Entidades questionam rapidez e legalidade da revisão de planos individuais

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Diversas entidades de defesa do código do consumidor se mostraram contrárias à audiência pública realizada nesta terça-feira, 8, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), destacando que revisar os planos individuais e permitir que hajam revisões técnicas é premiar a "ineficiência" de planos que não conseguem se sustentar financeiramente.

O coordenador do programa de Saúde do Instituto brasileiro de defesa consumidor (Idec), Lucas Andrietta, afirmou durante audiência pública promovida pela ANS para discutir a política de preços e reajustes de planos de saúde que a discussão referente aos planos individuais e familiares é ilegal.

"Na prática, o que estamos discutindo como revisão é ilegal, fere o código de defesa do consumidor", afirmou, destacando que a agência não criou condições para a participação popular em discussões de temas complexos e com riscos significativos para os consumidores, destacando a necessidade de realizar mais audiências públicas para discutir sobre preços.

Segundo Andrietta, a documentação fornecida em prazos curtos não permite uma compreensão adequada do diagnóstico e das soluções sugeridas, deixando dúvidas sobre os fatores considerados para a definição de preços e políticas de reajuste. Além disso, as soluções propostas parecem estar em desacordo com os princípios do Código de Defesa do Consumidor.

"O que se discute como revisão, na prática, pode ser considerado ilegal por violar o Código de Defesa do Consumidor, propor soluções que não levem isso em consideração pode incentivar a má gestão", afirmou o representante do Idec, apontando que outras medidas sugeridas contrariam as opiniões técnicas apresentadas em diversas ocasiões, mostrando que a ideia de mutualismo não se concretiza em contratos que abrangem centenas de vidas. Segundo ele, aproveitar-se da flexibilidade regulatória e de créditos no setor público para violar os direitos dos consumidores e pacientes não é aceitável.

O Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon) se mostrou da mesma posição que o Idec, destacando que é contra a revisão dos planos individuais e a discussão dos planos ambulatoriais nesta sessão. A Brasilcon criticou o fato de a audiência ter sido feita de forma rápida, com um prazo pequeno para que as instituições pudessem apontar os seus dados. "Temas complexos estão tendo de ser expostos em três minutos apenas", afirmaram representantes da entidade, também argumentando que os preços ferem o direito do consumidor.

Representantes da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) também se mostraram preocupados com o quão rápida a discussão escalou, reclamando que houve um período muito curto para conseguir se posicionar sobre o assunto, apontando que pode impactar de forma considerável o orçamento das famílias. "Há insuficiência de argumentos do que foi apresentado", afirmou o superintendente de regulação, Cesar Sergio Cardim Junior.

Além de entidades, pessoas físicas também participaram do debate, apontando que as mudanças podem não só encarecer os custos e dificultar que a população tenha acesso a planos de saúde, considerando que há o temor de que os planos individuais tenham aumentos de preço tão altos como acontece com os planos coletivos e que as mudanças diminuam ainda mais a participação de pessoas nessas modalidades.

O outro lado

O superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Marcos Paulo Novais Silva, também teceu críticas a realização da audiência da forma como foi feita, destacando que a oferta de planos de saúde hoje enfrenta desafios devido ao aumento de custos, coberturas em expansão e um volume crescente de utilização.

"Isso complica a manutenção do mutualismo, uma vez que a seleção de mercado ocorre naturalmente, com preços que tendem a selecionar quem pode aderir. Há casos de pessoas que buscam cobertura para doenças específicas no momento da contratação, o que afeta o princípio do mutualismo", afirmou durante a audiência.

Quanto aos reajustes em planos coletivos, o representante da Abramge afirmou que é crucial uma avaliação criteriosa para que as adesões sejam baseadas na cobertura oferecida, e não na condição de saúde do momento. "A gente sugere que eventual ampliação possa ficar até 49 vidas e uma reavaliação posterior no médio prazo para entender se essa ampliação poderia ser ainda maior ou se ela gerou efeito positivo". Atualmente, os agrupamentos são compostos por contratos com até 29 beneficiários.

Segundo ele, a inclusão compulsória em um grupo maior poderia evitar disputas e a manutenção de uma margem é essencial para financiar os custos mais elevados. Ele defendeu ainda que a decisão de oferecer ou não planos individuais deve passar por uma revisão técnica, apoiada por entidades independentes, para garantir a sustentabilidade e a adequação das ofertas.

A audiência pública realizada pela ANS nesta terça visa discutir uma proposta para criar várias novas regras para o setor. O texto da ANS, classificado pelo diretor de Normas e Habilitação de Produtos da agência, Alexandre Fioranelli, como um "combo" para evitar distorções com "medidas isoladas", prevê, entre outras mudanças, que planos de saúde individuais e familiares possam ter reajustes excepcionais.

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Marcelo Caetano, diretor do filme Baby, fará parte o júri da Queer Palm no Festival de Cannes 2025. Dedicado ao cinema LGBTQIA+, trata-se de um prêmio paralelo do evento francês e contempla produções de todas as mostras do festival há 15 anos.

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Segundo longa-metragem do cineasta mineiro, Baby fez sua estreia no circuito internacional na Semana da Crítica, importante mostra paralela organizada pela União Francesa de Críticos de Cinema. A trama acompanha a relação entre Wellington (João Pedro Mariano), rapaz sem rumo que acaba de sair de um centro de detenção e foi abandonado pelos pais, e Ronaldo (Ricardo Teodoro), um homem mais velho que trabalha como garoto de programa e toma o jovem como seu protegido nas ruas de São Paulo.

O longa conquistou notoriedade e rendeu ao ator brasileiro Ricardo Teodoro o prêmio de Melhor Ator Revelação (Rising Star Award) na Semana da Crítica.

"Quando a gente é jurado, nos damos conta de como é difícil escolher apenas um filme entre uma produção tão vibrante e diversa. Ao mesmo tempo, é uma responsabilidade imensa, pois toda escolha de um júri é também um manifesto. Nesse caso, é comunicar nosso desejo para os rumos do cinema queer", comenta Caetano em comunicado.

O Festival de Cannes acontece entre os dias 13 e 24 de maio. O vencedor da Queer Palm será anunciado no dia 23. O júri será presidido pelo cineasta francês Christophe Honoré e conta com Caetano, a jornalista Timé Zoppé, a compositora Leonie Pernet e a curadora Faridah Gbadamosi. A diretora paulista Juliana Rojas, então premiada em Berlim por Cidade; Campo, fez parte do júri no ano passado.

A nova versão de Como Treinar o Seu Dragão ganhou um novo trailer nesta terça-feira, 6. A prévia, que foi lançada para divulgar a chegada do live action em IMAX, foca na amizade do jovem viking Soluço (Mason Thames) e do dragão Banguela e em como o laço entre eles contrasta com a rivalidade mortal entre seus povos.

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Escrito e dirigido por Dean DeBlois, que comandou as animações originais de Como Treinar o Seu Dragão, o live action conta ainda com Nico Parker (Bridget Jones: Louca Pelo Garoto) como Astrid, Julian Dennison (Godzilla vs. Kong) como Pernas-de-Peixe, Gabriel Howell (Corpos) como Melequento, Harry Trevaldwyn (The Acolyte) como Cabeçadura, Bronwyn James (Mickey 17) como Cabeçaquente e Nick Frost (Skeleton Crew) como Bocão.

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O trailer começa com Seong Gi-hun (Lee Jung-jae) sendo entregue ao jogo dentro de uma caixa. A nova temporada dará continuidade à trama, após a fracassada rebelião liderada por ele e a morte de Jung-bae (Lee Seo-hwan).

Na segunda temporada, que se passa três anos depois da primeira, Seong Gi-hun, ou Jogador 456, está de volta, com uma ideia fixa na cabeça: retornar ao jogo e destruí-lo por dentro.

Segundo dados da Netflix, a segunda temporada de Round 6 somou impressionantes 68 milhões de visualizações apenas na primeira semana, tornando-se a maior estreia da história da plataforma.

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