Alemanha aprova uso recreativo de maconha no país

Internacional
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O Parlamento da Alemanha aprovou nesta sexta-feira, 23, uma legislação que permite o uso recreativo de maconha no país. Com a lei, ratificada com 407 votos a favor e 226 contra, a compra de cannabis ou o cultivo em casa para consumo pessoal será permitido a partir do dia 1º de abril.

A nova legislação permite adquirir até 25 gramas por dia da substância para uso pessoal, por meio de associações regulamentadas de cultivo da cannabis. O cultivo para uso próprio, por sua vez, foi limitado a até três plantas em casa. A posse e o consumo de maconha continuarão sendo proibidos para menores de 18 anos.

Os residentes alemães com 18 anos ou mais também serão autorizados a aderir a "clubes de cannabis" sem fins lucrativos com um máximo de 500 membros cada, a partir de 1º de julho. Os clubes seriam autorizados a cultivar cannabis para consumo pessoal dos membros.

O governo pretende proibir a publicidade ou o patrocínio da cannabis, e os clubes e o consumo não serão permitidos nas imediações de escolas, parques infantis e espaços de esporte. Uma avaliação do efeito da legislação na proteção de crianças e jovens deverá ser realizada no prazo de 18 meses após a entrada em vigor da legislação.

O plano fica significativamente aquém das ambições originais do governo, que previa permitir a venda de cannabis a adultos em todo o país em estabelecimentos licenciados. O projeto foi reduzido após negociações com a comissão executiva da União Europeia.

Mesmo assim, com o texto, a Alemanha adota uma das legislações mais liberais, seguindo os passos de Malta e Luxemburgo, na Europa, e do Uruguai e Canadá, nas Américas, representando uma reforma significativa para o governo do sociodemocrata Olaf Scholz. Na Holanda, país pioneiro no assunto, a posse, consumo e venda de até cinco gramas de cannabis é tolerada desde 1976 dentro dos "coffee shops".

Opiniões divididas

O ministro da Saúde, Karl Lauterbach, pediu antes da votação aos parlamentares que apoiassem o texto, mesmo que polêmico, alegando que "a situação em que estamos agora não é aceitável de nenhuma maneira". Lauterbach declarou que o objetivo da medida é combater o mercado ilegal e proteger os jovens, afirmando que as leis atuais no país "falharam".

O país lida com um aumento do consumo de maconha, seguido de problemas crescentes com cannabis contaminada ou excessivamente concentrada, sem garantias sobre a natureza da composição, observou Lauterbach, membro do Partido Social Democrata (SPD), do primeiro-ministro Scholz.

Ele destacou que ele mesmo se opôs durante muito tempo à legalização e que pesquisadores sobre vício sugerem que eliminar o tabu em torno da marijuana e fornecer informações sobre os seus riscos é a abordagem correta.

Mas Simone Borchardt, do partido conservador CDU, da oposição, argumentou que a nova lei agravará os riscos para a saúde dos jovens, e afirmou que os argumentos de Lauterbach não eram "mais que palavras vazias".

"Você está afirmando aqui com toda a seriedade, como ministro da saúde... que reduziremos o consumo entre crianças e jovens com a legalização de mais drogas", disse o legislador conservador Tino Sorge a Lauterbach. "Essa é a maior bobagem que já ouvi."

A lei causou conflito dentro do governo tripartidário, que enfrentou resistência de membros do SPD, enquanto os Verdes e os liberais se mostraram mais favoráveis. O novo texto também foi criticado por associações médicas e do poder Judiciário.

Os alemães, entretanto, parecem divididos sobre o tema. Uma pesquisa realizada pela YouGov, publicada nesta sexta-feira, mostrou que 47% dos entrevistados demonstraram ser favoráveis à nova legislação, já 42% foram contrários. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Zucco (PL-RS), protocolará nesta sexta-feira, 2, uma representação criminal contra o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ao esquema no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

O documento aponta a falta de ação do ministro, mesmo tendo conhecimento prévio do problema, e também pede que a investigação seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), se houver indícios, além do afastamento de Lupi do cargo.

"Não lhe faltavam atribuições legais e regimentais, nem muito menos ferramentas institucionais, aptas a municiar ações de acompanhamento e controle destinadas a coibir o escândalo de descontos ilegais nas aposentadorias", afirma Zucco.

Entre alguns dos argumentos dados pela oposição, Zucco aponta que Lupi foi informado em junho de 2023, que havia um aumento de denúncias de descontos sem autorização em aposentadorias e pensões do INSS e não tomou providências por dez meses, de acordo com as atas das reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social.

Uma pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que Lupi deveria ser demitido do cargo.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

Pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deveria ser demitido do cargo após a crise no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), alvo de operação que apura um esquema que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

A pesquisa também diz que 84,4% dos brasileiros "acompanharam bem o caso", ante 15,6% que sabem pouco do assunto. O levantamento ouviu mil brasileiros entre esta terça-feira, 29, e esta quinta-feira. A margem de erro é de três pontos porcentuais para cima ou para baixo.

A pesquisa também ouviu se os entrevistados conhecem ou não pessoas afetadas ou se eles próprias foram lesadas. O resultado mostra que 58% dos brasileiros não foram vítimas e nem conhecem prejudicados; outros 35,6% conhecem quem foi teve descontos indevidos em benefícios do INSS e outros 6,4% foram vítimas.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992) a cumprir pena em prisão domiciliar. Segundo a defesa, o ex-presidente ficará em Maceió.

A decisão tomada nesta quinta-feira, 1º, levou em consideração a idade e os problemas de saúde do ex-presidente. "A necessidade de tratamento específico admitem a concessão de prisão domiciliar humanitária", escreveu Moraes.

Collor terá que usar tornozeleira eletrônica e só poderá receber visitas de advogados, de médicos e da família. Moraes determinou a suspensão do passaporte do ex-presidente.

A defesa pediu a prisão domiciliar humanitária alegando que Collor enfrenta comorbidades graves e depende de medicamentos de uso contínuo.

Ao ser ouvido na audiência de custódia - horas depois de ser preso na madrugada de sexta passada, 25 -, no entanto, o ex-presidente negou ter problemas de saúde ou tomar remédios.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi a favor da prisão domiciliar "excepcional". Em parecer enviado ao STF, Gonet afirmou que a defesa comprovou a "gravidade" do quadro de saúde de Collor.

Por exigência de Moraes, os advogados tiveram que apresentar histórico médico, prontuários, laudos e exames que atestassem os problemas de saúde do ex-presidente.

O ministro afirma na decisão que houve a "constatação real da presença progressiva de graves sintomas não motores e motores" da Doença de Parkinson, "inclusive histórico de quedas recentes".

"A compatibilização entre a Dignidade da Pessoa Humana, o Direito à Saúde e a efetividade da Justiça Penal indica a possibilidade de concessão da prisão domiciliar humanitária à Fernando Affonso Collor de Mello, pois está em tratamento da Doença de Parkinson - há, aproximadamente, 6 (seis) anos", diz a decisão.

Collor foi preso para cumprir a condenação de 8 anos e 6 meses em um processo da Operação Lava Jato. Collor foi considerado culpado pelo recebimento de R$ 20 milhões em propinas da UTC Engenharia em troca do direcionamento de contratos de BR Distribuidora. Ele está detido no Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió.

A prisão foi decretada por Alexandre de Moraes e depois confirmada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal. O ministro considerou que não há mais recursos possíveis para reverter a condenação do ex-presidente e que os pedidos da defesa agora são apenas "protelatórios".