Número de funcionários na torre de controle aéreo 'não era normal' na hora do acidente, diz NYT

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O número de funcionários da torre de controle aéreo do aeroporto Ronald Reagan de Washington "não era normal" no momento do acidente entre um avião de passageiros e um helicóptero militar, noticiou o The New York Times nesta quinta-feira, 30. O acidente entre um jato de passageiros e um helicóptero do Exército matou 67 pessoas.

Segundo um relatório preliminar da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), acessado pelo jornal, disse que o controlador que estava lidando com helicópteros nas proximidades do aeroporto na noite de quarta-feira, 29, também estava instruindo aviões que estavam pousando e partindo de suas pistas - trabalhos normalmente atribuídos a dois controladores diferentes.

"A configuração da posição não era normal para a hora do dia e o volume de tráfego", diz o relatório.

Em uma gravação de som de comunicações de controle de tráfego aéreo, um controlador é ouvido perguntando à tripulação do helicóptero do Exército se eles têm o avião "à vista" e, em seguida, dizendo à tripulação para "passar atrás" do jato, que estava completando sua aproximação para pouso. Momentos depois, alguém é ouvido no fundo da gravação exclamando: "Oooh!" presumivelmente no momento do impacto.

No fim da noite desta quinta-feira, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes recuperou duas chamadas caixas-pretas do avião - um gravador de voz da cabine e um gravador de dados de voo - e as levou para análise em laboratório, disse Eric Weiss, porta-voz do conselho de segurança.

O presidente americano Donald Trump prometeu nesta quinta-feira que uma investigação completa seria conduzida, enquanto também se envolvia em ataques políticos a seus antecessores.

Entre as vítimas do voo 5342 estavam vários patinadores artísticos dos Estados Unidos e da Rússia que participaram do campeonato nacional de patinação artística em Wichita, Kansas, de onde o voo da American Eagle se originou.

Nick Daniels, presidente da Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo, escreveu em uma declaração que "seria prematuro especular sobre a causa raiz deste acidente".

"Aguardaremos que o National Transportation Safety Board conclua seu trabalho e usaremos essas informações para ajudar a orientar decisões e mudanças para aprimorar e melhorar a segurança da aviação", continuou ele.

Daniels também ofereceu condolências aos afetados pela "trágica perda de vidas".

FAA enfrenta falta de funcionários

De acordo com a agência Associated Press, a Administração Federal de Aviação dos EUA há muito tempo enfrenta a escassez de controladores de tráfego. Após uma série de quase acidentes amplamente divulgados entre aviões que seguiam ordens de torres de controle, a FAA disse no ano passado que aumentaria o tempo mínimo que os controladores têm entre turnos a partir deste ano.

Um acordo entre a agência e a Associação Nacional de Controladores de Tráfego Aéreo previa 10 horas de folga entre os turnos, 12 horas de folga antes e depois do turno da meia-noite e um limite para atribuições consecutivas de horas extras.

Embora o então administrador da FAA, Mike Whitaker, tenha dito em setembro que a agência havia atingido sua meta de contratar 1.800 controladores até 2024, os executivos das companhias aéreas disseram que esperavam que o problema persistisse. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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O Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou ontem uma carta na qual pede que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspenda relações diplomáticas e comerciais com o governo de Benjamin Netanyahu, de Israel. Na abertura do 17º Encontro do PT, na noite desta sexta-feira, em Brasília, o senador e atual presidente nacional do PT, Humberto Costa, leu a carta de apoio ao povo palestino e reafirmou a posição histórica do PT em defesa da causa.

"Não é possível virar os olhos às mortes de crianças em Gaza pelos bombardeios de Israel há mais de 20 meses, e agora pela fome e doenças produzidas pelo bloqueio israelense. São crianças, um terço dos 55 mil palestinos mortos em Gaza e na Cisjordânia", descreve a carta. "O governo de Benjamin Netanyahu é acusado de 'crimes de guerra' até por ex-embaixadores e ex-primeiros-ministros israelenses. Os crimes agora incluem assassinar civis desarmados e famintos, que buscam auxílio humanitária e recebem balas e bombas."

O documento destaca que, no último dia 5 de junho, o presidente Lula declarou que, na região, não se trata de uma guerra, mas de "um genocídio premeditado". "Todavia, ainda há no mundo inteiro quem compre, venda e subsidie o complexo industrial-militar de Israel, como se isso fosse normal", afirma o texto, acrescentando que a militância presente no Encontro Nacional do PT "declara sua irrestrita solidariedade ao povo palestino".

"De acordo com os compromissos históricos do PT que todos reivindicamos, endossamos a nota do Conselho Nacional de Direitos Humanos de 6 de junho de 2025, e solicitamos ao presidente Lula para que intervenha em favor da suspensão de relações diplomáticas e comerciais com o governo de Netanyahu", reforça o documento.

Com a presença de cerca de mil delegados e delegadas do Brasil, o 17º Encontro Nacional do PT começou ontem e deve seguir até amanhã, com lideranças petistas presentes para debater os rumos do partido e os desafios do próximo período. Além de Humberto Costa, estiveram presentes na abertura do evento o presidente eleito, Edinho Silva, e os dirigentes Romênio Pereira, Mônica Valente, Valter Pomar e Misiara, além do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.

O jornalista e colunista do Estadão José Roberto Guzzo morreu na manhã deste sábado, 2, aos 82 anos. Guzzo foi vítima de um infarto. Segundo a família, ele já sofria de problemas crônicos coronários, pulmonares e dos rins.

Guzzo era colunista do Estadão desde junho de 2021 e fundador da revista Oeste.

"Estou muito triste porque hoje morreu senão o maior e melhor jornalista de todos os tempos, um dos maiores e melhores jornalistas que o Brasil já teve", disse Roberto Guzzo, filho dele.

Carreira

Guzzo iniciou sua carreira como repórter do jornal Última Hora de São Paulo, em 1961. Cinco anos depois, foi trabalhar no Jornal da Tarde, que acabara de ser lançado pelo Grupo Estado, do qual foi correspondente em Paris.

Foi na Editora Abril, porém, que Guzzo trabalhou a maior parte da carreira. Em 1968, fez parte da equipe fundadora da Veja, como editor de Internacional, e depois foi correspondente em Nova York. Cobriu a guerra do Vietnã e acompanhou a visita pioneira do então presidente americano, Richard Nixon, à China, em 1972. Foi o único jornalista brasileiro presente ao encontro de Nixon com o líder chinês Mao Tsé-tung.

Em 1976, aos 32 anos, Guzzo assumiu a direção da Veja, que ocupou até 1991. Neste período, a publicação saiu do vermelho e sua circulação passou de 175 mil exemplares para quase 1 milhão, o que a levou ao quarto lugar no ranking das maiores revistas semanais de informação do mundo, atrás apenas das americanas Time e Newsweek e da alemã Der Spiegel. Por sua habilidade de transformar um texto enfadonho em algo agradável de ler apenas com retoques pontuais, ganhou o apelido de "mão peluda" na redação.

Em 1988, passou a acumular a direção da Veja com o cargo de diretor-geral da Exame, encarregado de reinventar a revista. Deixou a Veja em 1991, encerrando um ciclo na revista. Depois de um ano sabático, voltou à ativa, dedicando-se exclusivamente à Exame, primeiro como diretor editorial e depois como publisher. Nos 11 anos em que esteve à frente da revista, transformou-a na publicação mais rentável, em termos relativos, da Abril.

O percentual de brasileiros a favor da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado foi de 52%, em abril, para 48% no final de julho, segundo pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira, 1º. Já a quantidade de brasileiros que avaliam que Bolsonaro não deveria ser preso foi de 42% para 46% no mesmo período. Com isso, a diferença entre os que são a favor e contra a pena foi de 10 pontos percentuais para 2 p.p.. A diferença, no entanto, é considerada uma oscilação no limite da margem de erro. Tanto em abril como em julho, 6% disseram não saber opinar sobre o tema.

O Datafolha ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos.

A pesquisa ainda mostra que 51% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente não vai ser preso, ante 40% que avaliam que o desfecho será de cadeia.

Bolsonaro já cumpre medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica, determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, depois da ofensiva do presidente americano Donald Trump para livrar o aliado político do processo. O ex-presidente brasileiro ainda será julgado na Corte por participação na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Veja os dados

Respostas à pergunta: "Considerando o que foi revelado pelas investigações sobre a tentativa de golpe em 2022 e seus desdobramentos até o momento, na sua opinião, Jair Bolsonaro deveria ou não ser preso?"

- "Sim, deveria": 48% (eram 52% em abril)

- "Não deveria": 46% (eram 42%)

- "Não sabe": 6% (mesmo índice em abril)

Respostas à pergunta: "E na sua opinião, Jair Bolsonaro vai ou não ser preso?"

- "Sim, vai ser preso": 40% (eram 41% em abril)

- "Não vai ser preso": 51% (eram 52% em abril)

- "Não sabe": 8% (eram 7%)