Bessent, do Tesouro americano, acompanhará Trump em viagem pela Malásia, Japão e Coreia do Sul

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O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, se encontrará com o vice-primeiro-ministro da China, He Lifeng, para negociações comerciais na Malásia, confirmou o Departamento do Tesouro, em nota divulgada há pouco. Bessent permanecerá no país e acompanhará o presidente Donald Trump em sua tour por países asiáticos.

Segundo o comunicado, o secretário do Tesouro participará da 47ª cúpula da Associação de Países do Sudeste Asiático (Asean, em inglês), em Kuala Lumpur. Depois, Bessent acompanhará a visita de Estado do presidente Trump ao Japão e participará da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, em inglês) na Coreia do Sul.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se tornou alvo de críticas da oposição após afirmar, durante uma agenda oficial na Indonésia nesta sexta-feira, 24, que "traficantes são vítimas dos usuários também".

Durante o evento, Lula afirmou que o enfrentamento ao tráfico de drogas deve incluir também o combate ao consumo interno.

"Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente, os usuários. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também", declarou o presidente. Após a repercussão, Lula foi às redes sociais dizer que a fala foi "mal colocada".

A fala gerou reações imediatas entre parlamentares da oposição. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro, ironizou a declaração.

"Os traficantes são vítimas dos usuários, os assaltantes são vítimas dos assaltados, os assassinos são vítimas dos mortos, os estupradores são vítimas das violentadas e por aí vai. Presidente Lula, vítima é o povo brasileiro dessa visão em que as vítimas são culpadas e os culpados são vítimas", escreveu o senador nas redes sociais.

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que a fala de Lula é "inacreditável"."O homem que governa o país defende quem destrói famílias, quem enche os cemitérios e quem espalha violência nas ruas. Para ele, o bandido é vítima e o cidadão de bem é o culpado", declarou o parlamentar.

Na mesma linha, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ironizou as declarações do presidente e afirmou que, "daqui a pouco, o PCC vira ONG".

"Lula acaba de anunciar que traficantes são vítimas dos usuários. No ritmo que vai, daqui a pouco o PCC vira ONG".

O governador Ronaldo Caiado também criticou Lula. "Como é que um país, como é que um cidadão de bem pode votar num homem desse? Onde é que nós estamos chegando? Um cidadão que defende explicitamente o traficante, o bandido. Veja bem o que é que nós estamos vivendo", disse Caiado no podcast 3 Irmãos.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta sexta-feira, 24, estar preparado para assumir novos desafios em âmbito estadual, ainda que "deseje concluir o mandato". Embora negue publicamente, nos bastidores o prefeito é tratado como pré-candidato ao governo paulista, caso o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) decida disputar a Presidência da República em 2026.

"Eu, sinceramente, desejo concluir o mandato, mas, se algum desafio vier pela frente, eu vou estar sempre às ordens pra poder trabalhar pela nossa cidade e pelo nosso Estado", disse Nunes ao receber o Colar de Honra ao Mérito Legislativo na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Durante a homenagem a ele, o prefeito exaltou Tarcísio como um "grande amigo" e fez relatos sobre o estreitamento da relação entre ambos durante a campanha de reeleição em 2024. Ele recordou que manteve-se na liderança das pesquisas do início. Em determinado momento, porém, percebeu que o influenciador Pablo Marçal (PRTB) começava a crescer nas intenções de voto. Diante disso, Tarcísio o alertou sobre a necessidade de intensificar o ritmo.

"Depois do resultado [...], o Tarcísio chega pra mim e fala o seguinte 'Eu não te falei, mas durante a campanha eu descobri o tumor. Eu precisaria fazer a retirada pra fazer a biópsia, para saber se era maligno ou benigno. Mas na campanha não dava para parar, a gente não podia perder", continuou Nunes. "Tarcísio, no cargo de governador, deixou de fazer o seu exame de câncer... E Deus é tão grande que, graças a Deus, ele se internou, fez a biópsia e não era câncer maligno."

Em viagem pelo interior desde quarta-feira, 22, para cumprir agenda de governo, Tarcísio não compareceu à cerimônia. A solenidade contou com figuras como o presidente da Alesp, André do Prado (PL), e o ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido).

Ao discursar, Garcia afirmou que Nunes ainda terá "muitos desafios" pela frente e que São Paulo, o Estado e o País "vão agradecer" por sua permanência na vida pública. Segundo o ex-governador, "quem administra a cidade de São Paulo está preparado para qualquer coisa".

Eduardo Appio, juiz federal no Paraná que assumiu a cadeira do ex-juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato, será investigado por uma suposta tentativa de furto de três garrafas de champanhe francesa Möet&Chandon em um supermercado de Blumenau, Santa Catarina. Cada garrafa pode custar até R$ 500. Procurado pelo Estadão, o juiz disse que o advogado dele vai explicar o "mal entendido".

A investigação será por meio de um procedimento disciplinar conduzido pela Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), sediado em Porto Alegre (RS). O caso aconteceu na quarta-feira, 22, e teria sido flagrado por câmeras de segurança.

O TRF4 informou que 'não se manifestará por ora'. O Estadão apurou que a Polícia Civil de Santa Catarina oficiou a Corte nesta quinta-feira, 23, comunicando detalhes da ocorrência e que os 'procedimentos cabíveis serão feitos, mas sob sigilo por se tratar de magistrado'.

Atuação na Lava Jato

Eduardo Appio se notabilizou quando assumiu a cadeira do ex-juiz Sérgio Moro, hoje senador, na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, berço da Operação Lava Jato. Appio ocupou por três meses a cadeira.

Ele herdou ações remanescentes da operação que ainda não havia sido dizimada pelo Supremo Tribunal Federal. Em meio à condução de processos envolvendo alvos da Lava Jato, Appio fez acusações graves aos trabalhos de Moro e também do então procurador da República Deltan Dallagnol, artífices da investigação que derrubou um esquema de corrupção e cartel na Petrobras (2003/2014).

Livro detona a Lava Jato

O juiz federal investigado escreveu o livro 'Tudo por dinheiro: a ganância da Lava Jato'. "Eu mal tinha tempo de realizar as muitas audiências", narra no livro. "Os lavajatistas operam no TRF da 4ª Região como uma verdadeira rede, quase como uma organização criminosa."

O TRF4 funcionou como a Corte de apelação da Lava Jato. Os recursos contra as decisões emanadas da 13.ª Vara de Curitiba tinham como destino o TRF4.

A obra é uma mistura de passagens biográficas, anedotas, relatos de bastidores e análises do sistema de Justiça, especialmente sobre os métodos da Operação Lava Jato.

Eduardo Appio nunca escondeu que discorda da forma como a investigação foi conduzida. As críticas atravessam toda a obra, acompanhadas de comentários sobre momentos-chave da operação.

Capítulo reservado para Moro

No livro, um capítulo inteiro é reservado a Moro, o protagonista da Lava Jato. Esse trecho é intitulado "Como Moro politizou o Judiciário". Os comentários endereçam desde as camisas pretas que o ex-juiz tinha o hábito de usar até sua tese de doutorado.

Em uma passagem, Eduardo Appio relembra que, ao assumir a cadeira de titular da 13.ª Vara de Curitiba, teve enorme dificuldade de se localizar no acervo de processos: "De um ponto de vista objetivo, Sérgio Moro, sem dúvida, é o pior gestor que conheci. Em vez de dar alguma organicidade aos processos, ele criou um verdadeiro cipoal, em que juízes, advogados, assessores, que fossem, se perdiam. Isso parece ter sido feito de forma dolosa, para atender a interesses pessoais."

Procurado pelo Estadão, na ocasião do lançamento do livro, o senador afirmou que a opinião de Eduardo Appio 'não tem credibilidade'. Segundo Moro, seu desafeto tem 'um comportamento extravagante que revela no mínimo falta de caráter e desequilíbrio mental'.

Queda após investigação informal

O livro foi escrito por Salvio Kotter a partir de 30 horas de entrevistas com o magistrado. Em um trecho, ele diz que: "A Vara de Curitiba é extremamente vigiada, qualquer deslize é fatal."

Appio conduziu processos remanescentes da investigação, entre fevereiro e maio de 2023, mas foi transferido depois de tentar investigar informalmente a relação entre o desembargador Marcelo Malucelli e Moro.