Reitora interina de Columbia renuncia após universidade ceder às exigências de Trump

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A reitora interina da Universidade de Columbia, Katrina Armstrong, anunciou nesta sexta-feira, 28, que renunciou ao cargo. A decisão ocorre dias após a instituição concordar com uma série de mudanças de política exigidas pelo governo de Donald Trump como condição para restaurar US$ 400 milhões em financiamento governamental.

Em uma declaração publicada no site da Universidade de Columbia, Katrina disse que estava orgulhosa de ter liderado a universidade durante um "momento importante e desafiador".

"Mas meu coração está com a ciência, e minha paixão está com a cura. É onde posso servir melhor a esta Universidade e à nossa comunidade daqui para frente", escreveu. Ela retornará ao seu cargo de diretora do centro médico da escola de Nova York.

Katrina assumiu o cargo em agosto, depois que a presidente anterior, Minouche Shafik, renunciou após criticas sobre sua forma de lidar com os protestos e as divisões no campus sobre a guerra entre Israel e o Hamas.

A universidade nomeou a copresidente do conselho, Claire Shipman, como presidente interina enquanto a busca por uma substituta permanente continua.

A nova presidente em exercício, Shipman, foi correspondente da ABC News, NBC News e CNN ao longo de uma longa carreira no jornalismo, cobrindo a Casa Branca e a Rússia, entre outros assuntos. Ela escreveu vários livros sobre liderança feminina.

Financiamento em xeque

Katrina liderou a universidade durante alguns dos meses mais difíceis de sua história.

O governo de Donald Trump está ameaçando acabar com o fluxo de bilhões de dólares para universidades em todo os Estados Unidos, muitas das quais estão enfrentando investigações de agências que vão do Departamento de Justiça ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos.

A abordagem punitiva da administração Trump para as universidades está se manifestando mais intensamente na Columbia. A decisão do governo de retirar o financiamento para pesquisa da universidade e do hospital, sob a alegação de que a instituição não havia feito o suficiente para combater o antissemitismo ou punir os estudantes que participaram de manifestações pró-Palestina no ano passado, criou uma crise interna.

A universidade capitulou rapidamente, concordando com uma lista de exigências administrativas. Entre as novas mudanças, a Columbia concordou em revisar suas políticas de admissão, proibir manifestantes de usar mascaras, proibir manifestações em prédios acadêmicos e colocar seu departamento de estudos do Oriente Médio sob a supervisão de um novo reitor sênior com a missão de revisar sua liderança e currículo.

Entre outras medidas, a Columbia disse que teria 36 agentes de segurança do campus com poderes de prisão, uma mudança com enorme ressonância em uma universidade que tem uma longa história de ativismo no campus e laços tensos com a polícia.

Mas a aquiescência da escola foi condenada por alguns membros do corpo docente e defensores da liberdade de expressão, com Donna Lieberman, diretora executiva da União pelas Liberdades Civis de Nova York, dizendo que isso "coloca em risco a liberdade acadêmica e a expressão no campus em todo o país"./AP e NYT.

Em outra categoria

A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue com reprovação de 40% e aprovação de 29%, segundo pesquisa Datafolha divulgada há pouco. O levantamento foi feito com 2.004 eleitores de 130 cidades do País, entre os dias 29 e 30 de julho, durante a escalada das tensões na guerra comercial com o presidente americano Donald Trump.

Havia expectativa sobre os ganhos de imagem para o petista, mas houve manutenção da avaliação de "ruim/péssimo", enquanto a de "ótimo/bom" oscilou de 28% para 29% na rodada anterior da pesquisa. A avaliação do governo como "regular" teve variação de 31% para 29% e 1% dos entrevistados não deu opinião.

A pesquisa mostra que Lula segue com maior desaprovação com o eleitorado de classe média baixa (62%), mais rico (57%), evangélico (55%), sulista (51%), mais instruído (49%) e com idade entre 35 e 44 anos (48%).

De acordo com o Datafolha, a esta altura do mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentava taxas piores. Após dois anos e oito meses de governo, Bolsonaro tinha 24% de aprovação e 51% de reprovação.

A pesquisa divulgada hoje também mostra que 50% dos eleitores desaprovam o trabalho de Lula no Executivo Federal e 46% aprovam, em estabilidade estatística em relação ao levantamento de junho, segundo o Datafolha.

O presidente do PT, senador Humberto Costa, disse neste sábado, 2, que há um "caso claro" de lawfare (uso do sistema legal para prejudicar um adversário político) contra a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, recentemente condenada por corrupção.

"Como vocês sabem, da mesma maneira que aconteceu no Brasil com o presidente Lula, temos hoje na Argentina um caso absolutamente claro, que logo é contra a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner", disse o senador, durante o encontro do PT, em Brasília.

Ao lado de um dirigente do Partido Justicialista argentino, Costa lembrou da solidariedade dos argentinos a Lula, quando o ex-presidente brasileiro esteve preso.

"Cristina, como vocês sabem, é uma aliada nossa, é uma companheira que tem uma representatividade política, e o objetivo da justiça argentina é exatamente e impedir que ela possa continuar liderando movimento de oposição ao presidente de extrema direita, Javier Milei", disse.

O Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou ontem uma carta na qual pede que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspenda relações diplomáticas e comerciais com o governo de Benjamin Netanyahu, de Israel. Na abertura do 17º Encontro do PT, na noite desta sexta-feira, em Brasília, o senador e atual presidente nacional do PT, Humberto Costa, leu a carta de apoio ao povo palestino e reafirmou a posição histórica do PT em defesa da causa.

"Não é possível virar os olhos às mortes de crianças em Gaza pelos bombardeios de Israel há mais de 20 meses, e agora pela fome e doenças produzidas pelo bloqueio israelense. São crianças, um terço dos 55 mil palestinos mortos em Gaza e na Cisjordânia", descreve a carta. "O governo de Benjamin Netanyahu é acusado de 'crimes de guerra' até por ex-embaixadores e ex-primeiros-ministros israelenses. Os crimes agora incluem assassinar civis desarmados e famintos, que buscam auxílio humanitária e recebem balas e bombas."

O documento destaca que, no último dia 5 de junho, o presidente Lula declarou que, na região, não se trata de uma guerra, mas de "um genocídio premeditado". "Todavia, ainda há no mundo inteiro quem compre, venda e subsidie o complexo industrial-militar de Israel, como se isso fosse normal", afirma o texto, acrescentando que a militância presente no Encontro Nacional do PT "declara sua irrestrita solidariedade ao povo palestino".

"De acordo com os compromissos históricos do PT que todos reivindicamos, endossamos a nota do Conselho Nacional de Direitos Humanos de 6 de junho de 2025, e solicitamos ao presidente Lula para que intervenha em favor da suspensão de relações diplomáticas e comerciais com o governo de Netanyahu", reforça o documento.

Com a presença de cerca de mil delegados e delegadas do Brasil, o 17º Encontro Nacional do PT começou ontem e deve seguir até amanhã, com lideranças petistas presentes para debater os rumos do partido e os desafios do próximo período. Além de Humberto Costa, estiveram presentes na abertura do evento o presidente eleito, Edinho Silva, e os dirigentes Romênio Pereira, Mônica Valente, Valter Pomar e Misiara, além do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.