Vencedor sairá mais rápido que em 2020, diz Goldman Sachs

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Wall Street está superestimando os riscos de um atraso no resultado das eleições presidenciais americanas se refletir nos mercados financeiros, avalia o Goldman Sachs, em relatório a clientes, obtido pelo Estadão/Broadcast. Para o banco americano, a despeito de uma corrida acirrada como em 2020, o resultado pode ser conhecido mais cedo, na mesma noite da votação (terça-feira) ou na manhã seguinte.

"Embora as pesquisas indiquem uma disputa acirrada, há muitos cenários plausíveis que permitiriam um resultado eleitoral relativamente claro no início da noite", dizem os analistas do Goldman Sachs, Michael Cahill, Lexi Kanter e Alec Phillips, em relatório a clientes.

Segundo eles, mudanças nas regras do processamento de cédulas e um menor volume de votos por correspondência devem possibilitar relatórios mais rápidos em alguns Estados importantes. Além disso, grande parte do atraso em 2020 foi provocada pelo recorde de votos por correspondência durante a pandemia.

"A parcela de votos enviada pelo correio deve permanecer elevada em relação a 2016. No entanto, dada a reversão de muitas exceções temporárias de votação, durante a pandemia de covid-19, deve haver menos abstenções desta vez", avaliam os analistas do Goldman Sachs.

Mudanças

Ao explicar as razões para as chances de o resultado das eleições presidenciais de agora ser mais rápido que em 2020, eles citam mudanças em determinados Estados-chave. Em Michigan, por exemplo, autoridades esperam iniciar o processamento das cédulas até oito dias antes da eleição, em comparação com as 12 horas antes do dia do voto em 2020.

Carolina do Norte e Flórida devem relatar a maioria dos votos logo após o fechamento das urnas, ainda na noite de terça-feira. Por isso, para muitos analistas, o resultado na Carolina do Norte será o primeiro grande indicador de como a noite pode transcorrer para ambos os candidatos.

Cahill, Kanter e Phillips admitem, porém, que a aceleração da apuração dos votos em alguns Estados pode ser compensada por uma maior lentidão em outros. Dentre os locais que têm um processamento mais demorado das cédulas, eles citam Michigan, Pensilvânia e Wisconsin.

"Teremos relativamente cedo informações suficientes disponíveis de Estados que relatam os resultados rapidamente para que o mercado seja capaz de avaliar o provável vencedor da corrida presidencial, mesmo que não se tenha o resultado oficial ainda", afirmam.

Alternância

Na visão dos autores do relatório, o mercado está confundindo o momento quando os veículos de comunicação vão declarar um vencedor da corrida à Casa Branca com quando os mercados devem se mover para refletir o resultado provável da disputa entre o ex-presidente republicano Donald Trump e a vice-presidente dos EUA, a democrata Kamala Harris.

Quanto ao controle do Congresso dos EUA, os analistas veem riscos de uma demora maior. Segundo o gigante de Wall Street, se a disputa se resumir a algumas cadeiras na Califórnia, o resultado pode levar várias semanas para ser contabilizado.

Nesse cenário, os mercados poderiam demorar mais tempo para digerir as implicações do resultado da eleição nos EUA, incluindo possíveis mudanças em termos de políticas fiscal e regulatórias.

Volatilidade

Os analistas do Goldman Sachs lembram que os resultados das últimas eleições presidenciais nos EUA, tanto em 2020 quanto em 2016, se refletiram nos ativos algumas horas após o fechamento das urnas.

No mercado de câmbio, a volatilidade geralmente atinge o pico nas primeiras horas depois do fim do votação na Costa Leste e permanece um pouco elevada durante a manhã de Londres, antes de voltar ao normal no início das negociações em Nova York.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) rebateu as críticas que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez a ele em entrevista ao Estadão/Broadcast publicada na última segunda-feira, 21. O parlamentar disse nesta quarta, 23, que o mineiro está defendendo "sua turminha da elite financeira" ao criticar a taxação anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, aos produtos brasileiros.

Na entrevista no Papo com Editor, o governador de Minas Gerais afirmou que Eduardo criou um "problema" para a direita brasileira ao articular com o presidente dos Estados Unidos a imposição de tarifas de 50% sobre produtos nacionais importados, em uma tentativa de evitar a prisão do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Ele (Trump) está penalizando inclusive empresas americanas instaladas aqui, empresas brasileiras, brasileiros que exportam para os Estados Unidos. E, realmente, a posição que foi adotada pelo filho do ex-presidente (Eduardo) não foi a mais correta. Acho que isso acabou causando um problema para a direita", disse Zema na entrevista.

"Enquanto são pessoas simples e comuns as vítimas da tirania, não há problema, mas mexeu na sua turminha da elite financeira, daí temos o apocalipse para resolver", disse Eduardo em resposta ao governador mineiro. "Ao que parece, estava tudo uma maravilha enquanto era senhora e mãe de família comum sendo destroçada pela tirania."

Eduardo se refere aos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por invadirem e depredarem as sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Eduardo defende anistia pelos atos golpistas, que poderia abranger seu pai, réu na ação sobre tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 na Corte.

Em outro momento, Eduardo já havia citado um possível trabalho em defesa das "elites" para criticar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). No dia 15 de julho, após Tarcísio se reunir com empresários para tratar do tarifaço, o deputado classificou a postura do governador como "subserviência servil as elites".

O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União-AP), promulgou na última sexta-feira, 18, a medida provisória que reajusta em 9% o salários dos militares brasileiros. O impacto nos cofres públicos será de R$ 3 bilhões neste ano e R$ 5,3 bilhões em 2026. Ao todo, 740 mil militares ativos, da reserva e pensionistas serão beneficiados.

A MP determinou um reajuste em duas etapas, de 4,5% cada: em abril de 2025, já em vigor; e outro em janeiro de 2026. O projeto foi aprovado no Senado Federal em 16 de julho e já tinha tido o aval da Câmara dos Deputados no último dia 10.

O soldo, nome dado aos pagamentos dos militares, varia de acordo com o posto e a graduação de um indivíduo.

No topo da hierarquia, os almirantes de Esquadra, generais de Exército e tenentes-brigadeiros recebiam R$ 13.471 até março. Com o reajuste de abril, passaram a ganhar R$ 14.077. Em 2026, por fim, receberão R$ 14.711. Na parte mais baixa das três Forças, o soldo passará de R$ 1.078 para R$ 1.177 em 2026.

O Supremo Tribunal Federal (STF) estuda encerrar o contrato com Fundação Para o Desenvolvimento das Artes e Comunicação (Fundac) - entidade responsável pela gestão da TV e Rádio Justiça -, num momento em que todas as atenções se voltam para as emissores estatais às vésperas do julgamento do núcleo 1 da trama golpista, do qual faz parte o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A Fundac está no centro de uma crise trabalhista que tem provocado descontentamento entre os seus funcionários. Segundo relatos de trabalhadores da TV e Rádio Justiça, a fundação teria deixado de recolher o Fundo de Garantia (FGTS), parcelado o auxílio alimentação e atrasado o pagamento de férias e serviços prestados por pessoas jurídicas (PJs).

Em nota, o STF afirmou acompanhar a situação e ter cobrado a Fundac "para que ela cumpra suas obrigações, inclusive aplicando multas". "Está em discussão o encerramento do contrato em razão dos problemas enfrentados e nas próximas semanas uma solução deve ser apresentada", afirmou o tribunal. Procurada, a fundação ainda não se manifestou.

A Fundac é uma instituição privada, sem fins lucrativos, dirigida por uma advogada. A entidade é responsável por criar e gerir projetos de comunicação. Entre os seus clientes estão, além do STF, a TV Câmara, a TV Senado, o Capes e a Prefeitura de São Paulo.

Funcionários prometem greve caso situação não seja regularizada

Os trabalhadores da TV e Rádio Justiça aprovaram na última segunda-feira, 21, o "estado de greve da categoria".

A decisão, por unanimidade, de entrar em estado de greve pressiona a Fundac responsável pela gestão das emissoras estatais - a sanar as irregularidades contratuais apontadas pelos trabalhadores.

A mobilização trabalhista ocorre às vésperas do julgamento da ação penal do golpe, que deve mobilizar as atenções do País sobre o destino de integrantes do governo Bolsonaro. As emissoras privadas costumam reproduzir as imagens geradas pela TV Justiça.

O STF afirmou em nota ao Estadão "eventuais greves não afetarão transmissões de sessões previstas na Corte", porém não especificou como.

A operação da rádio e TV é completamente terceirizada, sob os cuidados da Fundac, portanto não há servidores contratados diretamente pelo STF que poderiam manter a emissora funcionando em caso de greve.

Por ora, ainda não há previsão de interrupção das atividades, mas os funcionários ameaçam paralisar temporariamente a operação ou iniciar greve por tempo indeterminado, caso os atrasos e problemas apontados persistas.

O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, que representa a categoria, publicou um comunicado no qual afirma que a paralisação dos funcionários "pode afetar a programação das emissoras estatais".

A greve da TV Justiça, caso ocorra, pode comprometer as transmissões das sessões do STF num momento em que as atenções do País se voltam à Corte na esteira do julgamento do núcleo 1 ação penal do golpe de Estado, do qual faz parte o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A expectativa é que o caso vá a julgamento em setembro na Primeira Turma.

O sindicato dos jornalistas afirma que uma nova assembleia será realizada em agosto para avaliar se as demandas foram cumpridas pela Fundac. A entidade de representação da categoria afirma ter enviado um ofício no início de junho com questionamentos à Fundação sobre a situação dos funcionários.

Segundo o sindicato, a Fundac informou que, "em sua quase totalidade", os pontos questionados "foram devidamente regularizados, como é o caso do pagamento das férias, benefícios e contratos RPA". O sindicato, contudo, alega que a Fundação não comprovou ter regularizado a situação dos trabalhadores.