Hamas violou cessar-fogo e Israel vai preparar maior nível de alerta em Gaza, diz ministro

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O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse nesta segunda-feira, 10, que o plano do Hamas de atrasar a próxima libertação de reféns era "uma violação completa" do acordo de cessar-fogo e que ele instruiu os militares israelenses a estarem no mais alto nível de alerta.

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse estar comprometido com o acordo de cessar-fogo e que vai encarar qualquer violação pelo Hamas com severidade. O Fórum de Reféns e Famílias Desaparecidas, que representa muitas das famílias de reféns israelenses, apelou aos países mediadores para que restabeleçam o acordo existente.

Já o porta-voz do Hamas, Abu Obeida, acusou Israel de continuar a obstruir disposições importantes do acordo ao não permitir que os palestinos retornassem ao norte de Gaza, realizar ataques em toda a Faixa de Gaza e não facilitar a entrada de ajuda humanitária.

Mediadores árabes revelaram ao Wall Street Journal que atrasos em bens que poderiam ajudar com moradia em Gaza durante a estação de inverto têm sido um problema desde os primeiros dias do acordo firmado em 19 de janeiro. Sob o acordo, Israel deveria facilitar a entrada de 60 mil casas móveis e 200 mil tendas para os moradores de Gaza, mas não o fez, disseram os mediadores. Uma autoridade israelense disse que Israel havia fornecido ainda mais tendas do que havia se comprometido.

Também nesta segunda-feira, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, encerrou um sistema controverso que dava auxílio financeiro às famílias de prisioneiros palestinos, incluindo aqueles condenados em ataques mortais a Israel. A medida visa melhorar as relações com a nova administração do presidente Donald Trump. Os EUA, junto com Israel, disseram que o chamado "fundo dos mártires" recompensava a violência contra Israel.

*Com informações da Associated Press e da Dow Jones Newswires.

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A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue com reprovação de 40% e aprovação de 29%, segundo pesquisa Datafolha divulgada há pouco. O levantamento foi feito com 2.004 eleitores de 130 cidades do País, entre os dias 29 e 30 de julho, durante a escalada das tensões na guerra comercial com o presidente americano Donald Trump.

Havia expectativa sobre os ganhos de imagem para o petista, mas houve manutenção da avaliação de "ruim/péssimo", enquanto a de "ótimo/bom" oscilou de 28% para 29% na rodada anterior da pesquisa. A avaliação do governo como "regular" teve variação de 31% para 29% e 1% dos entrevistados não deu opinião.

A pesquisa mostra que Lula segue com maior desaprovação com o eleitorado de classe média baixa (62%), mais rico (57%), evangélico (55%), sulista (51%), mais instruído (49%) e com idade entre 35 e 44 anos (48%).

De acordo com o Datafolha, a esta altura do mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentava taxas piores. Após dois anos e oito meses de governo, Bolsonaro tinha 24% de aprovação e 51% de reprovação.

A pesquisa divulgada hoje também mostra que 50% dos eleitores desaprovam o trabalho de Lula no Executivo Federal e 46% aprovam, em estabilidade estatística em relação ao levantamento de junho, segundo o Datafolha.

O presidente do PT, senador Humberto Costa, disse neste sábado, 2, que há um "caso claro" de lawfare (uso do sistema legal para prejudicar um adversário político) contra a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, recentemente condenada por corrupção.

"Como vocês sabem, da mesma maneira que aconteceu no Brasil com o presidente Lula, temos hoje na Argentina um caso absolutamente claro, que logo é contra a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner", disse o senador, durante o encontro do PT, em Brasília.

Ao lado de um dirigente do Partido Justicialista argentino, Costa lembrou da solidariedade dos argentinos a Lula, quando o ex-presidente brasileiro esteve preso.

"Cristina, como vocês sabem, é uma aliada nossa, é uma companheira que tem uma representatividade política, e o objetivo da justiça argentina é exatamente e impedir que ela possa continuar liderando movimento de oposição ao presidente de extrema direita, Javier Milei", disse.

O Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou ontem uma carta na qual pede que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspenda relações diplomáticas e comerciais com o governo de Benjamin Netanyahu, de Israel. Na abertura do 17º Encontro do PT, na noite desta sexta-feira, em Brasília, o senador e atual presidente nacional do PT, Humberto Costa, leu a carta de apoio ao povo palestino e reafirmou a posição histórica do PT em defesa da causa.

"Não é possível virar os olhos às mortes de crianças em Gaza pelos bombardeios de Israel há mais de 20 meses, e agora pela fome e doenças produzidas pelo bloqueio israelense. São crianças, um terço dos 55 mil palestinos mortos em Gaza e na Cisjordânia", descreve a carta. "O governo de Benjamin Netanyahu é acusado de 'crimes de guerra' até por ex-embaixadores e ex-primeiros-ministros israelenses. Os crimes agora incluem assassinar civis desarmados e famintos, que buscam auxílio humanitária e recebem balas e bombas."

O documento destaca que, no último dia 5 de junho, o presidente Lula declarou que, na região, não se trata de uma guerra, mas de "um genocídio premeditado". "Todavia, ainda há no mundo inteiro quem compre, venda e subsidie o complexo industrial-militar de Israel, como se isso fosse normal", afirma o texto, acrescentando que a militância presente no Encontro Nacional do PT "declara sua irrestrita solidariedade ao povo palestino".

"De acordo com os compromissos históricos do PT que todos reivindicamos, endossamos a nota do Conselho Nacional de Direitos Humanos de 6 de junho de 2025, e solicitamos ao presidente Lula para que intervenha em favor da suspensão de relações diplomáticas e comerciais com o governo de Netanyahu", reforça o documento.

Com a presença de cerca de mil delegados e delegadas do Brasil, o 17º Encontro Nacional do PT começou ontem e deve seguir até amanhã, com lideranças petistas presentes para debater os rumos do partido e os desafios do próximo período. Além de Humberto Costa, estiveram presentes na abertura do evento o presidente eleito, Edinho Silva, e os dirigentes Romênio Pereira, Mônica Valente, Valter Pomar e Misiara, além do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.