Coreia do Sul: 'Quando acordei, já tinha sido resgatado', diz sobrevivente de acidente de avião

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Um dos dois sobreviventes do acidente de avião que ocorreu neste domingo, 29, na Coreia do Sul, disse aos médicos: "Quando acordei, já tinha sido resgatado", contou o diretor do Hospital da Universidade Ewha Womans em Seul, Ju Woong, que falou em coletiva de imprensa. As informações são da principal agência de notícias da Coreia do Sul, Yonhap News Agency.

O sobrevivente, de 33 anos e de sobrenome Lee, era comissário de bordo do avião da Jeju Air que pegou fogo após colidir com um muro ao realizar uma aterrissagem de emergência no Aeroporto Internacional de Muan nesta manhã.

Ju afirmou que não perguntou sobre os detalhes do acidente, porque acreditava que isso não ajudaria na recuperação do paciente. "Ele está totalmente capaz de se comunicar. Não há, até o momento, indicações de perda de memória ou algo similar", afirmou o médico.

O sobrevivente está atualmente sendo tratado na unidade de terapia intensiva do hospital após sofrer fraturas nas costelas, na escápula e na parte superior da coluna, segundo a agência de notícias Associated Press. Ju mencionou que ele está sob cuidados especiais devido à possibilidade de sequelas, incluindo paralisia total.

A outra sobrevivente do acidente é uma comissária de bordo de 25 anos de sobrenome Koo. Ela está sendo tratada no Centro Médico Asan, no leste de Seul, segundo a agência de notícias. Sua condição é estável, embora tenha sofrido ferimentos no tornozelo e na cabeça. A equipe médica se recusou a responder às perguntas dos repórteres sobre sua condição, de acordo com a Yonhap News Agency.

Pior acidente de avião da Coreia do Sul em décadas

O avião era um Boeing com 181 pessoas que colidiu com um muro no Aeroporto Internacional de Muan. A aeronave havia decolado de Bangkok, na Tailândia, e estava pousando no Aeroporto Internacional de Muan, no sudoeste da Coreia do Sul, quando caiu por volta das 9h da manhã, horário local. As autoridades disseram que o avião havia se partido em tantos pedaços que apenas a cauda era identificável.

Este foi o pior acidente aéreo envolvendo uma companhia aérea sul-coreana desde que um jato da Korean Air bateu em uma colina em Guam, um território dos EUA no Pacífico Ocidental, em 1997. Esse acidente matou 229 das 254 pessoas a bordo.

As autoridades estão investigando por que o trem de pouso parecia não ter funcionado corretamente e se os pássaros haviam atingido o avião; ou se o mau tempo havia sido um fator, disse Ju Jong-wan, diretor de política de aviação do Ministério da Terra, Infraestrutura e Transporte, em uma entrevista coletiva.

Segundo ele, quando o avião estava pousando, o aeroporto avisou sobre a possibilidade de um ataque de pássaros. O avião emitiu um alerta de emergência logo em seguida, disse ele, e depois fez um pouso forçado.(Com AP)

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O acesso à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes, em Brasília, está liberado na manhã desta terça-feira, 5. Na noite anterior, a Polícia Militar do Distrito Federal havia reforçado a segurança na região central da capital federal após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na manhã desta terça, três viaturas de PM estão em frente ao Itamaraty, por causa da realização do encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão. A reunião com empresários e ministros está prevista para as 10h, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A decisão de reforçar a segurança na Esplanada na segunda-feira, 4, foi tomada após apoiadores do ex-presidente convocarem um "buzinaço" em protesto à decisão do ministro. O bloqueio era para impedir que os manifestantes chegassem à Praça dos Três Poderes, onde fica o Supremo.

Na madrugada do dia último dia 26, o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), aliado de Bolsonaro, deixou, por ordem de Moraes, o acampamento que havia iniciado horas antes na Praça dos Três Poderes, em greve de silêncio. Ele se manifestava contra as medidas judiciais impostas ao ex-presidente.

O ministro do STF assinou um complemento da decisão proibindo a instalação de novos acampamentos num raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, da Esplanada dos Ministérios e até mesmo de quartéis das Forças Armadas. Moraes justificou que adotava a medida para evitar um novo 8 de Janeiro.

Na noite desta segunda, após o bloqueio à Esplanada, apoiadores de Bolsonaro seguiram em carreata de carros e motos, escoltados por uma viatura da Polícia Militar, até o condomínio da residência do ex-presidente, aos gritos de "Fora, Xandão" e "Fora, Moraes".

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na ação penal por tentativa de golpe de Estado está previsto para setembro. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) planeja reservar as cinco terças-feiras do mês para o julgamento do "núcleo crucial" da trama golpista, como é chamado o grupo de oito réus que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), desempenharam funções de comando na tentativa de ruptura institucional.

O ex-presidente é um dos réus do núcleo, assim como ex-ministros de sua gestão e militares de alta patente. Segundo a denúncia da PGR, "deles partiram as principais decisões" da tentativa de ruptura institucional. Além de Bolsonaro, são réus do núcleo Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil), Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência).

A ação penal contra o "núcleo crucial" está na etapa de apresentação das alegações finais das defesas. Enquanto delator, Mauro Cid teve prioridade para apresentar suas últimas considerações e encaminhou o documento à Corte na quarta-feira, 29 de julho.

A PGR pediu a condenação de Bolsonaro por cinco crimes que, somados, podem chegar a 43 anos de prisão. Segundo a Procuradoria, Jair Bolsonaro foi o líder da organização criminosa que tentou o golpe de Estado. O então presidente foi o "principal articulador, maior beneficiário e autor dos mais graves atos executórios voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito".

"No exercício do cargo mais elevado da República, instrumentalizou o aparato estatal e operou, de forma dolosa, esquema persistente de ataque às instituições públicas e ao processo sucessório", afirmou o procurador Paulo Gonet ao pedir a condenação dos oito réus do núcleo crucial.

A Primeira Turma do STF é formada por cinco dos onze magistrados da Corte. Além de Alexandre de Moraes, relator da ação penal por tentativa de golpe, integram a Turma Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin, presidente do colegiado.

Bolsonaro está em prisão domiciliar devido ao reiterado descumprimento de medidas cautelares, segundo Moraes. Desde 18 de julho, o ex-presidente está submetido a cinco medidas cautelares, entre as quais proibição de uso de redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros. Neste domingo, 3, ele apareceu em um vídeo publicado no perfil do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A publicação foi removida. Antes, o ex-presidente já havia descumprido a cautelar ao discursar a apoiadores na Câmara. Moraes decretou a prisão domiciliar do ex-presidente nesta segunda-feira, 4.

A decisão tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de mandar prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) só deve ser levada à Primeira Turma, órgão responsável por julgar os processos sobre a tentativa de golpe, se a defesa do ex-presidente recorrer.

A decisão tomada antes por Moraes de impor medidas cautelares a Bolsonaro já previa a prisão preventiva em caso de descumprimento. Essa decisão já foi referendada pela turma por quatro votos a um. Apenas o ministro Luiz Fux votou contra o relator. A decretação de prisão por descumprimento de medida cautelar é uma prerrogativa do relator do processo no curso das investigações, se considerar isso necessário.

A prisão domiciliar foi decretada nesta segunda-feira, 4, depois que Bolsonaro participou remotamente de manifestação organizada por seus apoiadores no Rio de Janeiro. O vídeo foi postado em uma rede social por Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, que depois apagou a publicação.

Uma das medidas cautelares impostas a Bolsonaro foi o afastamento das redes sociais. Ele deverá aguardar o julgamento final, previsto para setembro, na prisão domiciliar.

Especialistas ouvidos pelo Estadão apontam que, ao burlar a proibição do STF, Bolsonaro deu causa à prisão domiciliar, mas ponderam que a defesa fatalmente tentará levar o caso à discussão na Primeira Turma do STF para reverter a decisão.

Os advogados do ex-presidente divulgaram uma nota em que rejeitam que Bolsonaro tenha descumprido a medida cautelar ao fazer uma saudação em ato público, apontaram que ele seguiu todas as restrições impostas pelo STF e confirmaram que vão recorrer para tentar derrubar a decisão.

No final de julho, Alexandre Moraes proibiu Bolsonaro de utilizar as redes sociais, inclusive por meio de terceiros. Apesar disso, o ex-presidente teria descumprido a medida, segundo Moraes, no dia 21 de julho, quando entrevistas concedidas por ele foram reproduzidas por perfis nas plataformas. Na ocasião, o ministro decidiu não decretar a prisão por considerar que o descumprimento foi pontual, mas alertou o ex-presidente que isso não deveria se repetir.

No domingo, 3, porém, o ex-presidente participou por meio de ligação e de chamada de vídeo dos atos contra Moraes e o STF no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Rio, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ligou para o pai, que saudou os manifestantes. Na capital paulista, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) transmitiu a imagem de Bolsonaro ao vivo no telão, mas o ex-presidente ficou em silêncio e não se dirigiu aos manifestantes.

Ao decretar a prisão domiciliar, nesta segunda-feira, 4, Moraes afirmou que o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o próprio Flávio Bolsonaro replicaram a participação do pai em seus perfis nas redes sociais. O senador, que havia publicado o vídeo com a fala de Bolsonaro em Copacabana, apagou a publicação posteriormente. Carlos publicou uma foto de Bolsonaro à beira da piscina durante a chamada.