Policial no Egito mata dois israelenses e um egípcio em ponto turístico

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Um policial egípcio abriu fogo contra turistas israelenses na cidade mediterrânea de Alexandria, matando pelo menos dois israelenses e um egípcio, de acordo com o Ministério do Interior do Egito.

O canal de televisão Extra News, que tem laços estreitos com as agências de segurança egípcias, citou uma autoridade de segurança não identificada dizendo que outra pessoa ficou ferida no ataque, que ocorreu no local do Pilar de Pompeu, em Alexandria. Ele disse que o suspeito do ataque foi detido.

As forças de segurança rapidamente isolaram o local do ataque. Um vídeo amador que circulou nas mídias sociais mostrou pelo menos três ambulâncias aparentemente levando as vítimas para hospitais, enquanto espectadores eram vistos assistindo atrás de uma barreira policial.

O serviço de resgate Zaka, de Israel, informou que duas pessoas morreram em Alexandria. O ataque de domingo ocorreu quando Israel estava lutando contra militantes palestinos após uma grande incursão a partir de Gaza.

O Egito fez as pazes com Israel há décadas e há muito tempo atua como mediador no conflito israelense-palestino. No entanto, o sentimento anti-Israel está em alta no país, especialmente durante os episódios de violência.

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O indicador do Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), manteve em 2025 a queda registrada nos últimos anos e chegou ao pior nível da história.

O Brasil, por sua vez, foi um dos poucos países no mundo a melhorar no ranking, em razão do fim do governo de Jair Bolsonaro (2019-2022). As informações constam no relatório de análise global divulgada nesta sexta-feira, 2.

Pela primeira vez, a pontuação média de todos os países avaliados pela RSF caiu abaixo de 55 pontos, o limite que qualifica a situação da liberdade de imprensa como "difícil". Mais de seis em cada dez países tiveram piora no ranking.

A ONG aponta que o ambiente econômico deteriorado, que dificulta a viabilidade financeira de veículos jornalísticos, é peça-chave para entender a queda no índice. "Embora as agressões físicas contra jornalistas sejam o aspecto mais visível dos ataques à liberdade de imprensa, pressões econômicas mais insidiosas também representam um obstáculo significativo", diz o documento.

Concentração da propriedade dos meios de comunicação, pressão de anunciantes ou financiadores, ausência, restrição ou atribuição opaca de auxílios públicos, dizem os pesquisadores, vem ajudando a enfraquecer o jornalismo exercido no mundo. Sem dinheiro, muitos veículos precisam decidir entre a garantia de sua independência editorial e a sobrevivência de seus negócios.

O indicador relativo às restrições econômicas à mídia e às condições financeiras do jornalismo é, entre os cinco indicadores que compõem o Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa (segurança, social, legislativo, político e econômico), o principal fator que arrasta para baixo a pontuação geral dos países em 2025. O único critério que registra uma melhora contínua é o da segurança.

"Quando um meio de comunicação está economicamente enfraquecido, ele é arrastado pela corrida por audiência, em detrimento da qualidade, e pode se tornar presa fácil de oligarcas ou de tomadores de decisão pública que o exploram. Quando os jornalistas estão empobrecidos, eles deixam de ter meios para resistir aos adversários da imprensa, que são, muitas vezes, promotores de desinformação e de propaganda", diz Anne Bocandé, diretora editorial do RSF.

O documento menciona diversos países que tiveram quedas, algumas delas expressivas, no ranking, em meio ao recrudescimento de censura em regimes autoritários. Já o Brasil é mencionado como um dos poucos casos positivos no mundo.

O relatório descreve que o País está na 63º colocação e "continua sua ascensão após a era Bolsonaro, com um salto de 47 posições desde 2022. Essa evolução reflete a percepção de um clima menos hostil ao jornalismo e o País se destaca como um dos poucos a melhorar seu indicador econômico".

Artur Romeu, diretor do escritório da RSF para a América Latina, diz que o Brasil é um dos destaques positivos do levantamento global ao subir 19 posições - 47 desde 2022. O País vem de três anos de progressão.

"Um dos fatores (que explicam a melhora) é uma mudança de paradigma na relação entre governo e imprensa que se deu com a alternância de poder", diz Romeu, em referência ao clima hostil oferecido pelo governo Bolsonaro aos profissionais de comunicação. "(Além do mais), o governo atual tem colocado no centro da sua agenda o debate sobre integridade da informação e a preocupação com o caos desinformacional".

O diretor da RSF afirma, no entanto, que o Brasil se encontra entre os países onde a liberdade de imprensa é considerada problemática. A segurança para a produção de reportagens sensíveis envolvendo autoridades e a ameaça à integridade física dos jornalistas são dois dos indicadores que "seguram" o contexto brasileiro em níveis insatisfatórios.

Em 42 países, representando mais da metade da população mundial (56,7%), a situação é considerada "muito grave" pela RSF. A Nicarágua (172º) é mencionada como o país que se tornou aquele com a pior pontuação da América Latina, atrás até mesmo de Cuba (165º). El Salvador (135º), do autoritário Nayib Bukele, mantém sua trajetória de queda: 61 posições perdidas desde 2020.

A Argentina (87º) de Javier Milei, por sua vez, caiu 47 posições no ranking nos últimos dois anos. No Haiti (111º), "o colapso do Estado e a violência de gangues transformaram o jornalismo em uma profissão de alto risco. O país caiu 22 posições no Ranking".

Bia Barbosa, coordenadora de Incidência do escritório do RSF para a América Latina e participante do painel sobre imprensa livre, do "Fórum Liberdade de Expressão - 150 anos em defesa da liberdade e da democracia", promovido pelo Estadão nesta terça-feira, 29, destacou no evento que o Brasil faz parte de um contexto sul-americano mais amplo: a região é campeão no assassinato de comunicadores no mundo, segundo ela. Ela afirmou que fora dos grandes centros urbanos existe maior vulnerabilidade às autoridades locais, o que pode colocar o jornalismo entre a independência e a sobrevivência econômica.

Além disso, a maior ameaça à liberdade de imprensa no Brasil e no mundo detectada pela Repórteres Sem Fronteiras, disse ela, é a ascensão da extrema direita. "Principalmente porque essa distorção e apropriação do conceito de liberdade de expressão, que é feita pela extrema direita, tem bloqueado iniciativas importantes para garantir a liberdade de imprensa", declarou ela.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda nesta sexta-feira, 2, com reuniões no Palácio do Planalto. Às 9h, Lula se encontra com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em seguida, às 10h, recebe o ministro da Defesa, José Múcio.

Durante a tarde, o presidente tem audiência às 15h com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Uma hora depois, às 16h, Lula se reúne com o chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Marco Aurélio Marcola, e com o chefe do Gabinete Adjunto de Agenda do Gabinete do Presidente da República, Oswaldo Malatesta.

O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Zucco (PL-RS), protocolará nesta sexta-feira, 2, uma representação criminal contra o ministro da Previdência, Carlos Lupi, ao esquema no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

O documento aponta a falta de ação do ministro, mesmo tendo conhecimento prévio do problema, e também pede que a investigação seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), se houver indícios, além do afastamento de Lupi do cargo.

"Não lhe faltavam atribuições legais e regimentais, nem muito menos ferramentas institucionais, aptas a municiar ações de acompanhamento e controle destinadas a coibir o escândalo de descontos ilegais nas aposentadorias", afirma Zucco.

Entre alguns dos argumentos dados pela oposição, Zucco aponta que Lupi foi informado em junho de 2023, que havia um aumento de denúncias de descontos sem autorização em aposentadorias e pensões do INSS e não tomou providências por dez meses, de acordo com as atas das reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social.

Uma pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que Lupi deveria ser demitido do cargo.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.