Bombeiros seguem tentando conter incêndios em Los Angeles antes que os ventos retornem

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Os bombeiros se esforçaram neste domingo para fazer mais progressos contra os incêndios florestais que destruíram milhares de casas e mataram 16 pessoas na área de Los Angeles, enquanto os meteorologistas alertaram novamente sobre o clima perigoso com o retorno de ventos fortes esta semana. Pelo menos 16 pessoas estavam desaparecidas, e as autoridades disseram que esse número deve aumentar.

O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu alertas de bandeira vermelha para condições severas de incêndio até quarta-feira, com ventos de 80 km/h e rajadas nas montanhas atingindo 113 km/h. O dia mais perigoso será terça-feira, disse o meteorologista do serviço meteorológico Rich Thompson.

"Vocês terão ventos realmente fortes e rajados de Santa Ana, uma atmosfera muito seca e arbustos ainda muito secos, então ainda temos algumas condições climáticas de incêndio muito críticas por aí", disse Thompson em uma reunião comunitária no sábado à noite.

O chefe dos bombeiros do condado de Los Angeles, Anthony C. Marrone, disse que 70 caminhões-pipa adicionais chegaram para ajudar as equipes a afastar as chamas espalhadas por rajadas renovadas. "Estamos preparados para o próximo evento de vento", disse ele.

A feroz Santa Ana foi amplamente responsabilizada por transformar os incêndios florestais provocados na semana passada em infernos que arrasaram bairros inteiros ao redor da cidade onde não houve chuvas significativas em mais de oito meses.

Doze pessoas estavam desaparecidas na zona do incêndio Eaton e quatro estavam desaparecidas no incêndio Palisades, disse o xerife do condado de Los Angeles, Robert Luna. Ele acrescentou que "dezenas" de outros relatos podem ter chegado neste domingo e os investigadores estavam apurando se alguns dos desaparecidos podem estar entre os mortos. Não há crianças entre os dados como desaparecidos, disse ele.

Enquanto isso, o número de mortos aumentou para 16 no fim de semana. Cinco das mortes foram atribuídas ao incêndio Palisades e 11 resultaram do incêndio Eaton, disse o escritório do legista do condado de Los Angeles em um comunicado na noite de sábado.

As autoridades disseram que esperavam que esse número aumentasse à medida que equipes com cães farejadores de cadáveres conduzissem buscas sistemáticas em bairros arrasados. As autoridades estabeleceram um centro onde as pessoas podem relatar os desaparecidos.

As autoridades também estavam construindo um banco de dados online para permitir que os moradores evacuados vissem se suas casas foram danificadas ou destruídas. Enquanto isso, a chefe dos bombeiros da cidade de Los Angeles, Kristin Crowley, pediu que as pessoas ficassem longe dos bairros queimados.

Cerca de 150.000 pessoas no Condado de Los Angeles permaneceram sob ordens de evacuação, com mais de 700 moradores se refugiando em nove abrigos, disse Luna.

Na manhã de domingo, o Cal Fire relatou que os incêndios de Palisades, Eaton, Kenneth e Hurst consumiram mais de 160 quilômetros quadrados, uma área maior que São Francisco. O incêndio de Palisades estava 11% contido e a contenção do incêndio de Eaton atingiu 27%. Esses dois incêndios foram responsáveis por quase 153 quilômetros quadrados. Fonte: Associated Press

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A Faculdade de Direito da USP realizou na manhã desta sexta-feira, 25, um ato em defesa da soberania nacional. A mobilização foi motivada pela decisão do governo de Donald Trump de suspender os vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos.

Segundo a organização, mais de 250 entidades da sociedade civil aderiram à manifestação, entre elas a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Instituto Vladimir Herzog. Cerca de mil pessoas participaram do evento no Salão Nobre da faculdade, que estava lotado e decorado com bandeiras do Brasil, faixas verde e amarelas e banners com os dizeres "Soberania" e "Democracia".

A convocação foi assinada pelo diretor da Faculdade de Direito, Celso Campilongo, e pela vice-diretora Ana Elisa Bechara. Ana participou da leitura da Carta em Defesa da Soberania Nacional, ao lado da psicóloga Cida Bento, autora do livro O Pacto da Branquitude.

Um dos trechos do documento afirma: "Neste grave momento, em que a soberania nacional é atacada de maneira vil e indecorosa, a sociedade civil se mobiliza, mais uma vez, na defesa da cidadania, da integridade das instituições e dos interesses sociais e econômicos de todos os brasileiros".

Antes da leitura da carta, Campilongo alertou para o risco de violação de princípios básicos do Direito Internacional. "A soberania nacional, o respeito aos direitos básicos do Direito Internacional estão sendo solapados por esta situação de constrangimento, de ameaça, de abuso de poder - de um lado político, mas, juntamente com este poder político, também de um poder econômico."

Estiveram presentes no evento diversas figuras da política brasileira, como Aloizio Mercadante, presidente do BNDES; Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Edinho Silva, presidente eleito do PT; e José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

O deputado Hélio Lopes (PL-RJ) montou uma barraca na Praça dos Três Poderes em protesto contra as medidas judiciais impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Lopes ainda colocou um esparadrapo na boca sustentando que a liberdade de expressão está ameaçada no País.

O deputado publicou nas redes sociais uma carta aberta em que diz que o Brasil "não é mais uma democracia". "Não estou aqui para provocar. Estou aqui para demonstrar a minha indignação com essas covardias. Não estou incentivando ninguém a fazer o mesmo", disse.

Questionado pela reportagem por que ele resolveu se acampar, ele se manteve calado.

Diante de novas perguntas, o deputado reagiu gesticulando negativamente, manifestando o desejo de permanecer sem falar, com a mordaça na boca, enquanto lia o capítulo de Provérbios, do Velho Testamento da Bíblia.

Apesar de declarar-se em silêncio, a conta do parlamentar nas redes sociais continuaram ativas e, por lá, ele se manifestava: "Muito obrigado pelas mensagens de carinho. Mesmo em silêncio, tenho sentido cada palavra, cada oração e cada apoio que chega de todos os cantos do Brasil", escreveu em sua conta o X.

A manifestação chamou a atenção de poucos transeuntes, em sua maioria bolsonaristas. O primeiro político a chegar foi o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), que deu um abraço no deputado e disse que irá acampar ao lado de Lopes.

"Estamos procurando uma forma de mostrar ao Brasil o que está acontecendo", disse. Segundo ele, ainda que Lopes tenha dito que não está "incentivando ninguém a fazer o mesmo", num futuro breve poderiam ter outras dezenas de acampamentos na Praça dos Três Poderes.

A Polícia Militar do Distrito Federal acionou a Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal, conhecida como DF Legal, dizendo que acampamentos não podem ficar na área da Praça, a mesma que foi invadida nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

O deputado se recusou a sair e policiais discutem qual a melhor estratégia a ser adotada neste momento.

Bolsonaro disse que passaria perto da manifestação de Lopes, mas não iria parar "senão politiza".

Na avaliação do ministro dos Transportes, Renan Filho, a família Bolsonaro tem caminhado cada vez mais para a extrema direita e, por isso, o governo do presidente Lula deve ocupar mais o centro, visando as eleições presidenciais do ano que vem.

Em conversa com a imprensa após participar de um painel na XP Expert, em São Paulo, Renan Filho destacou que "há muita possibilidade" de isolar o bolsonarismo na extrema-direita, principalmente após o deputado Eduardo Bolsonaro ter se licenciado de seu mandato e mudado para os Estados Unidos.

"É um ataque que está sendo feito à própria democracia", disse Renan Filho, em relação às negociações de Eduardo Bolsonaro nos EUA que culminaram na imposição de tarifas de 50% a produtos brasileiros.

Para Renan Filho, é possível "reconstituir uma frente ampla", apresentando um projeto para o País que agregue, além da centro-esquerda, uma parte maior do próprio centro.