Ministro israelense posa com herdeiro da monarquia iraniana em alusão à troca de regime

Internacional
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O ministro israelense de Assuntos da Diáspora, Amichai Chikli, compartilhou nesta sexta-feira, 13, uma foto com Reza Pahlavi, um líder da oposição iraniana e ex-príncipe herdeiro do país. Na postagem, feita na rede social X, o ministro escreveu "em breve em Teerã". Pahlavi vive no exílio, e nos últimos dias, vem fazendo postagens sobre uma eventual troca de regime no Irã.

"O regime está fraco e dividido. Pode cair. Como eu disse aos meus compatriotas: o Irã é seu e vocês devem reconquistá-lo. Estou com vocês. Mantenham-se fortes e venceremos", escreveu. Na mesma rede social, Chikli compartilhou uma postagem que avaliava a foto como a "primeira mensagem oficial do governo israelense sobre mudança de regime no Irã".

Pahlavi é filho de Mohamed Reza Pahlavi, conhecido como o último xá do Irã, e que perdeu o trono com a Revolução Islâmica de 1979. Atualmente, vive nos Estados Unidos, e é visto como próximo do governo israelense.

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O ex-major do Exército Ailton Moraes Barros negou, na manhã desta quinta-feira, 24, a acusação da Procuradoria-Geral da República de que teria articulado com o general Walter Braga Netto - ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro, preso desde dezembro - ações para pressionar o então comandante do Exército, general Freire Gomes, a aderir ao plano golpista para manter o ex-presidente no poder mesmo após a derrota nas eleições de 2022.

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, Ailton disse que as mensagens do general para ele eram "choradeira de quem perdeu". Ele negou que tenha feito "ataques aos militares" que não teriam aderido ao plano.

Segundo a denúncia da PGR, Braga Netto orientou Ailton Barros a atacar o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, então comandante da Aeronáutica, que negou apoio à trama golpista, e elogiar o almirante de esquadra Almir Garnier Santos - comandante da Marinha, à época - que, supostamente, teria endossado o plano.

"Senta o pau no Baptista Júnior. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feitas e ele fechado nas mordomias. Negociando favores. Traidor da pátria. Daí pra frente. Inferniza a vida dele e da família (…) Elogia o Garnier e fode o BJ", teria dito Braga Netto, conforme mensagens interceptadas pela Polícia Federal nos autos da investigação da trama do golpe.

Na audiência desta quinta, presidida pela juíza auxiliar Luciana Sorrentino, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), que atua no gabinete do ministro Alexandre de Moraes - relator das ações do 8 de Janeiro -, Ailton Barros disse que "aquilo ali era lamúria e choradeira de perdedor de campanha".

"Eu estava entendendo aqui como um desabafo e não tive conduta. Não ataquei general nenhum. Não respondo a essas mensagens."

Ao mencionar o nome do ex-major, expulso do Exército em 2008, a denúncia destaca troca de mensagens dele e Braga Netto, em que demonstra ter pedido a militares "kid pretos", das Forças Especiais do Excerto, que "salvassem a democracia" - uma suposta incitação ao golpe.

A denúncia pontua que, em resposta, Braga Netto disse: "Meu amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do Gen. Freire Gomes. Omissão e indecisão não cabem a um combatente".

Ailton Gonçalves Moraes Barros teria prometido manter a pressão sobre Freire Gomes, ameaçando: "(…) oferecer a cabeça dele aos leões", caso o comandante do Exército mantivesse sua posição. Braga Netto concordou e emitiu a ordem derradeira: "Oferece a cabeça dele. Cagão".

Em sua versão, Ailton narrou que, inicialmente, queria enviar as mensagens para o tenente-coronel Mauro Cid - ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e réu delator na ação do golpe - e, por engano, acabou enviando a Braga Netto.

Segundo ele, não havia um vínculo forte entre ambos. Ainda segundo o ex-major, Braga Netto teria começado a desabafar, e ele percebeu que, ao endossar as afirmações, poderia tentar formar um vínculo político com o general, uma vez que este havia sido o candidato a vice-presidente de Bolsonaro em 2022.

Ao longo da denúncia, a PGR afirma que a combinação entre Ailton Barros e Braga Netto não se limitava a ataques aos comandantes do Exército e da Aeronáutica da gestão Bolsonaro. Um alvo seria o general Tomás Paiva - hoje comandante do Exército, então no Comando Militar do Sudeste -, que, além de negar um plano golpista, teria repreendido o general Villas Bôas e sua mulher, Maria Aparecida, "por conta da sua mobilização em favor do movimento golpista".

A defesa de Almir Garnier alega que a PGR não indicou como ele teria contribuído para a disseminação de notícias falsas.

"Afirmar que ele era responsável por divulgar notícias falsas sem apresentar os meios por onde isso teria ocorrido efetivamente, mesmo após tantos atos de investigação, apenas reforça que o acusado não tinha qualquer participação no ocorrido", disse a defensora pública Érica de Oliveira Hartmann.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a criticar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta quinta-feira, 24. No X (antigo Twitter), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou Tarcísio por manter como vice-líder da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) o deputado estadual Guto Zacarias (União), ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL).

"Por que o Tarcísio mantém como vice-líder uma pessoa do MBL, um grupo que defende a minha prisão, a prisão de meu pai, a prisão de jornalistas exilados, gente que ficou anos sem ver os filhos como o Allan dos Santos?", escreveu o deputado.

A publicação foi feita em resposta a um vídeo em que Guto Zacarias diz que é possível criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), "sem ter medo de ser chamado de vendido, traidor ou isentão".

Sobre o ex-presidente, o membro do MBL afirma que "na ânsia de salvar o seu filho (senador Flávio Bolsonaro), que estava encrencado com processos de corrupção, Bolsonaro deu super poderes para o Supremo Tribunal Federal (STF)".

Ao Estadão, Guto Zacarias disse que não abdica se suas críticas. O deputado estadual se defende dizendo: "sou vice-líder do governo pois articulo e ajudo a aprovar bons projetos pro Estado". O parlamentar ainda finaliza "Diferentemente dele (Eduardo Bolsonaro), não comemoro taxação contra o povo do Estado que nos elegeu e que juramos defender".

Eduardo Bolsonaro criticou Tarcísio anteriormente

A declaração de Eduardo Bolsonaro ocorre após uma série de ataques conduzidos pelo deputado a Tarcísio de Freitas. O filho do ex-presidente desaprovou as tentativas do governador paulista de tentar reverter o tarifaço de 50% imposto aos produtos nacionais pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Para Eduardo, as ações do governador configuravam "subserviência servil às elites".

Eduardo defende o uso das tarifas americanas como ferramenta para pressionar o Congresso Nacional a conceder anistia para os condenados na trama golpista, dentre eles, seu pai.

Em julho, Jair Bolsonaro apaziguou os atritos que ocorriam entre seu filho e o governador. "Hoje foi colocada uma pedra em cima: conversei com Eduardo e conversei com Tarcísio. Está tudo pacificado, Tarcísio continua sendo meu irmão mais novo, e vamos em frente, não podemos dividir", disse o ex-presidente. Desde a ocasião, Eduardo não tinha mais se posicionado em relação ao governador.

Eduardo e Tarcísio são apontados como possíveis representantes da direita na corrida presidencial de 2026, uma vez que Bolsonaro está inelegível até 2030.

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, nesta quinta-feira, 24, o general da reserva Mário Fernandes confirmou a autoria do plano Punhal Verde e Amarelo, mas ponderou que "não foi compartilhado com ninguém". Segundo a acusação da Procuradoria-Geral da República, o plano previa o sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin.

"Não passa de um pensamento digitalizado. Hoje eu me arrependo disso, era apenas um pensamento de um militar, que não foi compartilhado com ninguém", declarou Mário Fernandes, que foi secretário-geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro.

O general confirmou que imprimiu o plano para ler o documento, mas, logo depois, "rasgou":

"Eu imprimi para não forçar a vista e logo depois eu rasguei. Não compartilhei com ninguém."

De acordo com a PGR, Mário Fernandes teria assumido a responsabilidade por "ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas, em conjunto com Marcelo Costa Câmara (ex-assessor de Bolsonaro), além de realizar a interlocução com as lideranças populares ligadas ao dia 8 de janeiro".

Ao responder às perguntas do juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, que atua no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, o general também confirmou a autoria de uma minuta de implementação de um gabinete de crise.

Mário Fernandes afirmou que o documento seria apenas para o "assessoramento" do Gabinete de Segurança Institucional em uma eventual crise.

Segundo a PGR, o objetivo seria 'estabelecer diretrizes estratégicas de segurança e administrativas para o gerenciamento da crise institucional'.

Então chefiado pelo general Augusto Heleno, o GSI teria a coordenação-geral a cargo do general Braga Netto (ex-ministro da Defesa).

Mário Fernandes disse que faria parte da assessoria estratégica, enquanto a assessoria de Relações Institucionais seria ocupada por Filipe Martins.

O general afirmou que chegou a ir entre cinco e sete vezes aos acampamentos em frente aos quartéis, onde manifestantes pediam intervenção militar. Segundo ele, era "uma festa cívica" composta por pessoas "humildes". Fernandes nega ter tido interlocução com lideranças do movimento, conforme apontado pela acusação.

Mário Fernandes afirmou que propôs a Augusto Heleno e a Braga Netto que participassem de uma audiência pública no Congresso para "denunciar as fraudes eleitorais".