Quem é Jared Isaacman, bilionário indicado por Trump para chefiar a Nasa

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira, 4, que decidiu indicar Jared Isaacman para o cargo de administrador da Nasa. A declaração, feita na rede social Truth Social, ocorreu meses depois de Trump retirar a nomeação do bilionário do setor de tecnologia - e primeiro civil a realizar uma caminhada espacial - por conta de suas preferências políticas, mais inclinadas ao campo dos democratas.

O anúncio da retirada da nomeação havia sido feito em maio. Na ocasião, o presidente americano afirmou considerar Isaacman um homem "muito bom", mas disse ter ficado surpreso ao descobrir que o futuro administrador da agência espacial norte-americana era um "democrata de sangue azul, que nunca havia contribuído para um republicano anteriormente".

Além disso, o futuro administrador da Nasa também tem relações próximas com Elon Musk, dono da SpaceX - a empresa já levou Isaacman para o espaço em uma missão no ano passado. A desistência de Trump pelo nome de Isaacman foi anunciado depois de Musk deixar o governo dos Estados Unidos.

Na semana passada, Trump disse a repórteres que ele e Musk têm conversado "de tempos em tempos" desde que se sentaram juntos no funeral do ativista conservador Charlie Kirk, no mês passado, no Arizona, e que o relacionamento entre ambos está "bem".

Ao voltar atrás e anunciar novamente Isaacman para o alto cargo de liderança da Nasa, Trump não fez menção à mudança de posicionamento. "Esta noite, tenho o prazer de indicar Jared Isaacman, um empresário de sucesso, filantropo, piloto e astronauta, como administrador da Nasa", escreveu. "A paixão de Jared pelo espaço, sua experiência como astronauta e sua dedicação em ultrapassar os limites da exploração, desvendar os mistérios do universo e promover a nova economia espacial fazem dele a pessoa ideal para liderar a Nasa em uma nova e ousada era."

Isaacman ocupará o posto que vinha sendo exercido interinamente pelo secretário de Transportes, Sean Duffy, que também recebeu elogios do presidente americano. "Trabalho incrível", afirmou Trump. Para assumir o cargo, Isaacman ainda precisa ser aprovado pelo Senado.

Quem é Jared Isaacman

Aos 42 anos, Jared Isaacman é CEO e fundador da Shift4, empresa de tecnologia líder em soluções integradas de processamento de pagamentos. A companhia foi criada em 1999, quando o hoje bilionário tinha apenas 16 anos e havia deixado os estudos para investir no empreendedorismo. Atualmente, a Shift4 emprega cerca de 4 mil pessoas, atua em 75 países e já processou mais de US$ 260 bilhões em pagamentos para mais de 200 mil clientes em todo o mundo. Entusiasta do setor aeroespacial, o empresário também é piloto e astronauta, acumulando mais de 7 mil horas de voo nos últimos 20 anos, incluindo habilitações em diversas aeronaves experimentais e ex-militares.

Em setembro do ano passado, Isaacman tornou-se o primeiro civil a realizar uma caminhada espacial, ao comandar a Polaris Dawn, missão executada pela SpaceX, de Elon Musk. Segundo o site oficial da missão, Isaacman também detém vários recordes mundiais, incluindo dois voos de volta ao mundo em alta velocidade, realizados em 2008 e 2009. Em 2011, ele fundou a Draken International, força aérea privada criada para treinar pilotos das Forças Armadas dos Estados Unidos.

Declarado "defensor da ciência", Isaacman afirma ter realizado cerca de 50 experimentos científicos nas duas missões espaciais de que participou. Ele também já declarou publicamente que sua carreira no setor aeroespacial "nunca custou um centavo aos contribuintes". "Foi financiada de forma privada e teve como objetivo inspirar e ajudar pessoas em todo o mundo", afirmou.

Isaacman é ainda reconhecido por seu trabalho filantrópico, com doações milionárias a hospitais e causas beneficentes - seja de forma pessoal, seja por meio das arrecadações obtidas com suas atividades como piloto, como os shows aéreos que organiza. Em abril deste ano, após ter sido anunciado por Trump como futuro chefe da Nasa, Isaacman discursou no Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado dos Estados Unidos, que avaliava sua indicação.

"Não sou um indicado típico para este cargo. Fui relativamente apolítico; não sou cientista e nunca trabalhei na Nasa. Não considero isso uma fraqueza. Na verdade, acredito que o presidente Trump as vê como qualidades. E, se for confirmado, trarei toda minha experiência para a maior aventura da história humana: a busca pelos segredos do universo", declarou.

Nesta terça, após ser novamente indicado para comandar a agência espacial americana, Isaacman se pronunciou nas redes sociais. Ele agradeceu a Trump pela nomeação e à "comunidade que ama o espaço", mas não mencionou a controvérsia anterior em torno de sua indicação. (Com informações da Associated Press)

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O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou na tarde deste sábado, 8, em São Paulo, que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido". Boulos disse que essa é a visão dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de outros chefes de Executivo estadual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele lançou no Morro da Lua, região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o Projeto Governo na Rua, que tem a finalidade de ouvir a população e levar as manifestações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Boulos declarou também que a questão do combate ao crime é antiga, mas que Luiz Inácio Lula da Silva é quem tomou a iniciativa de tentar resolver com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. Conforme o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, com essas propostas aprovadas, o governo federal terá mais atribuições e responsabilidades para o enfrentamento ao crime.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", acredita.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

O sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, alertou neste sábado, 8, para a situação fiscal explosiva do Brasil. Com o juro real perto de 11% e o atual nível de endividamento, o País corre risco de quebrar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for reeleito e não mudar suas políticas. Por outro lado, pode virar a página caso eleja um candidato de centro-direita, escapando do duelo Lula versus Jair Bolsonaro e colocando um ponto final no ciclo pós-ditadura.

"O País quer uma coisa diferente dessa oferta que foi nos dada nos últimos anos, que aponte para o futuro. Chega de Bolsonaro, chega de Lula, está bom", disse Xavier, durante painel na conferência MBA Brasil 2025, em Boston, nos Estados Unidos.

Segundo ele, Lula e Bolsonaro representam um período "do nós contra eles" que o Brasil vive desde o fim da ditadura. "Temos uma alternativa de acabar com esse ciclo já no ano que vem", disse, sem mencionar um candidato específico. Na sua visão, qualquer candidato da direita hoje pode ser a 'cara' do centro-direita nas eleições de 2026, mas que ainda não é hora de se colocar. "Vai apanhar", afirmou.

Xavier prevê uma eleição "super acirrada", em que não será possível saber o vencedor das urnas nem 24 horas antes do pleito. E, nesse ambiente, a situação fiscal d Brasil pode se deteriorar ainda mais, com o governo petista gastando mais para vencer a disputa. Na sua visão, "o Brasil está em risco".

"A gente está criando um endividamento muito alto e que é explosivo. 11% de juro real para um país que já tem uma dívida desse tamanho, a gente quebra", alertou. "A gente está se aproximando muito perto do encontro com a dívida", acrescentou. Uma eventual piora da situação fiscal do Brasil pode levar credor da dívida brasileira a questionar a vontade do País de honrá-la. "Dívida é capacidade vontade. A capacidade está ficando em dúvida e já tem um pouco de dúvida se (o governo) tem muita vontade de pagar mesmo".

Ao falar a estudantes brasileiros de MBA no exterior, ele analisou o histórico dos partidos políticos no Brasil para reforçar a cobrança da sociedade por uma proposta nova. Na sua visão, o PT "morreu", assim como o PSDB perdeu relevância nacional. No entanto, o Partido dos Trabalhadores tem o Lula, que é "muita coisa", mas demonstra um "egoísmo brutal" ao continuar sendo presidente e não dar oportunidade para outros.

"A reeleição é um câncer no Brasil. O incentivo do político é se reeleger. Virou uma profissão", criticou o gestor. "O político deveria servir as pessoas, servir o povo. Não se servir", emendou.

Segundo ele, é importante que o ciclo pós-ditadura termine para que o Brasil aponte para o futuro. Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha surpreendido para cima nos últimos anos, sob a ótica de crescimento, quando comparado a outros emergentes, o Brasil "ficou para trás", na sua visão. "O Brasil nunca teve horizonte, nunca teve previsibilidade", concluiu.

*A repórter viajou a convite da MBA Brasil