Israel diz que líder palestino Marwan Barghouti não será incluído na troca com reféns

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O governo de Israel afirmou nesta quinta-feira, 9, que o líder palestino Marwan Barghouti não fará parte do acordo entre o país e o Hamas para a libertação de reféns e um cessar-fogo na Faixa de Gaza. "O que posso dizer neste momento é que ele não será parte dessa liberação", disse a porta-voz Shosh Bedrosian.

Barghouti, preso desde 2002, está na lista de palestinos que o Hamas quer que sejam libertados como parte do acordo de cessar-fogo. Ele cumpre cinco penas de prisão perpétua por sua participação no planejamento de três ataques terroristas que mataram cinco israelenses durante a Segunda Intifada.

De acordo com a CNN Internacional, grupos palestinos já tentaram pedir a libertação de Barghouti em diversas ocasiões, inclusive em negociações de cessar-fogo anteriores durante a guerra atual. No entanto, Israel se recusa a considerar liberá-lo.

Apelidado de "Nelson Mandela palestino", Barghouti é ex-líder do partido Fatah e defensor da solução de dois Estados para o conflito - um Estado israelense e outro palestino coexistindo pacificamente.

Em agosto deste ano, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, visitou Barghouti na prisão. Na época, o israelense publicou em seu perfil no X um vídeo no qual conversa com o líder palestino, que vestia uma camiseta branca.

"Quem mexer com o povo de Israel, quem assassinar nossas crianças, quem assassinar nossas mulheres, nós os eliminaremos. Se Deus quiser", disse Ben-Gvir na legenda da publicação.

O presidente americano Donald Trump foi quem anunciou que Israel e o Hamas chegaram a um acordo na quarta-feira, 8, sobre a primeira fase de um cessar-fogo em Gaza que inclui a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.

O pacto busca colocar fim aos dois anos de guerra em Gaza, conflito que eclodiu com o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 em território israelense, que deixou 1.219 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais.

Nesse dia, o Hamas sequestrou 251 pessoas, das quais 47 continuam presas em Gaza - entre elas, 25 estariam mortas, segundo o exército israelense. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que deixou pelo menos 67.183 mortos em Gaza, segundo os números do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela Organização das Nações Unidas (ONU). (Com informações da Associated Press)

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O líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou nesta quinta-feira, 9, que o presidente enfrentará um desafio para escolher o substituto "à altura" do ministro Luís Roberto Barroso, que anunciou sua saída do Supremo Tribunal Federal (STF) durante a sessão plenária de hoje.

"Acho que nós temos muitos bons nomes colocados. Tem o nome do (ex) presidente (do Senado) Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem o nome do advogado-geral da União, o ministro (Jorge) Messias", declarou Randolfe.

"O presidente vai dialogar. A escolha é um ato unilateral do presidente da República. O presidente do Senado (Davi Alcolumbre) deverá conversar com o presidente da República nas próximas horas, e o presidente encontrará um nome à altura de Barroso", continuou Randolfe.

Além disso, o senador Randolfe Rodrigues destacou o papel que Luís Roberto Barroso exerceu no STF. "Barroso foi um homem público que cumpriu suas atribuições com enorme amor ao Brasil, dedicação e zelo à Justiça e aos brasileiros", afirmou.

Randolfe também fez uma brincadeira ao mencionar o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco. "Acredito que será uma decisão breve. O presidente vai encontrar alguém à altura de Luís Roberto Barroso. O presidente Pacheco é mais alto", brincou.

Barroso, de 67 anos, se despede do Supremo apesar de ainda ter direito a permanecer no cargo até os 75 anos, idade-limite prevista pela Constituição de 1988. O nome indicado por Lula precisará ser aprovado após sabatina no Senado Federal, como exige o rito constitucional.

O presidente da Câmara dos Deputados e deputado federal pela Paraíba, Hugo Motta (Republicanos), elogiou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que anunciou sua despedida da Corte nesta quinta-feira, 9. Para Motta, Barroso "fará falta".

"Registro meu reconhecimento pelo seu trabalho e desejo muito sucesso nesta nova caminhada. Fará falta na mais alta Corte do Brasil", escreveu o deputado em publicação na rede social X (antigo Twitter).

Motta também destacou o trabalho de Barroso no STF. "Atuou com maestria e equilíbrio na defesa da Constituição e da democracia brasileira".

Barroso, de 67 anos, se despede do Supremo apesar de ainda ter direito de permanecer no cargo até os 75 anos, idade-limite prevista pela Constituição de 1988. O nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para substituí-lo precisará passar por sabatina e aprovação no Senado Federal, como exige o rito constitucional.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, destituiu nesta quinta-feira, 9, os advogados de Marcelo Costa Câmara, ex-assessor direto do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência, que integram o "núcleo 2" da trama golpista.

Na decisão, Moraes afirmou que as defesas atuaram de forma "inusitada" e com "nítido caráter procrastinatório" ao deixar de apresentar as alegações finais no prazo, mesmo após intimação - o que, segundo o ministro, configurou litigância de má-fé e tentativa de retardar o andamento da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado. Martins é representado por Jeffrey Chiquini e Câmara, por Eduardo Kuntz.

Procurados, os advogados ainda não se manifestaram.

Moraes determinou o envio imediato dos autos à Defensoria Pública da União (DPU), para que um defensor apresente as alegações finais em nome de ambos os réus. O ministro disse que a medida é necessária "para evitar nulidade e garantir o direito de defesa", mas criticou o uso do processo "como instrumento de procrastinação".

Com a manifestação da DPU, o processo ficará pronto para sentença. A ação penal integra a investigação do núcleo 2 e refere-se aos acusados de operacionalizar a tentativa de permanência no poder.