A leopardinha que derrete corações

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Até Dereck e Beverly Joubert, dois dos maiores fotógrafos e exploradores da vida selvagem no mundo, precisam de sorte de vez em quando, mesmo com 30 anos de experiência acumulada. O casal, especialista em grandes felinos e rinocerontes, tinha decidido fazer um novo filme sobre leopardos quando conheceu a pequena Toto, nascida sob o deck de um dos acampamentos dos Joubert. "Ela era perfeita para ser uma futura embaixadora para os leopardos", disse Beverly em entrevista ao Estadão por videoconferência. Assim nasceu o documentário Conto do Leopardo: Olhos de Jade, a ser exibido neste sábado, 6, às 18h45, no National Geographic.

Durante três anos, eles acompanharam a leopardinha com raros olhos cor de jade. Não foi fácil. "Nós passamos grande parte das nossas carreiras acompanhando leões", disse Dereck. Os reis da savana são mais fáceis de achar, porque se agrupam e ficam deitados em paisagens abertas. E são mais tranquilos de seguir, também. "Mas achar um único leopardo, que se move muito rapidamente pela floresta e tem uma pelagem feita para se misturar com os arredores, é um outro tipo de desafio", disse o explorador. "Toda vez que troco de leões para leopardos, me sinto lento demais. Preciso de um tempo para me ajustar." Daí a sorte de ter Toto praticamente caindo no colo.

Os dois estão acostumados aos desafios de seus trabalhos. Eles precisam ser fisicamente fortes, como atletas, para aguentar as longas jornadas carregando equipamentos pesados. A alimentação também precisa ser adequada, para não dar aquele sono depois do almoço. Normalmente, os dias começam às 4h15 da manhã, para pegar a luz boa para suas imagens extraordinárias. E seguem até à noite. Não raramente, eles filmam os bichos com visão noturna. São 16 horas ou mais durante meses a fio. Mas o físico não é o principal. "Normalmente, os desafios emocionais são mais difíceis. Nós nos conectamos com os animais. Se algo acontece a eles, é como se perdêssemos um ente querido", contou Beverly.

Tudo isso vale a pena porque a dupla vê a carreira como uma missão - que também é uma paixão. "Desde o início, queríamos ser a voz desses problemas que estão acontecendo na África", disse Beverly. "Queremos ajudar as comunidades a serem ambientalistas, a se beneficiarem da vida selvagem, seja com o turismo sustentável ou o monitoramento de rinocerontes", completou.

É uma corrida contra o tempo. Quando os dois nasceram, na década de 1950, existiam 700 mil leopardos. Hoje, são cerca de 50 mil. Os leões somavam 450 mil. Agora, menos de 20 mil. Os guepardos caíram para 6 mil. As razões são várias. Segundo Dereck, cerca de 25% do declínio dos grandes felinos é por conta da caça, especialmente aquela para obtenção de troféus. Outros 25% são para fornecimento de ossos, esqueletos, dentes e garras para fazer remédios da chamada medicina tradicional asiática. Mais 25% são da perda de hábitat, porque as comunidades de baixa renda não têm recursos nem informação para usar a terra de maneira sustentável. E os últimos 25% são originários dos conflitos entre gado e predadores. Há cerca de 1 bilhão de cabeças na África Oriental. E elas se movimentam por territórios de grandes predadores, como leões, leopardos e guepardos.

"Precisamos educar as pessoas", disse o cinegrafista.

Mobilização. Dereck escreveu uma carta ao novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a preservação de espécies. "Eu disse a ele que, em seu mandato, muitas vão ser extintas. E vai ser sob a tutela dele. E sob a nossa tutela. Precisamos agir rápido para impedir que esses animais desapareçam", afirmou.

Tanto ele quanto Beverly têm esperança. "Os governos podem impedir a entrada de troféus de caça, por exemplo", disse ela. Dereck acredita na mudança de cabeça dos jovens. "Sempre teremos uma parcela que acredita que a natureza serve para seu entretenimento, para usar e destruir", disse. "São as mesmas pessoas que invadem o Capitólio nos EUA."

Ele se lembra de ter ido à casa de uma pessoa que tinha escondido enormes presas de elefante. "Por que elas estavam atrás da porta?", perguntou Dereck. A resposta foi que, se fossem exibidas, sua filha jamais falaria com ele novamente. "Então a chave são as crianças, que convencerão seus pais", afirmou. Uma leopardinha chamada Toto é parte desse esforço de derreter corações e alimentar mentes em prol da conservação do meio ambiente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A prefeitura do Rio de Janeiro estima um público de 1,6 milhão de pessoas para o show gratuito de Lady Gaga neste sábado, 3. E quem passa em frente ao Copacabana Palace não duvida. Afinal, os "little monsters" tomam conta da calçada em frente ao hotel desde que a artista chegou ao País, na esperança de uma rápida aparição ou de um aceno. Mas de onde vem o apelido usado carinhosamente para se referir aos fãs de Gaga?

A ideia de monstros veio à tona enquanto Gaga trabalhava em seu segundo disco, The Fame Monster, de 2009, que é uma expansão do álbum de estreia, The Fame. Na época, a cantora começou a desenvolver o conceito para descrever seus próprios medos, e aos poucos passou a chamar os fãs de "little monsters" (ou monstrinhos) durante as apresentações da turnê.

A própria estética do álbum explorava a ideia de figuras grotescas e monstruosas para representar os problemas que vinham junto à ascensão à fama. Por isso, o termo caiu no gosto popular, e os fãs aderiram.

Em entrevista concedida à revista W Magazine, Gaga explicou como a ideia surgiu. "Eu nomeei meus fãs de 'little monsters' porque eles eram tão ferozes nos shows, e eles gritavam tão alto. Eles se vestiam com roupas maravilhosas e se divertiam muito celebrando a música."

Com a adesão, o termo ganhou algumas expansões, e a própria artista passou a ser chamada de "mother monster" (ou mamãe monstro) após um fã usar o termo durante um show da turnê Monster Ball em Chicago, em 2010. A cantora gostou tanto que aderiu ao apelido e passou a utilizá-lo para se descrever.

Outro detalhe que vem junto à temática monstruosa é o cumprimento usado pelos "little monsters". Você já viu algum fã de Gaga com as mãos em formato de garra?

O gesto também é usado para identificar o grupo de fãs da cantora. No clipe de Bad Romance, de 2009, parte da coreografia envolve os dançarinos erguendo as mãos com o dedos levemente curvados para dentro, como se estivessem replicando o formato de uma garra. A ideia rapidamente foi aderida. Por isso, o termo "paws up" (ou patas para cima) passou a ser utilizado quando os fãs de Gaga queriam cumprimentar um ao outro ou concordar com algo.

A apresentação gratuita de Lady Gaga em Copacabana, parte do projeto Todo Mundo no Rio, está marcada para começar às 21h45, e terá transmissão na TV Globo, no Globoplay e no Multishow.

Faustão celebra 75 anos de idade nesta sexta-feira, 2. João Silva, filho do apresentador com Luciana Cardoso, usou as redes sociais para comemorar a vida do pai e homenageou o comunicador, que está afastado da televisão.

"Ser filho do Faustão é coisa de outro mundo... Agora, ser filho de Fausto Silva é simplesmente o maior presente que Deus poderia me dar. Ter em casa esse pai, marido, amigo e ser humano é uma dádiva", disse.

O jovem apresentador ainda agradeceu por poder caminhar ao lado de alguém tão generoso e amoroso como seu pai. "Pai, feliz aniversário! Te amo, meu guerreiro, meu exemplo, meu eterno ídolo."

Luciana Cardoso, mulher de Faustão, também celebrou a vida do comunicador. Em sua homenagem nas redes sociais, ela disse que o marido passou por mais uma internação na semana passada, mas não revelou o motivo.

"Celebrar a vida! Mais um ano! A dádiva de estar vivo graças a generosidade de alguém que possibilitou estar junto de sua família por mais tempo. Peço a Deus que você consiga superar tantas dificuldades e que possa viver da maneira mais leve e plena, com a saúde que você vai reconquistar. Na última semana, você superou mais uma internação e hoje pode estar ao lado de sua família comemorando mais um ano."

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Centenas de cachorros da raça dachshunds - aquela apelidada de "salsicha" - e seus tutores se reuniram no Parque da Cidade de Budapeste, na Hungria, na quinta-feira, 1º, na tentativa de bater o recorde do maior passeio de cães de uma única raça já realizado no país.

O desfile de cães estava sob a observação da Associação de Recordes Húngara, que tinha a tarefa de determinar se o passeio canino poderia ser oficialmente inscrito nos livros de recordes.

István Sebestyén, registrador e presidente da associação, disse à AP que a organização contaria cuidadosamente o número de cães participantes - um desafio, segundo ele, quando tantos cachorros e humanos estavam reunidos em um mesmo lugar.

"Não costumamos levar dachshunds para passear em grande número, portanto, esse experimento tem de corresponder ao nosso sistema de regras", disse ele.

Os dachshunds foram criados pela primeira vez na Alemanha e continuam sendo uma das raças de cães mais populares da Hungria.

Apelidados de "cães-salsicha" ou "cães-linguiça" por seus corpos longos e baixos, eles foram inicialmente criados para caçar texugos e outras criaturas que cavam tocas. Mas sua natureza leal, curiosa e brincalhona também os tornou populares como animais de estimação para famílias.

Em Munique, Alemanha, em 1972, um dachshund chamado Waldi se tornou o primeiro mascote oficial da história dos Jogos Olímpicos de Verão.

Em setembro do ano passado, a cidade alemã de Regensburg estabeleceu o atual recorde mundial para o maior passeio de cães dachshund, quando centenas de animais da raça desfilaram pelo centro medieval da cidade. Enquanto algumas contagens de Regensburg colocaram o número de cães em 1.175, o Guinness World Records só pôde confirmar 897.

Na quinta-feira, Lili Horváth e seu dachshund de 1 ano, Zabos, participaram do passeio em Budapeste. Ela disse que seu amigo peludo "tem qualidades muito profundamente humanas e é muito leal, ele é realmente uma bomba de amor."

Valeria Fábián, que estava passeando com seu dachshund Zsebi, viu de maneira diferente. "Poucas pessoas são capazes de oferecer o tipo de altruísmo [que ele oferece], porque as pessoas não têm tanto amor e sacrifício próprio quanto um cão pode dar a um humano," ela disse.

Ao final do passeio em busca do recorde, a Associação de Recordes Húngara determinou que 500 dachshunds estiveram presentes - o suficiente para estabelecer o recorde húngaro, mas ainda aquém da marca do Guinness estabelecida em Regensburg.

Os organizadores, não desanimados, prometeram tentar novamente no próximo ano - dando-lhes bastante tempo para reunir mais cães para outra tentativa de título. (COM INFORMAÇÕES DA AP)