'Voltando em Paz': entenda a maior operação de repatriação da história do Brasil

Internacional
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Um voo de repatriação de brasileiros vindos de Israel pousou em Brasília na madrugada desta quarta-feira, 11, trazendo a solo nacional 211 brasileiros que estavam na região durante os conflitos entre Israel e Hamas. Este foi o primeiro de seis voos que serão feitos até domingo, 15, na maior operação de repatriação da história do País, de acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB).

"Somos o primeiro país a realizar esse tipo de operação na região", declarou o comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno, em entrevista coletiva. Nomeada de "Voltando em Paz", a operação pretende resgatar os cidadãos que vivem em Israel e na Palestina que desejam retornar ao Brasil, bem como aqueles que vivem em países vizinhos, como Jordânia e Egito.

Equipes médicas e psicólogos foram acionados na missão, para prestar assistência aos repatriados. Um segundo voo de repatriação partiu de Tel Aviv aproximadamente às 12h30 (horário de Brasília) nesta terça, com 214 passageiros, incluindo cinco crianças de colo, além de quatro animais de estimação. O pouso está previsto para o início da madrugada de quinta-feira, na Base Aérea do Galeão.

Confira abaixo perguntas e respostas sobre a operação de repatriação:

Quantos brasileiros devem ser repatriados?

Até o sábado, 14, a expectativa do governo brasileiro é repatriar 900 brasileiros. A maioria deles é composta por turistas que visitavam Tel Aviv e Jerusalém quando o ataque ocorreu no último sábado, 7.

São estimados 14 mil brasileiros residentes em Israel e 6 mil brasileiros na Palestina. O Itamaraty disponibilizou ao público um formulário online, onde as pessoas poderiam manifestar seu interesse em voltar para o Brasil. Até o momento, 2,7 mil brasileiros se cadastraram no formulário, mas nem todos pretendem retornar neste primeiro momento.

"O formulário foi disponibilizado para os brasileiros que estão na região preencher não apenas por interesse na repatriação, mas também para a embaixada saber onde eles estão e qual sua situação, para poder oferecer algum outro tipo de apoios além da repatriação. Vários não querem partir", explicou o diretor do Departamento Consular do Itamaraty, Aloysio Mares Dia Gomide Filho, acrescentando que há cadastros repetidos.

Qual a ordem de prioridade escolhida pelo governo?

A Embaixada do Brasil em Tel Aviv está organizando a ordem de grupos de brasileiros que deixarão a região. Entre os grupos prioritários para embarque nos voos da FAB, estão pessoas que residem no Brasil (turistas ou viajantes a trabalho, por exemplo), pessoas com deficiência, idosos, grávidas e menores de idade.

Para agilizar o processo, o Ministério das Relações Exteriores está pedindo que aqueles que tiverem passagens aéreas para datas próximas já compradas, ou condições para adquiri-las, embarquem em voos comerciais a partir do aeroporto Ben-Gurion.

Quais aviões estão sendo utilizados pelo governo federal?

O Brasil preparou dois aviões KC-30, cada um com capacidade para 230 passageiros; dois KC-390, que podem transportar até 80 pessoas e mais dois emprestados pela presidência, que podem transportar até 40 pessoas. A primeira aeronave a sair para missão foi um KC-30 que, além dos passageiros, consegue levar 45 toneladas de cargas e é a maior aeronave da FAB.

Por que o Brasil pediu ajuda para o Egito?

Israel possui uma fronteira de 11 quilômetros de extensão com o Egito. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está negociando com o governo egípcio para viabilizar a saída de brasileiros de Israel por esta faixa fronteiriça, utilizando ônibus. Segundo o ministro, a intenção inicial das autoridades brasileiras é transportar os brasileiros e, em alguns casos, seus parentes próximos, até Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito.

"Creio que esta será a saída para evacuar os brasileiros que se encontram correndo riscos nesta região conflagrada", acrescentou o chanceler brasileiro. O posto de fronteira em que ocorreria a passagem está atualmente fechado devido à escalada da violência na região durante o conflito.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda nesta sexta-feira, 2, com reuniões no Palácio do Planalto. Às 9h, Lula se encontra com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em seguida, às 10h, recebe o ministro da Defesa, José Múcio.

Durante a tarde, o presidente tem audiência às 15h com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Uma hora depois, às 16h, Lula se reúne com o chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Marco Aurélio Marcola, e com o chefe do Gabinete Adjunto de Agenda do Gabinete do Presidente da República, Oswaldo Malatesta.

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Zucco (PL-RS), protocolará nesta sexta-feira, 2, uma representação criminal contra o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ao esquema no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

O documento aponta a falta de ação do ministro, mesmo tendo conhecimento prévio do problema, e também pede que a investigação seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), se houver indícios, além do afastamento de Lupi do cargo.

"Não lhe faltavam atribuições legais e regimentais, nem muito menos ferramentas institucionais, aptas a municiar ações de acompanhamento e controle destinadas a coibir o escândalo de descontos ilegais nas aposentadorias", afirma Zucco.

Entre alguns dos argumentos dados pela oposição, Zucco aponta que Lupi foi informado em junho de 2023, que havia um aumento de denúncias de descontos sem autorização em aposentadorias e pensões do INSS e não tomou providências por dez meses, de acordo com as atas das reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social.

Uma pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que Lupi deveria ser demitido do cargo.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

Pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deveria ser demitido do cargo após a crise no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), alvo de operação que apura um esquema que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

A pesquisa também diz que 84,4% dos brasileiros "acompanharam bem o caso", ante 15,6% que sabem pouco do assunto. O levantamento ouviu mil brasileiros entre esta terça-feira, 29, e esta quinta-feira. A margem de erro é de três pontos porcentuais para cima ou para baixo.

A pesquisa também ouviu se os entrevistados conhecem ou não pessoas afetadas ou se eles próprias foram lesadas. O resultado mostra que 58% dos brasileiros não foram vítimas e nem conhecem prejudicados; outros 35,6% conhecem quem foi teve descontos indevidos em benefícios do INSS e outros 6,4% foram vítimas.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.