Chicago e Estado de Illinois processam Trump por envio de Guarda Nacional

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O Estado de Illinois, nos Estados Unidos, e Chicago, a capital, entraram com uma ação judicial para impedir a atuação da Guarda Nacional na cidade. A medida vem após o presidente do país, Donald Trump, autorizar o envio de 300 agentes da força para conter protestos contra a política imigratória de Trump.

De acordo com o procurador-geral estadual de Illinois, a administração federal não forneceu nenhuma explicação legal para justificar o envio das tropas. Para o procurador, as tropas só causariam "mais confusões e aumentariam a desconfiança na polícia", além de prejudicarem a economia estadual.

A decisão de enviar a Guarda Nacional veio após a intensificação das atividades do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) na cidade. A Casa Branca chamou os protestos que acontecem contra as ações de "distúrbios violentos e anarquia".

Em uma publicação na rede social X, o governador de Illinois, JB Pritzker, apoiou a ação judicial contra a decisão "ilegal e inconstitucional" de enviar tropas ao estado. Já o prefeito da cidade, Brandon Johnson, também se pronunciou pelo X, dizendo rejeitar "qualquer tentativa de ocupar Chicago".

Além de Donald Trump, também estão sendo processados o secretário de defesa dos EUA, Pete Hegseth, a secretária de segurança interna, Kristi Noem, e o dirigente do exército dos EUA, Daniel P. Driscoll.

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O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) criticou nesta segunda-feira a falta de mobilização de lideranças de direita em defesa de anistia a seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar e foi condenado por golpe de Estado.

"Jair Messias Bolsonaro, o principal líder político do país, segue preso ilegalmente, torturado diariamente, enquanto nenhum integrante da chamada 'união da direita' se manifesta com uma única palavra ou ação jurídica e política diante da destruição completa da democracia brasileira", escreveu nesta segunda-feira, 6, em seu perfil no X (antigo Twitter).

A expressão "união da direita" remete a declarações recentes do senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, que defendeu maior união entre os partidos conservadores para evitar derrota eleitoral em 2026.

"Já está passando de todos os limites a falta de bom senso na direita, digo aqui a centro-direita, a própria direita e seu extremo. Ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição ganha outra vez", escreveu o senador.

Carlos e o irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), têm demonstrado insatisfação com o recuo da oposição na pressão pela anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro que beneficiaria o ex-presidente.

Na última quinta-feira, 2, Carlos cobrou "firmeza e coerência". "Chega desse papo de 'eu darei indulto se for eleito' para enganar inocentes", afirmou.

As críticas são dirigidas a figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); e de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Os três já declararam que perdoariam Bolsonaro caso chegassem à Presidência em 2026.

O relator do projeto de anistia na Câmara, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), já disse que a "anistia ampla, geral e irrestrita" defendida por bolsonaristas está descartada em seu parecer, que se limitará à dosimetria, ou seja, na redução das penas fixadas.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), elogiou a Justiça Eleitoral nesta segunda-feira, 6, após ser agraciado com o Colar do Mérito Eleitoral Paulista, homenagem concedida pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A Justiça Eleitoral é criticada pelos bolsonaristas por ter tornado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em duas ocasiões.

"Uma premiação, uma comenda, é como se fosse uma nota promissória. A gente sai daqui mais devedor. Eu saio daqui no dia de hoje mais devedor da Justiça Eleitoral, em especial da Justiça Eleitoral de São Paulo", disse o governador em seu discurso de agradecimento.

Ele afirmou ainda que por causa do trabalho do órgão eleitoral tem "certeza" que as eleições vão transcorrer com tranquilidade e disse que se hoje tem condições de exercer o mandato é porque a Justiça Eleitoral "garantiu isso". "Nós vamos pagar nossa nota promissória, fazendo com que o Estado de São Paulo sempre apoie a Justiça Eleitoral", concluiu Tarcísio.

Segundo o TRE-SP, o objetivo do colar recebido por Tarcísio é homenagear juízes e autoridades "por seus méritos e relevantes serviços prestados à vivência democrática e ao processo eleitoral do Estado".

O chefe do Executivo paulista já havia elogiado a Justiça Eleitoral no início do ano, quando afirmou que ela era "garantidora da democracia", o que lhe rendeu críticas de apoiadores do ex-presidente.

Mais recentemente, Tarcísio mudou de postura e passou a criticar o Judiciário como um todo. Em agosto, às vésperas do início do julgamento de Bolsonaro pela trama golpista, o governador disse que "infelizmente, hoje eu não posso falar que confio na Justiça". Dias depois, na manifestação bolsonarista de 7 de Setembro, chamou o ministro Alexandre de Moraes de "ditador" e afirmou que não aceitaria mais a ditadura de "um poder sobre o outro".

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na manhã desta segunda-feira, 6, transcorreu em "clima leve e natural".

"O ânimo dos dois estava muito bom. Clima franco e leve. Não foi telefonema difícil, mas fácil. Parecia haver dos dois lados boa vontade. Durou mais ou menos 30 minutos", relatou Haddad, em entrevista à TV Record.

O titular da Fazenda foi um dos auxiliares do mandatário brasileiro acompanhando a reunião, que contou ainda com o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. O ex-chanceler e atual assessor especial Celso Amorim também acompanhou a conversa.

"Temos as melhores expectativas justamente pela falta de fundamento de uma medida dessa natureza. As coisas vão transcorrer com naturalidade", completou Haddad.

Segundo o ministro, a ligação teve uma menção ao aniversário de Lula, no dia 27 de outubro. Cada presidente apresentou três representantes de governo para dar prosseguimento às negociações.

Haddad ainda informou que vai viajar aos EUA na próxima semana para participar de reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e, em paralelo, se reunir com representantes do governo americano para tratar do tema do tarifaço.

Esses trechos da entrevista do ministro foram divulgadas no site R7 no fim da tarde desta segunda, pouco depois da gravação. A Record News vai transmitir a íntegra da entrevista a partir das 22h30 de hoje. Antes, a emissora mostra trechos às 19h.