Ataque a tiros na Suécia deixa 10 mortos em centro educacional para imigrantes e PCDs

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A polícia da Suécia afirmou que 10 pessoas morreram em um ataque a tiros em um centro de educação para adultos nesta terça-feira, 4, na cidade de Orebro, que fica a 200 quilômetros da capital, Estocolmo. As autoridades ainda não divulgaram o número final de mortos e feridos.

A escola, chamada Campus Risbergska, atende alunos com mais de 20 anos, segundo seu site. São oferecidos cursos de ensino primário e secundário, bem como aulas de sueco para imigrantes, formação profissional e programas para pessoas com deficiência intelectual.

Não ficou imediatamente claro se o atirador estava entre os mortos. Acredita-se que ele esteja entre os hospitalizados. A polícia disse que não havia ligações suspeitas com terrorismo neste momento.

De acordo com as autoridades, o autor do crime agiu sozinho e não era tinha ficha criminal.

Imagens do local mostram uma grande presença policial com ambulâncias e veículos de emergência.

Confinamento

Alunos de escolas próximas e da escola em questão foram confinados "por razões de segurança", disse a polícia.

"Ouvi tiros, então me escondi e estou esperando notícias. Ativamos um alarme no aplicativo de segurança e estou me comunicando com meus colegas", disse Petter Kraftling, professor de uma das escolas, ao site do sindicato de professores sueco 'Vi larare'.

De acordo com o jornal sueco Aftonbladet, houve disparos de armas automáticas e a emergência do hospital da cidade e do departamento de cuidados intensivos tiveram que se reorganizar para dar espaço aos feridos.

O primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, afirmou em um comunicado que "hoje foi um dia muito doloroso para toda a Suécia".

"Meus pensamentos também estão com todos aqueles cujo dia escolar normal foi trocado pelo terror", disse Kristersson. "Estar confinado a uma sala de aula com medo pela sua própria vida é um pesadelo que ninguém deveria experimentar."

Embora ataques desse tipo sejam raros na Suécia, houve vários incidentes graves em escolas nos últimos anos.

Em março de 2022, um estudante de 18 anos esfaqueou até a morte dois professores em uma escola de ensino médio na cidade de Malmo, no sul do país. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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Em mais um capítulo do embate entre Brasil e Estados Unidos, uma entidade sediada na Flórida pediu à Justiça americana que envie ao Departamento de Estado os autos do processo que contesta decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A Legal Help 4 You LLC, que atua na área de assessoria jurídica, quer que o governo de Donald Trump considere a aplicação de sanções ao magistrado brasileiro e a outros integrantes da Corte por supostas violações de direitos humanos. O pedido não cita que outros ministros, além de Moraes, poderiam ser alvo da ofensiva. Procurado, o STF não comentou.

Nesta quarta-feira, 23, o PT e outros partidos da base do governo Lula divulgaram um manifesto em apoio ao Supremo. O documento fala em "indignação" com as sanções anunciadas pela gestão Trump contra ministros da Corte máxima do País, como a suspensão do visto americano de Moraes, "de seus aliados" no tribunal e "de seus familiares diretos".

O pedido da Legal Help 4 You LLC foi apresentado dentro da ação movida contra Moraes pela Trump Media, empresa ligada ao presidente dos EUA, e pela plataforma de vídeos Rumble que tramita desde fevereiro em um tribunal federal na Flórida. A entidade atua como amicus curiae, um terceiro interessado no processo.

Lei

Na petição, protocolada nesta terça, 22, a entidade fundamenta o pedido na Lei Global Magnitsky, que permite punir estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. A solicitação se apoia em trecho da lei que autoriza indivíduos ou entidades a apresentar denúncias ao Departamento de Estado diretamente ou por meio de processos judiciais em andamento. O pedido lista três sanções possíveis: proibição de visto, congelamento de bens e restrições diplomáticas.

Segundo os advogados da entidade, as ordens de Moraes para bloquear perfis em redes sociais, como o do comentarista Rodrigo Constantino, violam garantias constitucionais e configuram abusos que justificariam as sanções. Eles afirmam que as ações do ministro são "arbitrárias, ilegais e ofensivas à consciência moral".

"Os autores respeitosamente solicitam que o tribunal encaminhe as evidências ao Departamento de Estado dos EUA para consideração de possíveis sanções contra Alexandre de Moraes e outros membros do STF", diz o documento.

A Lei Magnitsky já foi usada para punir autoridades de diversos países, mas nunca havia sido acionada nesse tipo de disputa com o Brasil. A legislação prevê sanções como bloqueio de contas e bens em solo americano, cancelamento de visto e proibição de entrar no país.

Soberania

Na ação movida pela Trump Media e pela Rumble, a plataforma alega que Moraes violou a soberania americana ao ordenar a suspensão da conta do blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira. Já a Trump Media argumenta que também é prejudicada porque a Rumble fornece à empresa serviços para a manutenção da rede social do presidente americano, a Truth Social.

Trump Media e Rumble já haviam solicitado que a Justiça americana declarasse as ordens de Moraes "inexequíveis" e bloqueasse qualquer cooperação entre autoridades dos países para executá-las. Agora, a ofensiva ganha contornos diplomáticos e pressiona o governo dos EUA a se posicionar.

O novo movimento contra o Supremo ocorre em meio à escalada da tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos. No último dia 18, horas após Moraes impor medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - incluindo uso de tornozeleira eletrônica e proibição de acessar redes sociais -, o governo Trump mandou suspender o visto do ministro.

O Estadão apurou que também estão na lista os ministros do STF Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Edson Fachin.

'Agressivo'

No manifesto em defesa do Supremo, partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso criticam o que chamam de "sanções unilaterais a ministros por sua atuação no cumprimento da lei e na defesa da Constituição".

"Este gesto agressivo e sem precedentes nas relações bicentenárias de nossos países torna-se ainda mais grave por sua manifesta motivação política, configurando uma ingerência espúria no processo democrático brasileiro e um ataque à soberania nacional", afirma o texto, assinado pelos presidentes de PT, PSB, PDT, PSOL, PV, Cidadania e PCdoB.

O STF é alvo do governo Trump desde o início de julho, quando o americano declarou que Bolsonaro - réu sob acusação de tentativa de golpe - é perseguido pela Justiça.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, realizou reunião virtual nesta quarta-feira, 23, com os oito senadores que irão aos EUA para negociar as tarifas de 50% impostas sobre os produtos brasileiros, que devem entrar em vigor em 1º de agosto. A missão partirá na sexta-feira, 25, e os parlamentares devem cumprir agenda de segunda, 28, a quarta, 30.

"Alinhamos os próximos passos da missão diplomática com foco, diálogo e cooperação", escreveu em seu Instagram o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da comissão que irá negociar as taxas, sobre a reunião realizada com o Itamaraty.

O esforço do Senado, que busca negociar ou atrasar as tarifas, foi criticado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O político compartilhou em seu perfil no X (antigo Twitter) um vídeo em que o blogueiro Paulo Figueiredo chama ex-ministros de Bolsonaro de "traidores da pátria" por integrarem missão.

O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações durante o governo de Jair Bolsonaro e a senadora Tereza Cristina (PP-MS) atuou como ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na mesma gestão.

O filho do ex-presidente rechaça as tentativas de reverter o tarifaço e afirma que a única solução para impedir a imposição das taxas é uma anistia "ampla, geral e irrestrita" para os condenados pela trama golpista, incluindo seu pai.

Eduardo afirmou que "tais parlamentares não falam em nome do Presidente Jair Bolsonaro" e que a missão de senadores está "fadada ao fracasso". O vídeo do blogueiro Paulo Figueiredo, anexado na postagem de Eduardo, afirma que os senadores nem sequer serão recebidos por funcionários de alto escalão.

A missão do Senado ainda conta com a presença de petistas, como o senador Jaques Wagner (PT-BA), o que motivou mais críticas de Eduardo. "O constrangimento se agrava com a presença de senadores ligados ao partido de Lula, político que sistematicamente adota posturas hostis aos EUA", escreveu em seu X.

Na última segunda, 21, o filho do ex-presidente afirmou que participou de reuniões com membros do governo americano em que o tarifaço foi discutido. O presidente americano, na carta em que comunicou as taxas, pediu pelo fim do julgamento de Jair Bolsonaro e afirmou que as investigações sobre sua participação na trama golpista são uma "caça às bruxas".

De acordo com o senador Jaques Wagner, que integra a missão, o governo dos EUA não responde tentativas de negociação. "Há uma carta entregue ao governo americano desde 16 de maio que ainda não nos foi respondida. Espero que tenhamos sucesso", afirmou em vídeo no seu X.

Para ex-presidente, contato entre chefes de governo do Brasil e dos EUA é difícil, mas precisa ser tentado.

O ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), se manifestou nesta quarta-feira, 23, sobre a tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras. Temer disse que a medida tomada pelo presidente americano, Donald Trump, é "despropositada" e classificou como "lamentável, injustificável e inadmissível" a revogação de vistos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em um vídeo de pouco mais de dois minutos, o emedebista defendeu o diálogo como a principal saída para a crise, afirmou que momentos sombrios exigem sobriedade e que é necessário buscar consensos primeiro "dentro de casa" para depois "atravessar fronteiras".

Sem citar nominalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Trump, Temer opinou que é preciso ao menos tentar estabelecer um contato entre os dois presidentes.

"São inadequações que não se resolvem, contudo, com bravatas, com ameaças, com retruques, com agressões. Resolve-se pelo diálogo que se faz entre nações, especialmente nações parceiras. E o diálogo se faz pelos mais variados meios; pela diplomacia tradicional, pelo contato dos legislativos e, naturalmente, pela interlocução entre os chefes dos respectivos governos. É difícil? No caso, pode ser, mas não pode deixar de ser tentado", afirmou o ex-presidente.

Segundo ele, o Brasil precisa se portar com bom senso e cálculo estratégico para evitar que a crise se transforme em um confronto entre brasileiros ou entre países.

"Devemos agir e reagir como uma nação livre e soberana que somos, sem excessos de ambas as partes e sempre rigorosamente guiados pelos tratados internacionais e pela nossa Constituição", continuou Temer.

A tarifa entra em vigor no dia 1º de agosto. Uma comitiva de oito senadores brasileiros viajará aos Estados Unidos na sexta-feira, 25, para debater o assunto com empresários e parlamentares americanos. Em uma publicação no X, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que a missão está "fadada ao fracasso" e que a solução para reverter o tarifaço é uma anistia "ampla, geral e irrestrita".