelense, que faz parte da base política de Netanyahu e cujos líderes esperam reocupar a Faixa de Gaza com colonos judeus após o fim da guerra. O documento evita qualquer manifestação de apoio ao reassentamento de colônias em Gaza, mas não descarta a possibilidade, uma omissão que parecia ser um tentativa de evitar uma rebelião na coalizão radical do governo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda nesta sexta-feira, 2, com reuniões no Palácio do Planalto. Às 9h, Lula se encontra com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em seguida, às 10h, recebe o ministro da Defesa, José Múcio.

Durante a tarde, o presidente tem audiência às 15h com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Uma hora depois, às 16h, Lula se reúne com o chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Marco Aurélio Marcola, e com o chefe do Gabinete Adjunto de Agenda do Gabinete do Presidente da República, Oswaldo Malatesta.

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Zucco (PL-RS), protocolará nesta sexta-feira, 2, uma representação criminal contra o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ao esquema no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

O documento aponta a falta de ação do ministro, mesmo tendo conhecimento prévio do problema, e também pede que a investigação seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), se houver indícios, além do afastamento de Lupi do cargo.

"Não lhe faltavam atribuições legais e regimentais, nem muito menos ferramentas institucionais, aptas a municiar ações de acompanhamento e controle destinadas a coibir o escândalo de descontos ilegais nas aposentadorias", afirma Zucco.

Entre alguns dos argumentos dados pela oposição, Zucco aponta que Lupi foi informado em junho de 2023, que havia um aumento de denúncias de descontos sem autorização em aposentadorias e pensões do INSS e não tomou providências por dez meses, de acordo com as atas das reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social.

Uma pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que Lupi deveria ser demitido do cargo.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

Pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deveria ser demitido do cargo após a crise no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), alvo de operação que apura um esquema que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

A pesquisa também diz que 84,4% dos brasileiros "acompanharam bem o caso", ante 15,6% que sabem pouco do assunto. O levantamento ouviu mil brasileiros entre esta terça-feira, 29, e esta quinta-feira. A margem de erro é de três pontos porcentuais para cima ou para baixo.

A pesquisa também ouviu se os entrevistados conhecem ou não pessoas afetadas ou se eles próprias foram lesadas. O resultado mostra que 58% dos brasileiros não foram vítimas e nem conhecem prejudicados; outros 35,6% conhecem quem foi teve descontos indevidos em benefícios do INSS e outros 6,4% foram vítimas.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.