Hezbollah promete manter armas e afirma que plano de desarmamento do Líbano serve a Israel

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O líder do Hezbollah, Naim Kassem, prometeu nesta sexta-feira, 15, que o grupo libanês, que é apoiado pelo Irã, não irá se desarmar e que a decisão do governo do Líbano de remover as armas do grupo até o final do ano serve aos interesses de Israel.

Kassem afirmou que o governo deveria, em vez disso, "espalhar sua autoridade e expulsar Israel do Líbano". Segundo ele, se a crise em andamento levar a um conflito interno, a culpa é do governo. "A resistência não entregará suas armas enquanto a agressão continuar e a ocupação permanecer", disse, ao acrescentar que o grupo "lutará uma longa batalha", se necessário.

O líder do Hezbollah disse que o grupo só discutirá uma estratégia de defesa nacional sobre suas armas quando Israel se retirar do Líbano e parar seus ataques aéreos quase diários que mataram dezenas de membros do grupo.

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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou a exclusão de um vídeo publicado no perfil oficial do Partido Liberal (PL). A gravação, feita com uso de inteligência artificial, foi publicada em 12 de julho e retrata apoiadores do Partido dos Trabalhadores (PT) como "viciados em PT", em analogia a usuários de drogas.

A decisão tem caráter liminar e atende a uma ação movida pelo PT contra o PL e a Meta, empresa responsável pelo Instagram e pelo Facebook. A peça não está mais disponível nas duas redes sociais. O PL foi procurado, e o Estadão aguarda um retorno.

Na decisão, a 2ª Vara Cível de Brasília avaliou que o material ultrapassou os limites da liberdade de expressão, configurando abuso e ofensa à honra do PT. O juiz classificou a propaganda como "grotesca" e "despida de qualquer propósito construtivo de cidadania". As informações foram publicadas pelo jornal O Globo.

O material mostra entrevistas fictícias, com declarações como "fui usuário do PT por dez anos" e "o petismo acaba com a vida das pessoas". Um dos personagens, identificado como "Enzo Albuquerque, ex-militante", diz estar "há seis meses limpo".

O vídeo associa a legenda petista à corrupção, aumento de impostos e "roubo da aposentadoria dos idosos". "Chega de defender quem só destrói o Brasil! A verdade liberta. O país está em colapso. A culpa é do Lula", diz a legenda. Segue-se, então, o aviso: "Este conteúdo é uma sátira. Para caso real de dependência química, busque ajuda pelo 132".

A Meta foi obrigada a remover o conteúdo em até três dias, sob pena de multa diária de R$ 2 mil, limitada a 20 dias.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), proferiu despacho nesta terça-feira, 19, para esclarecer pontos da sua decisão da véspera sobre a impossibilidade de aplicar ordens estrangeiras no Brasil. De acordo com ele, a exigência de homologação para cumprir decisões de tribunais estrangeiros se limita a órgãos do Poder Judiciário, e não atinge tribunais internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Sobre o ponto mais polêmico, que reconhece a ineficácia de leis estrangeiras em território nacional, Dino ressaltou que não há nada a esclarecer. "Em relação aos aspectos atinentes a leis estrangeiras e demais atos jurídicos estrangeiros, nada há a adicionar a título de esclarecimento, permanecendo íntegra a decisão proferida em 18 de agosto", afirmou. Na decisão de segunda-feira, 18, Dino sugeriu a possibilidade de punição aos bancos que cumprirem a Lei Magnitsky, imposta pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes.

"Trata-se de decisão que reitera conceitos básicos e seculares, destinada a proteger o Brasil - abrangendo suas empresas e cidadãos - de indevidas ingerências estrangeiras no nosso território. Ademais, a decisão atende a imperativos elementares de segurança jurídica, pois seria inviável a prática de atos jurídicos no Brasil se - a qualquer momento - uma lei ou decisão judicial estrangeira, emanada de algum país dentre as centenas existentes, pudesse ser imposta no território pátrio", afirmou o ministro.

Ele complementou: "Obviamente não se cuida de 'escolher o que cumprir', e sim de uma derivação compulsória do atributo da soberania nacional, consagrado pela Constituição Federal e posto sob a guarda dos Três Poderes da República".

Na decisão de segunda, Dino disse que "transações, operações, cancelamentos de contratos, bloqueios de ativos, transferências para o exterior (ou oriundas do exterior) por determinação de Estado estrangeiro" dependem de autorização do STF.

Uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), deixou os bancos brasileiros diante de uma "situação inédita, complexa, sensível e insolúvel", segundo relatos obtidos pela Coluna do Estadão. Dino decidiu nesta segunda-feira, 18, que decisões judiciais estrangeiras só podem ser executadas no Brasil mediante homologação ou por meio de mecanismos de cooperação internacional.

O despacho de Dino integra um processo relacionado aos rompimentos das barragens em Mariana (MG) e em Brumadinho (MG), mas abre brechas para que seu colega na Corte, o ministro Alexandre de Moraes, recorra ao próprio STF contra os efeitos da Lei Magnitsky. Moraes foi sancionado com base nessa norma pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 30 de julho, por suposta "campanha de censura" e "perseguição política".

A Lei Magnitsky prevê proibição de entrada nos Estados Unidos e confisco de bens, além de proibir a prestação de serviços ao sancionado em caráter "extraterritorial". Isso significa que, mesmo fora do território americano, uma empresa que possua ativos nos Estados Unidos não pode prestar serviços a um alvo da norma.

Nesses termos, a Lei Magnitsky tem o potencial de atingir os serviços bancários do ministro, como conta corrente e cartão de crédito, pois bancos que operam no Brasil realizam operações em dólar. Embora prevista na lei, a restrição dos serviços bancários não é imediata e ocorre de forma gradual.

Com a decisão desta segunda-feira, representantes de grandes instituições financeiras do País relataram à Coluna do Estadão um impasse entre a determinação do governo dos Estados Unidos e a da Suprema Corte brasileira.

Especialistas ouvidos pelo Estadão avaliam que, embora a legislação brasileira já exija que decisões estrangeiras sejam acolhidas por um trâmite específico, a decisão de Dino torna incertos os próximos passos da aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes.

O governo americano reagiu ao despacho de Dino. "Nenhum tribunal estrangeiro pode anular as sanções impostas pelos EUA ou proteger alguém das severas consequências de descumpri-las", afirmou a Embaixada dos Estados Unidos no X (antigo Twitter).