Avião militar cai em escola em Bangladesh e deixa ao menos 19 mortos

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Ao menos 19 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas nesta segunda-feira, 21, após a queda de uma aeronave de treinamento da Força Aérea de Bangladesh no campus de uma escola em Daca, capital do país, logo após a decolagem. O piloto está entre os mortos, de acordo com autoridades locais.

Militares e um oficial do corpo de bombeiros informaram que a aeronave F-7 BGI, de fabricação chinesa, caiu no campus da Milestone School and College, no bairro de Uttara, no início da tarde, quando os alunos estavam assistindo às aulas.

O corpo de bombeiros e a defesa civil disseram que a maioria dos mortos eram estudantes e que 116 pessoas foram resgatadas com ferimentos - muitas delas, com queimaduras.

O governo anunciou um dia de luto nacional nesta terça-feira, 22, com bandeiras hasteadas a meio-mastro em todo o país.

Os militares disseram que o jato decolou da base aérea de Kurmitola, em Daca, às 13h06 no horário local (04h06 no horário de Brasília), e caiu logo depois, pegando fogo imediatamente. O governo disse que a aeronave "sofreu um mau funcionamento técnico", mas que um comitê de alto nível da Força Aérea conduziria uma investigação para determinar a causa.

O tenente de voo Md. Toukir Islam fez "todos os esforços para desviar a aeronave de áreas densamente povoadas em direção a um local menos habitado", disseram os militares. "Infelizmente, a aeronave se chocou contra um prédio de dois andares" dentro da escola.

Esse é o acidente aéreo mais mortal da história recente na capital de Bangladesh.

A mídia local indicou que a maioria dos feridos também eram estudantes. Os parentes entraram em pânico no local enquanto os socorristas, usando triciclos ou qualquer outra coisa disponível, transportavam os feridos para os hospitais locais. Uma cena desesperadora se desenrolou quando o acidente ocorreu.

Moradores locais e equipes de resgate carregavam estudantes feridos no colo, enquanto pais preocupados corriam freneticamente. Um pai corria com a filha em seus braços. Uma mãe gritava, tendo encontrado seu filho mais novo, mas procurando desesperadamente pelo mais velho. Os alunos disseram que os prédios da escola tremeram violentamente, seguidos de uma grande explosão, fazendo-os correr em busca de segurança.

Gritos e desespero tomaram conta do ar em um hospital próximo. Os médicos do Uttara Adhunik Hospital informaram que mais de 60 alunos, muitos com idades entre 12 e 16 anos, foram transferidos para um hospital especializado em queimaduras depois de chegarem com ferimentos.

No local do acidente, os soldados usaram megafones para controlar a multidão, complicada pela densa população da área, uma estação de metrô próxima e várias lojas e casas ao redor. Já é noite de segunda-feira em Daca e os socorristas continuam a vasculhar os escombros em busca de corpos.

O líder interino de Bangladesh, Muhammad Yunus, prometeu uma investigação, expressando seu profundo pesar pelo "acidente de partir o coração" na Milestone School and College.

Em uma declaração, ele lamentou a perda "irreparável" sofrida pelo "pessoal da Força Aérea, alunos, pais, professores, funcionários e outros", afirmando ser "um momento de profunda tristeza nacional".

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, expressou choque e tristeza pelo "trágico acidente aéreo em Daca" que resultou na perda de muitas vidas, inclusive de jovens estudantes.

"Nossos corações estão com as famílias enlutadas", disse Modi em um post no X, antigo Twitter. "A Índia é solidária com Bangladesh e está pronta para estender todo o apoio e assistência possíveis."

Rafiqa Taha, uma estudante que não estava presente no momento do acidente, disse à reportagem por telefone que a escola, com cerca de 2 mil alunos, oferece aulas do ensino fundamental ao médio. "Eu estava apavorado assistindo aos vídeos na TV", disse o jovem, de 16 anos. "Meu Deus! É a minha escola."

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O partido Novo anunciou nesta segunda-feira, 21, evento em que lançará o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, como pré-candidato à Presidência da República nas eleições do próximo ano. O evento ocorrerá dia 16 de agosto em São Paulo.

Segundo nota do partido, Zema e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na última semana, encontro em que o governador "oficializou sua intenção" de concorrer ao cargo.

"Bolsonaro recebeu a notícia de forma positiva e incentivou a pré-candidatura, destacando a importância de haver mais nomes da direita no primeiro turno", diz a nota.

Inelegível até 2030 por condenação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro evita cravar um nome para transferir o capital político que ainda lhe resta.

Zema é aliado de Bolsonaro e o segundo político da direita a lançar a pré-candidatura para 2026 - governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), também anunciou a intenção de disputar a Presidência em abril.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também estão na lista de possíveis herdeiros do espólio político do ex-presidente.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Zema afirmou que Eduardo criou um "problema" para a direita brasileira ao articular com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a imposição de tarifas de 50% sobre produtos nacionais importados.

Na mesma manhã da entrevista, sexta-feira, 18, Bolsonaro era alvo de ação da Polícia Federal (PF) e passou a usar tornozeleira eletrônica por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Zema afirmou ainda que a Corte é "claramente" um poder "subserviente" ao governo federal, ao comentar sobre a decisão de restabelecer o decreto sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A oposição definiu uma série de medidas que serão tomadas como a reação contra as medidas impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre elas, estão projetos legislativos favoráveis a Bolsonaro e contrários ao Supremo Tribunal Federal (STF), atos de rua com apoiadores e a criação de comissões internas para melhorar a comunicação com apoiadores.

Em entrevista nesta sexta-feira, 21, parlamentares aliados ao ex-presidente elencaram como prioridades para o pós-recesso a votação dos projetos para dar anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro - incluindo Bolsonaro - e a Proposta de Emenda à Constituição que estabelece o fim do foro privilegiado. Ambas estão na Câmara.

"Temos mais de 60 parlamentares respondendo processos do Supremo Tribunal Federal, além dos esdrúxulos inquéritos do fim do mundo que nunca terminam, que estão todos eles centralizados na mão de um único ministro. Isso tem que acabar. Isso não é constitucional. Isso fere o devido processo legal no país", afirmou o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, referindo-se ao ministro do STF Alexandre de Moraes.

Já no Senado, a pressão será pela votação de pedidos de impeachment contra Moraes.

"O Senado decide que a pauta única da oposição será a votação imediata do impeachment do ministro Alexandre de Moraes para que assim possamos salvar a economia do Brasil e para que a nação possa ter aí um sossego nos próximos anos, porque a culpa de tudo com certeza é Alexandre de Moraes e presidente Lula", declarou a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

Sóstenes ainda anunciou atos de rua em 3 de agosto e a criação de três comissões internas para alinhar a ação do partido: uma que vai alinhar a comunicação dos parlamentares de oposição; outra para trabalhar mobilizações internas na Câmara e no Senado para que as pautas "finalmente sejam respeitadas por ambos presidentes das casas"; e outra de mobilização nacional.

O deputado também afirmou que a oposição ainda estuda outras medidas, a serem definidas pelas três comissões.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador Paulo Figueiredo reconheceram nesta segunda-feira, 21, que a possibilidade dos Estados Unidos impor tarifas comerciais ao Brasil foi discutida em reuniões que eles tiveram com autoridades do governo americano antes do presidente Donald Trump anunciar a medida. O reconhecimento vai na contramão da fala do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que afirmou mais cedo nesta segunda-feira que não tem qualquer relação com a tarifa.

Eduardo e Figueiredo disseram que a possibilidade foi trazida à mesa pelo governo americano e que, inicialmente, defenderam que apenas o ministro Alexandre de Moraes e outras autoridades brasileiras fossem sancionadas. Agora, no entanto, eles consideram que a opção de Trump pela tarifa de 50% contra o Brasil foi acertada.

"Quando essa opção foi discutida com o deputado Eduardo Bolsonaro e nós, nós demos a nossa opinião. Na nossa opinião, esta medida não era a melhor a ser aplicada naquele momento. Nós advogamos na direção de sanções direcionadas aos agentes principais da ditadura", disse Paulo Figueiredo no podcast Inteligência Ltda.

Eduardo Bolsonaro completou. "A gente não imaginou que no início fosse decretada a tarifa. Mas como o Paulo bem falou, nós não somos o presidente dos Estados Unidos. Não temos o poder da caneta", respondeu o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em seguida, Figueiredo disse que, embora tenha advogado contra as tarifas no primeiro momento, atualmente ele considera que Trump acertou na medida e que está "100% convencido" que as tarifas foram o movimento correto pro Brasil.

"Eu concordo", disse Eduardo ao ser questionado sobre a resposta do influenciador. "Tanto que chamo de Tarifa-Moraes. Foram tarifas de 50%, a maiior dessa última leva, devido a crise institucional que o Moraes está fazendo", continuou.

Ele exemplificou sua posição ao citar o caso hipotético de quem faz entregas por aplicativo e é taxado em 50%. "Quando ele quiser reclamar, talvez ele vai ser calado. Antes de qualquer tipo de questão comercial, vem a liberdade. Se não puder falar, dar a sua opinião, você vai ser um escravo, um cubano. Queremos preservar as liberdades da nossa democracia", declarou.

'Não tem nada a ver com a gente'

Em entrevista à jornalista Andréia Sadi, do G1, nesta segunda-feira, 21, o ex-presidente negou que seu grupo político tenha tido qualquer relação com a decisão de Trump. "Isso é lá do governo Trump. Não tem nada a ver com a gente. Querem colar na gente os 50%. Mentira", disse. "Eu não tenho contato com autoridades americanas."

Ele rechaçou ainda que Eduardo possa negociar com autoridades americanas sobre a taxação. ""Ele não pode falar em nome do governo do Brasil. O Eduardo não pode falar em nome do governo brasileiro", disse o ex-presidente.