Novo caça a jato 'impressionante' das Forças Armadas será produzido pela Boeing, anuncia Trump

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira, 21, o desenvolvimento de um novo caça a jato de sexta geração, o F-47, que será produzido pela Boeing. Em evento na Casa Branca, o republicano destacou que o avião terá características inéditas e será o mais avançado já construído.

"Esse é um caça a jato de nível seis. Nunca vi algo parecido", afirmou o presidente, acrescentando que o novo caça terá "números que ninguém nunca viu antes" e uma velocidade "impressionante".

O contrato para a produção do F-47 foi concedido à Boeing após uma "rigorosa competição" entre empresas aeroespaciais norte-americanas. Trump ressaltou que o avião será construído ainda durante seu governo, mas evitou revelar detalhes sobre o preço, alegando que isso poderia expor tecnologias sensíveis.

O novo caça faz parte do programa "Nova Geração de Dominação Aérea" das Forças Armadas dos EUA. Pete Hegseth, secretário de Defesa dos EUA, destacou que o F-47 envia uma mensagem clara tanto aos aliados quanto aos adversários dos Estados Unidos. "O F-47 diz aos nossos aliados que continuaremos ao lado deles e aos nossos inimigos que estamos 'atentos'", afirmou, classificando o anúncio como "um grande dia para os EUA e para o mundo todo".

Trump também revelou que o caça operará em conjunto com drones, uma tecnologia que ele descreveu como revolucionária. "Esse avião não voa por si só, ele voa com muitos drones", disse o presidente dos EUA.

No entanto, ele manteve um tom de mistério em relação ao projeto, afirmando que o F-47 ainda é "um segredo, em sua maioria", e que por isso não será mostrado publicamente em detalhes.

O presidente dos EUA ainda mencionou o interesse de aliados internacionais em adquirir o novo caça. "Até nossos aliados também quererão comprar um caça desses", afirmou Trump, que reforçou a importância estratégica do F-47 para a defesa e a indústria militar dos EUA. "Nada no mundo chega perto disso", concluiu.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participará de uma motociata em Brasília (DF) na próxima terça-feira, 29, às 15h. Será a primeira vez que o político comparecerá um evento do tipo após as medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a obrigatoriedade de permanecer em casa no período noturno, impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A presença do ex-chefe do Executivo no evento foi confirmada no Instagram do Partido Liberal (PL) e por publicações feitas no X (antigo Twitter) de parlamentares que são apoiadores de Bolsonaro, como a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que é líder da sigla na Câmara dos Deputados, e o deputado Gustavo Gayer (PL-GO).

Gustavo Gayer divulgou um vídeo que anuncia a presença do ex-presidente no evento usando um avatar gerado por Inteligência Artificial. O parlamentar acrescentou "eu acredito que essa vai ser a maior motociata da história do Brasil".

As motociatas são eventos recorrentes dos apoiadores de Jair Bolsonaro. O ex-presidente realizava reuniões do tipo em diversas regiões do País em uma tentativa de demonstrar força política, inclusive durante a pandemia, época em que as aglomerações eram proibidas.

Em delação premiada, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, alegou que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) comprou motos para acompanhar Bolsonaro em eventos do gênero.

Agora, no entanto, o ex-presidente participará do evento sob medidas cauteares. De acordo com as restrições impostas pelo STF, o Bolsonaro precisa praticar recolhimento domiciliar no período noturno, a partir das 19h até as 6h, de segunda a sexta-feira, e de forma integral nos fins de semana.

O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que atuou no cargo durante o governo de Jair Bolsonaro, sofreu "censura ética" pela tentativa, em 2021, de trazer para o País joias dadas pelo regime da Arábia Saudita à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, sem passar pela fiscalização da Receita Federal. Revelado pelo Estadão, o caso motivou o indiciamento do ex-presidente por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

A reportagem procurou a defesa de Albuquerque, mas não havia obtido uma resposta até a publicação deste texto. Caso, se manifeste, um posicionamento dele será incluído.

Nesta segunda-feira, 28, a Comissão de Ética Pública da Presidência (CEP) decidiu punir o ex-ministro, mas poupou outros dois denunciados ao colegiado: o ex-secretário da Receita Federal Júlio César Vieira Gomes e o ex-chefe adjunto do Gabinete de Documentação Histórica do Palácio do Planalto Marcelo da Silva Vieira.

A sanção que lhe foi aplicada funciona como uma espécie de mancha no currículo de servidores da administração pública federal e tem validade de três anos. Albuquerque voltou de uma viagem ao Oriente Médio com as joias. Ao retornar ao Brasil, os itens foram retidos por agentes da Receita. Pela legislação, objetos de valor superior a R$ 1 mil precisam ser declarados, o que não foi feito.

Quem carregava as joias na mochila era Marcos André Soeiro, assessor do então ministro. Os fiscais se depararam com a escultura de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros, dourada, com as patas quebradas. Também encontraram o estojo com as joias, acompanhadas de um certificado de autenticidade da marca Chopard.

Quando soube da retenção, o ex-ministro se dirigiu à alfândega e tentou, sem sucesso, viabilizar a liberação dos objetos. Nesse momento, chegou a citar o próprio cargo e a dizer que eram presentes para Michelle.

A apreensão ocorreu em outubro de 2021. Dali até o fim de seu mandato, Bolsonaro tentou o desembaraço da carga em pelo menos oito oportunidades e acionou órgãos do Executivo, como o Itamaraty e a própria Receita.

O tenente-coronel do Exército Hélio Ferreira Lima afirmou, nesta segunda-feira, 28, que o ministro Alexandre de Moraes era um "fator crítico" nos "cenários" de ruptura institucional, mas não era um "centro de gravidade". Integrante da força especial do Exército, que abriga os kids pretos, Hélio é acusado de integrar o núcleo 3 da ação do golpe. A Procuradoria-Geral da República afirma que ele era um dos responsáveis pela Operação "Copa 2022", com o objetivo de "neutralizar" o ministro relator da ação.

Durante o interrogatório conduzido pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, o oficial explicou que o ministro do STF era uma "peça fundamental" na sua "prospecção" para um possível acirramento do cenário político após as eleições de 2022.

Ele disse que, na ocasião, ficou responsável por desenvolver um cenário "hipotético" de inteligência, em que teriam sido encontradas fraudes no processo eleitoral.

Durante as investigações da Polícia Federal, foi encontrada com o militar uma planilha com o nome "Desenho Op Luneta", detalhando, em cinco etapas, o plano de golpe.

A defesa do tenente-coronel alega que o documento estava em um pen drive funcional e se tratava de "um estudo de cenário prospectivo". De acordo com os advogados de Hélio Ferreira Lima, tratava-se da análise de um cenário possível, mas não de um plano de execução, baseado, segundo ele, nas normas de inteligência do Ministério da Defesa. "Esse cenário não tem a menor condição de ser empregado por grupos clandestinos ou qualquer coisa", destacou.

A denúncia detalha que a "primeira etapa", denominada "estado atual", apontava a existência de fatores geradores de instabilidade no Supremo Tribunal Federal, que deveriam ser superados no "estado final desejado da força legalista", momento em que ocorreria a "neutralização" desses fatores.

Na "terceira etapa", chamada de "tendência natural", ainda de acordo com a PGR, previa-se o recrudescimento do controle do Estado sobre os elementos considerados desestabilizadores, até se alcançar o "EFD (Estado Final Desejado) das principais ameaças", fase em que seria implementado o "controle total" do grupo criminoso sobre os "Três Poderes".

A última etapa descreve as principais deduções do diagrama de relações, com o objetivo de retomar a "normalidade institucional" por meio da eliminação dos elementos geradores de "ilegalidade e instabilidade".

Hélio Ferreira Lima ressaltou que as forças especiais do Exército não teriam condições de executar uma ruptura institucional. "Ainda que todas as forças especiais tivessem que se juntar para fazer um golpe, a gente seria fagocitado até por uma polícia de qualquer estado que tem um efetivo muito maior", declarou.

O oficial explicou que, durante o período eleitoral, foi orientado a fazer "estudos de inteligência" para acompanhar os manifestantes bolsonaristas acampados próximos aos quartéis.

A acusação também aponta que Hélio Ferreira Lima e o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira foram com o então ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, até a casa do general Walter Braga Netto - ex-ministro da Defesa e da Casa Civil - com o objetivo de "debater as ações clandestinas para neutralizar o ministro Alexandre de Moraes".

No depoimento, Ferreira Lima alegou que não era uma 'reunião', mas um encontro rápido, de menos de 20 minutos, na residência do Braga Netto a pedido de Mauro Cid.

O oficial nega ter discutido plano golpista com Braga Netto. "Eu nunca tinha visto um general quatro estrelas com roupas caseiras. A gente não tomou água, era um clima de velório", comentou.

Em relação à acusação de que teria monitorado o presidente Lula, o tenente-coronel negou e disse que estava hospedado em Brasília, próximo onde estaria o então presidente eleito, mas não estava vigiando o petista. A defesa alega que, apesar de morar em Porto Alegre, ele teria ido para Brasília ver seu filho.

A denúncia da PGR ressalta que as conversas com Cid indicavam que eles 'continuavam tentando obter, inclusive com a utilização de hackers, pretextos que pudessem colocar em dúvida a higidez do processo eleitoral'.

No interrogatório, ele confirmou ter mandado documento para Mauro Cid e afirmou que, no contexto das eleições de 2022, a 'possibilidade de fraude subiu muito'.

Fabrício Moreira de Bastos

Antes dos interrogatórios de Hélio Ferreira Lima, também foi ouvido o tenente-coronel Fabrício Moreira de Bastos, que integrou o núcleo dos militares na ação golpista. A Procuradoria-Geral da República afirma que o militar ajudou na escolha dos militares Kids Pretos, que teriam se reunido para articular uma "pressão" sobre o general Freire Gomes.

Moreira de Bastos negou que tenha feito indicações de militares com a intenção de pressionar por uma adesão ao golpe, e afirmou que se tratava apenas de um encontro com amigos.