ONGs processam Colégio Porto Seguro por separar aluno bolsista de pagante

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As entidades Educafro, a Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced) e a Ponteduca acusam o Colégio Porto Seguro de segregar os alunos bolsistas dos pagantes. Em ação civil pública aberta nesta semana, as entidades cobram medidas de equidade racial e pedem indenização de R$ 15 milhões em danos morais e coletivos.

A escola particular, uma dos mais tradicionais de São Paulo, nega as acusações. "Não há qualquer discriminação ou diferença de tratamento dos alunos, sendo oferecida em todos os quatro câmpus do colégio uma proposta pedagógica de excelência reconhecida internacionalmente, com qualificado corpo docente".

Na ação, as ONGs afirmam que bolsistas estudam em uma unidade separada (Vila Andrade) dos alunos pagantes (Morumbi), ambas na zona sul paulistana. O colégio diz que "com a ampliação de aulas no contraturno, a limitação de espaço foi o motivador da mudança de localidade dos estudantes".

Ainda conforme as entidades, há diferenças de estrutura. A unidade Morumbi tem área de esporte, pista de atletismo, academia, parques, pátios, bosque com 20 mil m², fazendinha. Já a unidade Vila Andrade tem apenas quadra de esportes.

"Alunos pobres, que dependem de bolsas, têm de ir para o colégio de segunda classe. Alunos ricos vão para o colégio de primeira classe", diz o padre franciscano David dos Santos, o Frei David, diretor geral da ONG Educafro, que ajuda jovens pobres, em especial negros, a entrarem em universidades no País.

Gilson Rodrigues, líder comunitário de Paraisópolis, discorda da ação. A região é beneficiada pela Escola da Comunidade, câmpus Vila Andrade do colégio que oferece ensino regular e educação de jovens e adultos.

"Não concordo com a denúncia de segregação. A opinião de alguns não pode ser generalizada", afirma ele.

Em comunicado aos pais de alunos nesta quinta-feira, 18, a direção da escola disse que a criação do câmpus Vila Andrade surgiu do anseio de ampliar o número de bolsas de estudo e da falta de espaço físico na unidade Morumbi.

As entidades alegam ainda que os alunos bolsistas seriam proibidos de entrar nas instalações das unidades dos pagantes sem autorização prévia. O colégio alega questões de segurança.

"A restrição de circulação de alunos, pais e responsáveis é uma regra de segurança válida entre todas as unidades. O acesso às dependências é controlado e permitido apenas aos alunos com identificação da respectiva unidade. A circulação interna de estudantes de outras unidades, assim como professores, funcionários e visitantes, fica autorizada desde que haja uma finalidade em si", informou o colégio.

Na ação, as três entidades afirmam ainda os currículos e atividades extracurriculares são diferentes e que bolsistas não teriam acesso ao currículo bilíngue, disponível aos alunos pagantes.

O colégio, novamente, nega. "Todos os alunos contam com uma jornada de aprendizado moderna, diversificada e multicultural baseada em: conceitos fundamentais de cada área do saber, habilidades e competências; idiomas inglês e alemão; conexões globais; sustentabilidade; inteligência socioemocional e educação digital", informou o colégio.

Ainda conforme o Porto Seguro, a unidade Vila Andrade tem laboratório maker, estúdios de música e dança, teatro, entre outras estruturas.

ONGs não nos consultaram, diz líder comunitário

"As instituições (autoras da ação) deveriam ter consultado a comunidade antes de ingressar com a ação", afirma o presidente do G10 Favelas, associação que reúne as dez maiores favelas brasileiras.

Gilson Rodrigues afirma que a construção da escola era um sonho da comunidade e instituições de elite ajudam a suprir a ausência do Estado. "Foi uma luta de seis anos", diz.

Segundo a escola, em 2023 o câmpus Vila Andrade teve 177 aprovações em vestibulares de universidades públicas, privadas e no exterior.

Lei prevê abatimento tributário para quem dá bolsas

Representantes das organizações alegam ainda que o colégio fere a legislação federal referente ao Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas), concedido pelo Ministério da Educação.

A concessão de bolsas de estudo permite que a escola receba abatimento tributário a partir da obtenção do certificado. A Lei 11791/2023 regulamenta a atuação das entidades certificadas nas áreas de educação, saúde e assistência social.

"É vedada qualquer discriminação ou diferença de tratamento entre alunos bolsistas e pagantes", afirma a advogada Elma Cristina, da Associação Nacional dos Cedecas (Anced), signatária da ação.

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Sabrina Sato leva a sério o ditado de que a melhor fase da vida começa depois dos 40. Foi quando ela viu tudo mudar. Aos 42 anos, separou-se de Duda Nagle, com quem viveu 7 anos e teve uma filha, Zoe, agora com 6 anos. Aos 43, assumiu um namoro com Nicolas Prattes. Prestes a completar seus 44, casou-se com o ator.

Mas Sabrina mal imaginava que poderia se apaixonar depois de uma relação longa e da responsabilidade de criar Zoe. O amor, é claro, vem acompanhado de estereótipos, mas a apresentadora quer provar que nenhum deles é real com Minha Mãe com Seu Pai, reality que acaba de estrear na Globoplay.

A proposta é inusitada: filhos inscreveram os pais de meia-idade para que eles tentem encontrar um novo amor. O que eles não sabiam é que teriam de atuar como "especialistas", decidindo o destino dos pais e acompanhando tudo o que acontece entre eles. Tudo mesmo.

Em entrevista ao Estadão, Sabrina garante ter sido a primeira vez que colocou tanto da sua experiência em um programa. Em Minha Mãe com Seu Pai, ela foi filha, mãe, amiga, confidente e conselheira. "Eu me intrometi até demais", brinca. Foi a atriz que, depois de ver a proposta do formato original, da rede britânica ITV Studios, pediu para assumir o programa. À época, ela estava noiva e grávida de Nicolas - e perdeu o bebê com 11 semanas de gestação.

Por ter sentido na pele o que é amar de novo, a apresentadora conta ter feito o máximo para que os participantes também "se jogassem" no romance. "Minha experiência de estar em um momento muito feliz da minha vida pessoal, de estar amando, de ter encontrado alguém especial e ter dado certo me ajudou a incentivá-los e a falar: 'Gente, vem, vem pular na piscina também, vem para esse lado'."

"Qualquer pessoa que encerra um relacionamento longo e com filhos pensa: 'Agora já era'. Você não consegue nem pensar que ainda pode voltar a amar e ser amada." O peso é ainda maior para as mulheres. No reality, ela decidiu avisar cada participante de que o objetivo é dar-lhes a oportunidade de escolher um parceiro - e não de serem escolhidas. "As pessoas precisam entender que a mulher com mais de 40, 50, 60 anos tem desejos. A mulher que quer encontrar um grande amor está mais viva do que nunca."

ROMANCE

Ao todo, seis homens e seis mulheres participam do programa. A maioria não vive um romance há muito tempo - e há algumas mulheres que chegaram a passar por relacionamentos tóxicos.

Do lado dos filhos, há ciúme. A atriz diz ter se divertido com as reações. "Os filhos viram pela primeira vez o pai ou a mãe beijar na boca. É uma loucura imaginar que a mãe queira fazer outras coisas além de maternar... É maravilhoso", comenta.

A Globo pretende que Minha Mãe com Seu Pai preencha a ausência do BBB 25 e pega carona no crescente gosto do público brasileiro por realities de namoro - como se viu com Casamento às Cegas, da Netflix.

Segundo Gustavo Baldoni, head de Conteúdo de Entretenimento Produtos Digitais da Globo, o Globoplay conseguiu um aumento de 51% de horas vistas de realities no ano passado. Túnel do Amor, reality de namoro apresentado por Ana Clara, é um dos maiores sucessos do serviço de streaming e soma 10 milhões de horas consumidas.

Para ele, o interesse do público pelo gênero envolve curiosidade e identificação. "Todo mundo se relaciona ou já se apaixonou. Há uma curiosidade em observar as questões e os conflitos. Os realities permitem explorar dinâmicas diferentes de relacionamentos, além de gerar muitas conversas", comenta.

EXEMPLOS

Para Sabrina, o gosto dos brasileiros está ligado a um "interesse em tudo que envolve o comportamento humano". "Nós temos tantos problemas e ainda achamos que conseguimos cuidar dos problemas dos outros. Nós também vamos nos baseando nos relacionamentos das outras pessoas para termos como exemplo", diz.

Sabrina não viveu apenas um pouco das experiências amorosas do elenco: ela também já esteve do outro lado da moeda e foi participante do Big Brother Brasil. Diferentemente do elenco do novo programa, ela diz ter enfrentado o receio da família para entrar na casa.

"Meus irmãos falavam: 'Pelo amor de Deus, você vai expor a família inteira. Se você quer trabalhar na televisão, ser apresentadora, nós te ajudamos a fazer algum teste. Mas não inventa de participar do Big Brother'.".

Por entender o quanto é difícil tomar a decisão de participar de um reality, ela resolveu ajudar ao máximo o elenco de Minha Mãe com Seu Pai. "Tem de ter coragem. Na minha vida, ainda mais agora, eu aprendi a valorizar o tempo que eu tenho, a viver os momentos e me preocupar menos com o que os outros vão pensar e mais com o que realmente importa: os meus sentimentos", diz.

O reality terá dez episódios. Quatro deles estão desde quarta-feira, 30, no Globoplay e outros quatro chegarão ao catálogo do streaming no dia 7. A revelação da dupla final vai ao ar no dia 14 de maio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um novo documentário produzido pelo diretor Martin Scorsese apresentará uma conversa inédita com o falecido papa Francisco sobre o esforço apoiado pelo pontífice para oferecer educação por meio do cinema, anunciaram os produtores do filme nesta quarta-feira, 30.

Chamado Aldeas - A New Story, o documentário está "enraizado na crença do papa na sagrada natureza da criatividade", disse um comunicado dos cineastas. Não foi anunciada uma data de lançamento.

Segundo eles, a conversa inédita com Scorsese foi a "última entrevista aprofundada do papa para o cinema".

Antes de morrer, Francisco chamou o documentário de "um projeto extremamente poético e muito construtivo porque vai às raízes do que é a vida humana, a sociabilidade humana, os conflitos humanos... a essência da jornada de uma vida", disseram os cineastas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Morreu nesta quarta-feira, 30, o jornalista Luiz Antonio Mello, aos 70 anos. A informação foi publicada pelo jornal A Tribuna, do Rio de Janeiro, em que ele atuava como editor desde 2021. Mello teve uma parada cardíaca enquanto fazia um exame de ressonância, e se recuperava de uma pancreatite no Hospital Icaraí.

Nome importante para o rock nacional, Luiz Antonio Mello (conhecido como LAM) passou por veículos como Rádio Tupi, Rádio Jornal do Brasil e Última Hora. No entanto, foi na Rádio Fluminense FM que ele esteve à frente do programa Maldita, criado em 1981 e responsável por dar visibilidade a grandes nomes da música, como Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Legião Urbana. A história foi contada no longa-metragem Aumenta que é Rock'n Roll, estrelado por Johnny Massaro e dirigido por Tomás Portella.

Após a passagem pela Fluminense FM, que deixou em 1985 para participar da implantação da Globo FM, trabalhou como consultor de marketing para uma gravadora, foi diretor de TV e produtor musical. Colaborou com vários veículos, entre eles o Estadão, e é autor dos livros Nichteroy, Essa Doida Balzaka (1988), A Onda Maldita (1992), Torpedos de Itaipu (1995), Manual de Sobrevivência na Selva do Jornalismo (1996), Jornalismo na Prática (2006) e 5 e 15, Romance Atonal Beta (2006).

A prefeitura de Niterói declarou três dias de luto em homenagem ao jornalista.

"Luiz Antônio Melo era um niteroiense apaixonado por nossa cidade e que tinha uma mente, uma capacidade inventiva e criativa extraordinária. Participou diretamente de um dos momentos mais marcantes da música brasileira e do rock nacional através da rádio fluminense na década de 80. Lembro que ele ficou muito grato e feliz quando apoiamos a realização do filme Aumenta que isso aí é Rock and Roll, baseado no livro de sua autoria. Recentemente, conduzia com maestria as edições do jornal A Tribuna. Niterói, o rock e o jornalismo estão de luto com a sua partida. Mas ele deixou um legado, suas ideias", afirmou o prefeito Rodrigo Neves.