Um marchand de Nova York quer promover a arte do Brasil

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A liderança do mercado mundial de arte pertence ainda aos Estados Unidos. É um fato incontestável. Tem sido assim desde o fim da 2.ª Guerra Mundial com a vitória dos Aliados, que deslocou o eixo da arte da Europa para a América. No ano passado, o país ultrapassou a China e o Reino Unido, respondendo por 43% da arte vendida em todo o mundo. Não espanta que a visita de um marchand americano importante ao Brasil provoque frisson. O mais recente é o galerista de origem irlandesa David Nolan, dono da galeria que leva seu nome em Nova York, onde se estabeleceu em 1987.

Ele esteve em São Paulo conversando com galeristas e diretores de museus. Em entrevista exclusiva ao Estadão, Nolan e sua mulher Valentina Branchini, que recentemente abriram uma exposição individual do pintor Paulo Pasta em sua galeria nova-iorquina (em cartaz até dia 23), confirmaram que o mercado americano está, de fato, num bom momento (as vendas aumentaram 31.5% do ano passado para cá, recuperando a queda verificada durante a epidemia do coronavírus em 2020). E, melhor de tudo, num momento receptivo a artistas estrangeiros.

O êxito da mostra de Pasta animou o galerista e sua mulher a pensar numa exposição ainda mais ambiciosa, reunindo o pintor paulista, mais Alfredo Volpi (uma de suas referências) e o escultor carioca Sérgio Camargo. "Ainda é um projeto em andamento, mas acho que a conversa entre a obra dos três é intensa, especialmente no que se refere ao uso da luz, tanto na pintura de Volpi e Pasta como na escultura de Camargo", diz Nolan.

O marchand tem um olhar especial para estabelecer conexões como essa. Antes de se fixar nos Estados Unidos ele morou na Alemanha, onde se interessou pela arte do expressionista - e antinazista - alemão Georg Grosz (1893-1953), de cujo espólio é hoje representante em Nova York. Grosz emigrou para os Estados Unidos em 1933 com a ascensão de Hitler. Deu aulas para sobreviver, abjurando sua obra anterior, especialmente as caricaturas, e se deu bem com sua nova pintura americana.

COM VOLPI

Nolan é capaz de ligar a arte de Grosz a um pintor como Rosenquist (1933-2017), pioneiro da arte pop americana, o que comprova sua boa visão - artística e comercial. Sua primeira exposição em Nova York, em 1987, uma individual do pintor Sigmar Polke, aliás, provou que a herança de Grosz estava viva na Alemanha, especialmente o humor - Polke foi um dos criadores do "realismo capitalista", gênero que é um cruzamento híbrido entre propaganda e pintura.

Os tempos mudaram. A exposição de Paulo Pasta vai em outra direção. É pintura contemporânea que resiste ao anedótico e se afirma pela reverência ao passado, especialmente aos pré-renascentistas. "Paulo pinta no limite entre o material e o imaterial", diz Valentina, estabelecendo um vínculo insuspeito entre a pintura do brasileiro e a arquitetura do mexicano Luis Barragán (1902-1988), único em seu país a receber o prêmio Pritzker. Curiosa comparação, considerando que uma das telas de Pasta em exposição faz referência a uma Anunciação de Duccio, subtraindo os personagens (a Virgem e o anjo) para ficar com a arquitetura e o cromatismo renascentistas, que também caracterizam os prédios de Barragán.

"Só que sua pintura tem luz própria, reconhecível entre tantas outras", observa Nolan sobre Pasta, que conheceu por meio do curador Simon Watson. "Fiz um teste com o escritor Colm Tóibin no meu escritório, perguntando qual a nacionalidade do pintor das telas expostas", conta o galerista. Tóibin, que esteve no Brasil várias vezes, acertou na mosca. E acabou comprando sua primeira pintura de Paulo Pasta.

"Quando se fala em Brasil há sempre uma expectativa de algo que choque pelas cores ou pelos temas - como Tunga -, mas Pasta é diferente. Exige contemplação e tempo, pois sua pintura muda a cada vez que você passa por ela", diz Nolan. Ele coloca o pintor brasileiro ao lado de artistas como os norte-americanos Ellsworth Kelly, Brice Marden e Richard Diebenkorn. Companhia melhor, impossível.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Funcionários da cantora Lady Gaga distribuíram cerca de 30 caixas de pizza para fãs que aguardavam uma aparição da artista na frente do hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, onde ela está hospedada.

A cantora se apresenta gratuitamente na praia de Copacabana neste sábado, 3. A apresentação está marcada para começar às 21h45 e terá transmissão ao vivo pela TV Globo, Globoplay e Multishow.

À espera pelo show, fãs se aglomeraram em frente ao Copacabana Palace na esperança de conseguirem ver Gaga de perto. Até o momento, contudo, ela não apareceu para cumprimentar os admiradores - seu noivo, Michael Polansky, porém, foi visto dando uma "espiadinha" em uma das janelas do hotel.

No início da noite de quarta, 30, funcionários da artista apareceram com caixas de pizza e distribuíram para a multidão. O momento foi registrado e compartilhado por fãs nas redes sociais. Algum tempo depois, a própria Gaga repostou no TikTok um vídeo que registrava a distribuição das pizzas.

Sabrina Sato leva a sério o ditado de que a melhor fase da vida começa depois dos 40. Foi quando ela viu tudo mudar. Aos 42 anos, separou-se de Duda Nagle, com quem viveu 7 anos e teve uma filha, Zoe, agora com 6 anos. Aos 43, assumiu um namoro com Nicolas Prattes. Prestes a completar seus 44, casou-se com o ator.

Mas Sabrina mal imaginava que poderia se apaixonar depois de uma relação longa e da responsabilidade de criar Zoe. O amor, é claro, vem acompanhado de estereótipos, mas a apresentadora quer provar que nenhum deles é real com Minha Mãe com Seu Pai, reality que acaba de estrear na Globoplay.

A proposta é inusitada: filhos inscreveram os pais de meia-idade para que eles tentem encontrar um novo amor. O que eles não sabiam é que teriam de atuar como "especialistas", decidindo o destino dos pais e acompanhando tudo o que acontece entre eles. Tudo mesmo.

Em entrevista ao Estadão, Sabrina garante ter sido a primeira vez que colocou tanto da sua experiência em um programa. Em Minha Mãe com Seu Pai, ela foi filha, mãe, amiga, confidente e conselheira. "Eu me intrometi até demais", brinca. Foi a atriz que, depois de ver a proposta do formato original, da rede britânica ITV Studios, pediu para assumir o programa. À época, ela estava noiva e grávida de Nicolas - e perdeu o bebê com 11 semanas de gestação.

Por ter sentido na pele o que é amar de novo, a apresentadora conta ter feito o máximo para que os participantes também "se jogassem" no romance. "Minha experiência de estar em um momento muito feliz da minha vida pessoal, de estar amando, de ter encontrado alguém especial e ter dado certo me ajudou a incentivá-los e a falar: 'Gente, vem, vem pular na piscina também, vem para esse lado'."

"Qualquer pessoa que encerra um relacionamento longo e com filhos pensa: 'Agora já era'. Você não consegue nem pensar que ainda pode voltar a amar e ser amada." O peso é ainda maior para as mulheres. No reality, ela decidiu avisar cada participante de que o objetivo é dar-lhes a oportunidade de escolher um parceiro - e não de serem escolhidas. "As pessoas precisam entender que a mulher com mais de 40, 50, 60 anos tem desejos. A mulher que quer encontrar um grande amor está mais viva do que nunca."

ROMANCE

Ao todo, seis homens e seis mulheres participam do programa. A maioria não vive um romance há muito tempo - e há algumas mulheres que chegaram a passar por relacionamentos tóxicos.

Do lado dos filhos, há ciúme. A atriz diz ter se divertido com as reações. "Os filhos viram pela primeira vez o pai ou a mãe beijar na boca. É uma loucura imaginar que a mãe queira fazer outras coisas além de maternar... É maravilhoso", comenta.

A Globo pretende que Minha Mãe com Seu Pai preencha a ausência do BBB 25 e pega carona no crescente gosto do público brasileiro por realities de namoro - como se viu com Casamento às Cegas, da Netflix.

Segundo Gustavo Baldoni, head de Conteúdo de Entretenimento Produtos Digitais da Globo, o Globoplay conseguiu um aumento de 51% de horas vistas de realities no ano passado. Túnel do Amor, reality de namoro apresentado por Ana Clara, é um dos maiores sucessos do serviço de streaming e soma 10 milhões de horas consumidas.

Para ele, o interesse do público pelo gênero envolve curiosidade e identificação. "Todo mundo se relaciona ou já se apaixonou. Há uma curiosidade em observar as questões e os conflitos. Os realities permitem explorar dinâmicas diferentes de relacionamentos, além de gerar muitas conversas", comenta.

EXEMPLOS

Para Sabrina, o gosto dos brasileiros está ligado a um "interesse em tudo que envolve o comportamento humano". "Nós temos tantos problemas e ainda achamos que conseguimos cuidar dos problemas dos outros. Nós também vamos nos baseando nos relacionamentos das outras pessoas para termos como exemplo", diz.

Sabrina não viveu apenas um pouco das experiências amorosas do elenco: ela também já esteve do outro lado da moeda e foi participante do Big Brother Brasil. Diferentemente do elenco do novo programa, ela diz ter enfrentado o receio da família para entrar na casa.

"Meus irmãos falavam: 'Pelo amor de Deus, você vai expor a família inteira. Se você quer trabalhar na televisão, ser apresentadora, nós te ajudamos a fazer algum teste. Mas não inventa de participar do Big Brother'.".

Por entender o quanto é difícil tomar a decisão de participar de um reality, ela resolveu ajudar ao máximo o elenco de Minha Mãe com Seu Pai. "Tem de ter coragem. Na minha vida, ainda mais agora, eu aprendi a valorizar o tempo que eu tenho, a viver os momentos e me preocupar menos com o que os outros vão pensar e mais com o que realmente importa: os meus sentimentos", diz.

O reality terá dez episódios. Quatro deles estão desde quarta-feira, 30, no Globoplay e outros quatro chegarão ao catálogo do streaming no dia 7. A revelação da dupla final vai ao ar no dia 14 de maio.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um novo documentário produzido pelo diretor Martin Scorsese apresentará uma conversa inédita com o falecido papa Francisco sobre o esforço apoiado pelo pontífice para oferecer educação por meio do cinema, anunciaram os produtores do filme nesta quarta-feira, 30.

Chamado Aldeas - A New Story, o documentário está "enraizado na crença do papa na sagrada natureza da criatividade", disse um comunicado dos cineastas. Não foi anunciada uma data de lançamento.

Segundo eles, a conversa inédita com Scorsese foi a "última entrevista aprofundada do papa para o cinema".

Antes de morrer, Francisco chamou o documentário de "um projeto extremamente poético e muito construtivo porque vai às raízes do que é a vida humana, a sociabilidade humana, os conflitos humanos... a essência da jornada de uma vida", disseram os cineastas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)