Polícia da Tailândia flagra monges budistas que consumiam metanfetamina em templo

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Uma ação da polícia da Tailândia flagrou que monges budistas que consumiam metanfetamina em templo no norte do país. Um terço dos clérigos testou positivo para metanfetamina durante uma operação surpresa no monastério de Wat Prathom, na província de Phichit.

Trinta policiais invadiram o local de culto enquanto os monges observavam o "Retiro das Chuvas" budista anual. Eles encontraram comprimidos de metanfetamina escondidos nos aposentos dos monges, bem como vários acessórios para consumo de drogas, uma arma caseira e várias balas. Seis dos 18 clérigos foram expulsos do monaquismo após flagrados nos testes de drogas na segunda-feira, 21.

O vice-governador de Phichit, Kitipon Wetchakul, que liderou a operação, disse: "Os seis monges que testaram positivo para drogas foram imediatamente expulsos e enviados para reabilitação. A operação foi realizada simultaneamente em vários templos em 12 distritos da província".

Escândalo com arquivos pornográficos e fortuna desviada

A confiança do público na ordem budista do país foi abalada depois que vários monges de alto escalão foram pegos em um escândalo de sedução por uma femme fatale este mês.

Os líderes religiosos teriam desviado fundos do templo para uma mulher chamada Wirawan Emsawat, também conhecida como Sika Golf, 35, que teria seduzido os monges para ter acesso ao dinheiro, que ela teria usado para financiar seu vício em jogos de azar.

Ela teria roubado a impressionante quantia de 385 milhões de baht (cerca de R$ 66 milhões) dos cofres do templo antes de ser presa em sua luxuosa casa em Bangcoc em 15 de julho. Ela enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, apoio ao desvio de fundos do templo por um monge e receptação de bens roubados.

O escândalo clerical veio à tona enquanto a polícia investigava o desaparecimento de um monge chamado Arch, que desapareceu repentinamente do templo Wat Tri Thotsathep, na capital. As autoridades suspeitaram que ele estivesse envolvido em fraudes ou casos amorosos antes de descobrirem que ele tinha um relacionamento com Wirawan.

80.000 arquivos pornográficos

Uma busca na casa de Wirawan Emsawat em 4 de julho encontrou impressionantes 80.000 arquivos pornográficos armazenados em cinco celulares, mostrando Wirawan em atos explícitos com monges e políticos de alto escalão.

Wirawan teria admitido que estava coagindo ou chantageando os homens por dinheiro e teve filhos com alguns deles.

O Conselho Supremo Sangha, o órgão budista mais alto da Tailândia, disse que os regulamentos monásticos estavam sendo revisados para criar sanções mais modernas.

Ittiporn Chan-iam, diretor do Escritório Nacional do Budismo, acrescentou que seu escritório estava propondo penas de prisão de até sete anos e uma multa de até 140.000 baht (cerca de R$ 24 mil) para monges expulsos da ordem por violações monásticas graves.

As mesmas penalidades se aplicariam a leigos que conscientemente se envolvessem em atos sexuais com monges budistas.

Os monges budistas fazem um voto de celibato para se desligarem dos desejos mundanos, que são vistos como obstáculos à iluminação espiritual. No entanto, o clero tailandês enfrentou inúmeros escândalos sexuais e de corrupção ao longo dos anos, minando a confiança do público na instituição religiosa.

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O senador Marcos do Val (Podemos-ES) gravou um vídeo nesta sexta-feira, 25 no qual aparece em um parque de diversões na cidade de Orlando, nos Estados Unidos. Ele negou ter fugido do Brasil e disse que viajou ao país norte-americano para "curtir o recesso" com a filha do qual estava afastado há dois anos e meio

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou a retenção do passaporte do senador na Operação Disque 100 em agosto do ano passado. Na ocasião, ele foi considerado suspeito de integrar um grupo que promovia ataques nas redes sociais contra agentes da Polícia Federal que atuavam em investigações junto ao STF.

Na gravação publicada em seu canal no YouTube, Marcos do Val afirma que entrou nos Estados Unidos com o passaporte diplomático e que não entregou o documento à Polícia Federal, como determinado inicialmente pelo ministro.

"Eu não tenho motivo para fugir. Não respondo a nenhum processo, não sou denunciado por nenhum crime. O que o Alexandre de Moraes fez, de tentar suspender meu passaporte, eu não entreguei à Polícia Federal porque é uma violação, um crime contra a Constituição", disse o parlamentar.

O Estadão pediu esclarecimentos à Polícia Federal sobre a situação dos passaportes de Marcos do Val, mas ainda não havia obtido um retorno até a publicação deste texto.

Na quinta-feira, 24, ele publicou nas redes sociais uma foto no aeroporto em que aparece segurando o passaporte diplomático brasileiro, que tem a cor vermelha, e na outra mão um passaporte similar ao utilizado por cidadãos americanos.

O senador afirmou ainda que por "excesso de zelo" comunicou ao STF, à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça que iria viajar. "Eu estou aqui em Orlando curtindo esse recesso com a minha filha que ficou dois anos e meio afastada por conta do meu combate e desmascarar os crimes contra nossa Constituição e democracia", continuou ele.

A decisão de Moraes que reteve o passaporte de Marcos do Val confirmada pela Primeira Turma do STF em fevereiro. Desde então, o senador capixaba recorreu duas vezes ao colegiado na tentativa de reaver o documento, mas ambos os pedidos foram negados - o último deles em março.

As medidas cautelares foram determinadas porque ele, juntamente com os blogueiros Oswaldo Eustáquio e Allan dos Santos, estavam promovendo ataques nas redes sociais contra agentes da Polícia Federal. Em uma publicação nas redes sociais à época, Do Val publicou uma foto do delegado Fábio Shor com a legenda "procurado", insinuando que ele fosse um criminoso.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou que pessoas mais pobres votem em políticos da classe trabalhadora, e não em candidatos que representam as elites.

"É preciso parar com essa ideia. O pobre fala que vai votar no prefeito que é rico porque ele não vai roubar, porque já é rico. Ora, ele só é rico porque já roubou", disse o presidente durante evento em Osasco (SP).

Na cerimônia no bairro do Jardim Rochdale, Lula anunciou investimentos do programa PAC Seleções 2025 Periferia Viva - Urbanização de Favelas. Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), serão destinados R$ 4,67 bilhões para ações em 49 territórios periféricos de 32 municípios de 12 Estados.

"O pobre fica com preconceito contra o pobre. Vou dizer uma coisa, esses deputados que estão aqui são verdadeiros heróis, porque, se juntarem todos os partidos de esquerda, chegamos a 130 deputados. O que leva uma pessoa que mora na periferia a votar num cara rico? Significa que a gente está colocando uma raposa para tomar conta do galinheiro", declarou.

Discurso do governo não é de 'nós contra eles', mas 'eles contra nós'

Segundo Lula, o discurso do governo não é de "nós contra eles", mas de "eles contra nós". O recurso discursivo do presidente foi uma forma de dizer que não são os pobres que estão se revoltando contra os ricos, mas os ricos que exploram os mais pobres.

"Não tem nós contra eles, são eles contra nós. O povo levanta de manhã, vai trabalhar, às vezes pega duas horas de ônibus, no fim do mês recebe um salário de merreca que não dá para fazer tudo. O povo é pacífico, espera no ponto de ônibus, ônibus vem lotado, não consegue pegar. Ainda aparece alguém para roubar o celular dele, é pobre roubando pobre, uma vida desgraçada", disse o presidente durante a cerimônia.

"Quando eu vejo uma mulher vendo seu celular e passa alguém e rouba, é um desgraçado de um pobre roubando o desgraçado de outro pobre", comentou.

Lula disse que o governo está "tentando diminuir o sofrimento desse povo". Citou ainda os desvios de recursos nos pagamentos de aposentados e afirmou que o governo começou a devolver o dinheiro aos beneficiários.

"Montaram uma quadrilha para roubar dinheiro de aposentados. Ontem, começamos a devolver o dinheiro que foi roubado para todos os aposentados lesados neste País", disse.

O presidente defendeu o aumento do salário mínimo acima da inflação, uma das principais marcas de suas gestões no Palácio do Planalto.

"Ficamos sete anos sem aumentar o salário mínimo. Voltei e já há dois anos aumento o salário mínimo de acordo com o crescimento do PIB. Se tem crescimento da produtividade, do País, quem é que trabalha? Quem mete a mão na massa? É o povo trabalhador, então é justo que tenha a receber o aumento do PIB. Vamos continuar aumentando o salário mínimo, a merenda, aquilo que é possível fazer."

"Se a gente não cuidar disso, para que ser presidente da República? Para governar para os ricos? Aí não sou eu, escolham outro para governar para os ricos", afirmou.

Durante o discurso do presidente, houve uma briga no local. Um homem xingou Lula e disse que ele deveria "ser preso" e foi agredido por um apoiador do presidente. Ele foi retirado por outros militantes do local.

O presidente da República disse que, em quase 80 anos de vida, nunca brigou e não xingou adversários em suas disputas políticas. Mencionou seu vice, Geraldo Alckmin, como exemplo disso. Mas também afirmou que "provocador não tem a menor chance" nos atos do governo.

"Eu vou fazer 80 anos em outubro. Nesses 80 anos, nunca briguei com ninguém. Fui candidato muitas vezes e nunca xinguei ninguém, nunca desrespeitei ninguém. O Alckmin é a prova disso, porque já foi meu adversário. Aprendi com a minha mãe analfabeta que respeito é bom, a gente gosta de dar e de receber. Mas vou falar, se teve aqui presente um provocador, nas coisas que eu fizer, provocador não tem a menor chance", declarou.

Lula disse, ainda, que "enquanto eu tiver força, saúde e disposição, essa gente que governou este País não volta mais para governar".

Mário Fernandes é general da reserva e foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL). O militar é réu do núcleo 2 da trama golpista e considerado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos líderes mais radicais do plano previa o sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF), do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice Geraldo Alckmin (PSB).

Em interrogatório na Primeira Turma da Corte nesta quinta-feira, 24, Mário Fernandes admitiu ter sido o autor do Plano Punhal Verde e Amarelo. "Não passa de um pensamento digitalizado. Hoje eu me arrependo disso, era apenas um pensamento de um militar, que não foi compartilhado com ninguém", disse.

Durante a gestão de Jair Bolsonaro, o militar chegou a chefiar interinamente a Secretaria-Geral da Presidência algumas vezes. Também no governo do ex-presidente, ele foi assessor do então ministro da Saúde Eduardo Pazuello - hoje deputado federal pelo PL do Rio.

Antes de chegar no Executivo, ele integrava a alta cúpula do Exército, sendo promovido a general de brigada em 2016 e passando para a reserva em 2020. Entre 2018 e 2020, Mário Fernandes chefiou o Comando de Operações Especiais, os chamados "kids pretos".

Segundo a denúncia da PGR, Fernandes foi o responsável por coordenar "ações de monitoramento e neutralização violenta de autoridades públicas", em conjunto com Marcelo Costa Câmara (ex-assessor de Bolsonaro), no que ficou conhecido como Plano Punhal Verde e Amarelo, que previa a execução, em dezembro de 2022, de Moraes, Lula e Alckmin. De acordo com a PGR, o militar também realizou a interlocução com as lideranças populares ligadas ao dia 8 de Janeiro.

Fernandes está preso preventivamente desde o dia 19 de novembro do ano passado. A prisão foi ordenada por Moraes após a PF obter mensagens em que ele incitava ações antidemocráticas que deveriam ser lideradas por Bolsonaro.

Ao admitir a autoria do Plano Punhal Verde Amarelo, em interrogatório no STF, o general da reserva disse que o plano não foi apresentado a ninguém. Além disso, Mário Fernandes afirmou que chegou a imprimir o plano para ler o documento, mas logo depois o "rasgou". "Eu imprimi para não forçar a vista e logo depois eu rasguei. Não compartilhei com ninguém."