Ataques de Israel na Faixa de Gaza deixam ao menos 32 pessoas mortas

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Ataques israelenses na Faixa de Gaza mataram pelo menos 32 pessoas, incluindo mais de uma dúzia de mulheres e crianças, disseram autoridades de saúde locais neste domingo, 6. As ações ocorreram enquanto o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, se dirigia aos Estados Unidos para se reunir com o presidente Donald Trump para tratar da guerra.

No mês passado, Israel encerrou seu cessar-fogo com o Hamas e renovou sua ofensiva aérea e terrestre, realizando ondas de ataques e tomando territórios para pressionar o grupo terrorista a aceitar um novo acordo de trégua e a libertação dos reféns restantes. O governo também bloqueou a importação de alimentos, combustível e ajuda humanitária por mais de um mês para o território litorâneo, que depende muito de assistência externa.

"Os estoques estão ficando baixos e a situação está se tornando desesperadora", disse a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos nas redes sociais. Os últimos ataques israelenses durante a noite de domingo atingiram uma tenda e uma casa na cidade de Khan Younis, no sul do país, matando cinco homens, cinco mulheres e cinco crianças, segundo o Hospital Nasser, que recebeu os corpos.

Uma jornalista estava entre os mortos. "Minha filha é inocente. Ela não tinha nenhum envolvimento, amava o jornalismo", disse sua mãe, Amal Kaskeen. O corpo de uma criança, com menos de 2 anos, ocupava apenas uma extremidade de uma maca de emergência. "Trump quer acabar com a questão de Gaza. Ele está com pressa, e isso está claro desde esta manhã", disse Mohammad Abdel-Hadi, primo de uma mulher morta.

Os bombardeios israelenses mataram pelo menos quatro pessoas no campo de refugiados de Jabaliya, no norte de Gaza, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Os corpos de sete pessoas, incluindo uma criança e três mulheres, chegaram ao Hospital Al-Aqsa Martyrs em Deir al-Balah, na região central de Gaza, de acordo com um jornalista da Associated Press. E um ataque na Cidade de Gaza atingiu pessoas que esperavam do lado de fora de uma padaria e matou pelo menos seis, incluindo três crianças, segundo a defesa civil, que opera sob o governo do Hamas.

Os militares de Israel disseram que cerca de 10 projéteis foram disparados de Gaza e a maioria foi interceptada, na maior barragem do território desde que Israel retomou a guerra. O braço militar do Hamas assumiu a responsabilidade. A polícia israelense disse que alguns fragmentos caíram na cidade de Ashkelon. Não houve relatos de feridos.

Netanyahu visita Trump em meio a protestos

Dezenas de palestinos foram às ruas em Jabaliya para uma nova rodada de protestos contra a guerra. Imagens que circularam nas redes sociais mostraram pessoas marchando e cantando contra o Hamas. Esses protestos, embora raros, ocorreram nas últimas semanas.

Também há raiva dentro de Israel em relação à retomada da guerra e seus efeitos sobre os reféns remanescentes em Gaza. As famílias dos reféns, juntamente com alguns dos que foram libertados recentemente de Gaza e seus apoiadores no sábado, pediram a Trump que ajudasse a garantir o fim dos combates. Na segunda-feira, 7, Netanyahu se reunirá com Trump pela segunda vez desde que ele iniciou seu mandato em janeiro.

O primeiro-ministro disse que eles discutirão a guerra e a nova tarifa de 17% imposta a Israel, parte de uma decisão global abrangente do novo governo dos EUA. "Há uma fila muito grande de líderes que querem fazer isso com relação às suas economias. Acho que isso reflete a conexão pessoal especial e a conexão especial entre os Estados Unidos e Israel, que é tão vital neste momento", disse Netanyahu ao encerrar uma visita à Hungria. Os EUA, um mediador nos esforços de cessar-fogo junto de Egito e Qatar, expressaram apoio à retomada da guerra por Israel no mês passado.

O preço da guerra

Desde então, centenas de palestinos foram mortos, entre eles 15 médicos cujos corpos foram recuperados somente uma semana depois. As forças armadas de Israel, neste fim de semana, retrocederam em seu relato sobre o que aconteceu no incidente, capturado em parte em vídeo, o que causou a ira da Cruz Vermelha, do Crescente Vermelho e das autoridades da ONU.

A guerra começou quando terroristas liderados pelo Hamas atacaram Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns. Cinquenta e nove reféns continuam presos em Gaza - acredita-se que 24 estejam vivos - depois que a maioria dos demais foi libertada em cessar-fogo ou outros acordos.

A ofensiva de Israel matou pelo menos 50.695 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não informa quantos eram civis ou combatentes, mas diz que mais da metade eram mulheres e crianças. Ele afirma que outras 115.338 pessoas ficaram feridas. Israel afirma ter matado cerca de 20 mil terroristas, sem fornecer provas.

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Os deputados bolsonaristas Hélio Lopes (PL-RJ) e Coronel Chrisóstomo (PL-RO) recolheram as barracas que haviam montado na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), com a intenção de acampar em reação ao que chamaram de "ditadura disfarçada" e "perseguição" ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

A desmobilização ocorreu no fim da noite desta sexta-feira, 25, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O magistrado determinou a remoção imediata das estruturas e a proibição de acesso e permanência dos deputados em frente ao STF. O ministro intimou pessoalmente o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a não permitir "nenhum novo acampamento" na Praça dos Três Poderes.

No despacho, o ministro considerou que os deputados bolsonaristas reivindicaram o direito de manifestação com o "confessado propósito de repetir os ilegais e golpistas acampamentos realizados na frente dos quartéis do Exército, para subverter a ordem democrática e inviabilizar o funcionamento das instituições republicanas".

A primeira barraca montada em frente ao STF foi a do deputado Hélio Lopes, que gravou vídeos com um esparadrapo na boca e uma camisa com a bandeira de Israel. Em suas postagens, o parlamentar alegou que optou por entrar em um "jejum de palavras".

Em outro post, Hélio Lopes compartilhou o que chamou de "ofício público" ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pedindo que registrasse oficialmente sua "manifestação pacífica e silenciosa" como um ato "legítimo de um deputado federal em pleno exercício de seu mandato".

Depois, o deputado Coronel Chrisóstomo aderiu à mobilização e, em suas redes sociais, mostrou outros apoiadores do ex-presidente, vestidos com camisetas da seleção brasileira, que se juntavam à manifestação.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, assinou despacho na noite desta sexta-feira, 25, determinando que a força policial fosse usada para retirar deputados bolsonaristas acampados na Praça dos Três Poderes, próximo ao prédio da Corte. Atendendo pedido da Procuradoria Geral da República, Moraes autorizou a prisão dos parlamentares, caso não aceitassem deixar o local.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi intimado por Moraes para tomar providências. Na decisão, Moraes fala em deputados estariam "participando de possível prática criminosa". Após a ordem, o ministro do STF assinou um complemento da decisão proibindo a instalação de novos acampamentos num raio de 1 quilômetro da Praça dos Três Poderes, da Esplanada dos Ministérios e até mesmo de quartéis das Forças Armadas. Moraes justificou que adotava a medida para evitar um novo 8 de Janeiro.

"Para garantir a segurança pública e evitar novos eventos criminosos semelhantes aos atos golpistas ocorridos em 8/1/2023, determinou a proibição de qualquer acampamento em um ario de 1KM da Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios e, obviamente, em frente aos quartéis das Forças Armadas", determinou Moraes.

O "acampamento" dos deputados começou na tarde de sexta-feira, quando o deputado Hélio Lopes (PL-RJ) foi sozinho para o local, montou uma barracada, colocou esparadrapo na boca para protestar contra as medidas judiciais impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele recebeu apoio de alguns populares e de outros parlamentares bolsonaristas que também foram para a Praça.

A ordem de Moraes alcançava, além de Hélio Lopes, Sóstenes Cavalcante (PL-AL), Cabo Gilberto Silva (PL-PB), Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e Rodrigo da Zaeli (PL-MT).

O governador do DF foi pessoalmente negociar a saída dos deputados para fazer cumprir a ordem de Moraes. Sob risco de prisão, os parlamentares aceitaram transferir as barracas para outro local na Esplanada dos Ministérios, mas fora da Praça dos Três Poderes. Ao desmontar as barracas foram avisados que havia uma nova decisão de Moraes, bloqueando acampamentos no raio de 1 quilômetro da Praça e da Esplanada.

Durante a negociação - feita com o desembargador aposentado Sebastião Coelho, bolsonarista e crítico do STF - Ibaneis admitiu desconforto com a situação. "Eu não concordo com as coisas que estão acontecendo, Sebastião", disse o governador.

Na primeira decisão, Moraes atendeu todos os pedidos do Ministério Público que havia relatado risco à segurança por conta do acampamento dos deputados.

"Defiro integralmente os pedidos da Procuradoria Geral da República, no sentido de:

A) Remoção imediata e proibição de acesso e permanência dos Deputados Federais Hélio Lopes, Sóstenes Cavalcante, Cabo Gilberto Silva, Coronel Chrisóstomo e Rodrigo da Zaeli, assim como de quaisquer outros indivíduos que se encontrem em frente ao Supremo Tribunal Federal participando de possível prática criminosa.

B) Prisão em flagrante com base na prática de resistência ou desobediência ao ato de autoridade pública, a fim de garantir a efetividade das probabilidades e a preservação da ordem pública na hipótese de resistência de indivíduos que, mesmo após intimados, insistirem em permanecer na via pública em manifestação de oposição à ordem.

C) Notificar a Polícia Militar do Distrito Federal e a Polícia Federal para imediato cumprimento da medida, competindo especialmente à Polícia Militar do Distrito Federal a adoção de todas as providências necessárias à efetiva remoção dos referidos indivíduos do local", escreveu Moraes.

Segundo a decisão, a remoção teria que ser feita imediatamente. Ele ainda acrescentou que o governador do DF deveria ser intimado da decisão.

"Nossa luta é pela liberdade. Não temos mais tempo. De poder falar, liberdade ao nosso grande líder Bolsonaro, e queremos votar o PL da anistia. É tudo que queremos", disse o deputado Coronel Chrisóstomo, após desmontar as barracas.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, antecipou ao Estadão a ordem de prisão ao grupo de deputados bolsonaristas. Rocha avisou que estava indo para a Praça para tentar negociar uma saída pacífica, mas se não houvesse concordância, estava autorizando a polícia local a prender os parlamentares.

"Vamos tentar tirar pacificamente. Se não saírem, serão presos", disse o governador ao Estadão. A Praça é considerada área de segurança.

Para reforçar a proteção ao local, o acesso para veículos à Praça dos Três Poderes foi interditado pela Polícia Militar. Na Praça estão os prédios do Congresso, do STF e o Palácio do Planalto.

Mais cedo o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, mencionou o risco de um novo 8 de Janeiro para evacuar os deputados federais Hélio Lopes (PL-RJ) e Coronel Chrisóstomo (PL-RO) que manifestam na Praça dos Três Poderes nesta sexta-feira, 25.

Segundo Avelar, a ideia era que os manifestantes seguissem para a Praça das Bandeiras, na Esplanada dos Ministérios. Já o entorno do STF deveria ser isolado por grades ainda na noite da sexta, segundo o plano.

Movimento sociais de esquerda - como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular - estão planejando manifestações em defesa da soberania nacional para o dia 1º de agosto, data em que a sobretaxa de 50% sobre os produtos nacionais imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, deve entrar em vigor.

Os atos ocorrerão em frente a prédios que representam o governo dos EUA. A UNE anunciou manifestações diante dos Consulado dos Estados Unidos em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e na Embaixada Americana em Brasília (DF).

A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, por outro lado, marcaram ato para às 15h em Salvador (BA) e definiram a soberania nacional como uma das principais pautas.

"O bolsonarismo, mesmo após a derrota eleitoral, segue organizado e alinhado a uma rede global pautada na política imperialista de ataque à soberania dos povos, tal como podemos identificar a partir da recente decisão de Donald Trump de aplicar um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros", escreveu a UNE na carta que divulgou o ato de 1º de agosto contra o tarifaço.

Na manhã desta sexta, 25, a Faculdade de Direito da USP também recebeu um ato em defesa da soberania nacional organizado por 250 entidades. A motivação da reunião se deu pela decisão do governo americano de suspender os vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A cassação dos vistos, que ocorreu após imposição de medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é um novo capítulo da escalada de tensão entre o governo dos EUA e o brasileiro.

Os atritos começaram após o presidente americano anunciar que taxará os produtos nacionais em 50% por meio de uma carta que pedia o fim do julgamento de Bolsonaro.

"O modo como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado no mundo, é uma desgraça internacional", disse Trump por meio do documento. "Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!", escreveu.

Horários e locais das manifestações da Une, em 1º de agosto

São Paulo - 10h no Consulado dos EUA em São Paulo

Salvador - 15h no Campo Grande

Rio de Janeiro - 18h no Consulado dos EUA

Brasília - 09h em frente a Embaixada dos EUA

Porto Alegre - 18h na Esquina Democrática

Belo Horizonte - 17h na Praça Sete