O governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSD) avaliou nesta segunda-feira, 20, que, se quiser apoio a uma eventual candidatura à Presidência nas eleições de 2026, Tarcísio de Freitas (Republicanos) precisa agradar aos partidos do Centro, e não ao bolsonarismo.
"Se o governador Tarcísio deseja ser candidato e ter o nosso apoio, não somos nós que vamos fazer o movimento para um discurso bolsonarista, mas ele que precisa de um posicionamento mais ao centro e mais afastado do bolsonarismo", disse ao jornal O Globo antes de almoço com empresários em São Paulo.
Segundo Leite, não são os partidos do centro que devem "bolsonarizar ou radicalizar" o discurso. "Pelo menos, não da minha parte, e não daquilo que eu acredito", disse.
O governador gaúcho afirmou que, em seus encontros com Tarcísio, o chefe do Executivo paulista apresentou postura "muito razoável, de gestor centrado e preocupado em melhorar a performance do governo".
Ao comentar as falas de Tarcísio durante ato bolsonarista na Avenida Paulista em 7 de setembro, Leite disse acreditar que sua postura se deve a uma "questão de lealdade a alguém que lhe abriu espaço na sua trajetória", referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante o evento, Tarcísio criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes. "Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes", declarou na ocasião.
"Eu não saberia dizer o quanto daquela manifestação dele, dentro de uma plateia de quase 40 mil pessoas, corresponde ao seu sentimento mais profundo ou o quanto que ele foi conduzido àquela situação. Mas ele tem uma trajetória maior do que aquilo, vejo uma pessoa preocupada com a gestão pública, com o País e, acredito, um democrata", ponderou Leite.
Apesar das considerações de Eduardo Leite, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, já manifestou interesse em apoiar o governador de São Paulo em uma eventual candidatura a presidente em 2026. Tarcísio, por sua vez, tem reiterado que pretende concorrer à reeleição.
De acordo com O Globo, Leite também falou sobre a possibilidade de ele próprio sair candidato ao Palácio do Planalto. Ao minimizar eventos realizados em torno da candidatura do governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), ele disse que seu diferencial em relação aos outros presidenciáveis é a "capacidade de fazer um discurso mais independente".
"Nessas últimas eleições, eu não abracei nem o Lula nem o Bolsonaro, e quase paguei o preço disso por estar num ambiente muito polarizado", disse.