MEC vai pagar até R$ 9,2 mil de bolsa em 3 anos para alunos de ensino médio; veja como funciona

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O governo federal informou nesta sexta-feira, 26, que pagará um bônus de R$ 200 para estudantes de baixa renda que participarem do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A parcela será incluída no programa "Pé de Meia", que concederá uma bolsa para estudantes pobres que cursarem a etapa. Segundo o governo, até 2,4 milhões de alunos são elegíveis para o benefício.

O governo pretende investir até R$ 9.200 por beneficiário ao final dos três anos do ensino médio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma coletiva de imprensa específica sobre educação para detalhar os projetos implementados pelo governo na área.

Nesta sexta-feira, Lula assinou o decreto que regulamenta a iniciativa que vai beneficiar estudantes matriculados em escolas públicas, que tenham entre 14 e 24 anos de idade e cujas famílias estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico). Estudantes que sejam beneficiários do Bolsa Família como "famílias unipessoais", ou seja, quando a pessoa é a única a desfrutar do benefício, não poderão receber a bolsa do ensino médio.

Durante o evento, o ministro da Educação, Camilo Santana, detalhou como será o pagamento da bolsa do ensino médio. O ministro evitou cravar quando começará o pagamento da bolsa, mas disse que a expectativa do governo é conseguir iniciar os pagamentos até o final de março.

De acordo com ele, os estudantes que se matricularem a cada ano na etapa receberão um aporte inicial de R$ 200, totalizando R$ 600 para aqueles que cursarem todo o ensino médio. Depois, os alunos que frequentarem a escola receberão nove parcelas de R$200, totalizando R$1.800 por ano.

Ao final da conclusão de cada ano, os estudantes receberão um valor adicional de R$ 1.000, que poderá ser sacado integralmente somente quando o estudante terminar o ensino médio. Por fim, ao se formar na etapa, aqueles que participarem do Enem receberão um bônus de R$ 200.

Para ter direito ao benefício o estudante deve ter feito a matrícula até dois meses após o início do ano letivo. O decreto determina ainda que o aluno deve ter uma frequência mínima de 80% na escola. O pagamento será feito em uma conta aberta no nome do próprio estudante. Caso o aluno reprove duas vezes consecutivas ou dois anos, perderá a bolsa.

"O que estamos tentando fazer é uma busca, antes que a gente perca esse jovem para crime organizado. Estamos tentando recuperar para o País e para sua família. Por isso não me venha falar na palavra gasto quando a gente fala em fazer uma universidade, uma escola técnica, porque é o investimento mais extraordinário que o País pode fazer", disse o presidente.

Em 2024, o governo brasileiro vai gastar R$ 6,1 bilhões com o programa Pé de Meia. O valor é superior ao destinado em outros programas anunciados pelo governo, como o programa de Escola em Tempo Integral, que pretende investir R$ 4 bilhões considerando o ano passado e este ano.

O ministro Camilo Santana minimizou a distorção, afirmando que há outras fontes de recurso, como o PAC (Programa de Aceleração ao Crescimento) e o Fundeb, para complementar a política de educação integral.

"Não é o Pé de Meia que vai resolver isso (todo o problema do ensino médio), mas estamos falando de 480 mil jovens de ensino médio que estão evadindo da escola em um ano. Vamos dizer: 'Jovem, queremos que você fique na escola, que você tenha futuro' ", disse Camilo Santana.

Na semana passada, o programa Pé de Meia foi sancionado pelo presidente. O governo havia mandado o texto ao Congresso em formato de Medida Provisória, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira, determinou que o tema fosse votado no âmbito de um projeto de lei da deputada Tabata Amaral (PSB).

A ideia de conceder um benefício para reter os estudantes do ensino médio na etapa foi incorporada por Lula ainda durante a campanha, quando o presidente celebrou um acordo pelo apoio da então presidenciável Simone Tebet no segundo turno das eleições.

Uma das propostas negociadas por Tebet para apoiar a candidatura de Lula foi a criação de uma bolsa para tentar reduzir a evasão na etapa. Atualmente, cerca de 7,5% dos jovens que cursam a etapa se evadem do sistema. O presidente Lula disse ainda que é preciso colaboração de municípios, Estados e de toda a população para que o programa dê certo.

" Esse programa para dar certo é preciso que haja 200 milhões de fiscais. Vamos ter que conversar muito com os pais, com as mães, com os prefeitos. Porque é o seguinte: ou nós fazemos isso ou o crime organizado fará? Ou nós damos oportunidade a esse menino, ou crime organizado dará. É apenas uma questão de decisão política, não é decisão econômica", disse Lula.

O presidente Lula e o ministro foram questionados a respeito do cronograma do governo para resolver o impasse relacionado à Refomar do Ensino Médio, mas evitaram fixar um prazo. Questionados sobre o que seria inegociável para o governo na proposta, também evitaram responder. O Ministério da Educação enviou um texto que prevê 2400 horas de formação geral básica.

A exceção seria para estudantes que fizerem educação profissional, que deverão ter até 2100 horasde formação geral. O Congresso, porém, pretende rever esse número. O argumento é de que isso inviabilizaria o ensino técnico e poderia gerar distorções entre os estudantes. O ministro e o presidente também não responderam se estariam dispostos a abrir mão da carga horária proposta pelo MEC caso o Congresso queira alterar o texto.

Bolsa para indígenas e quilombolas

O ministro da Educação anunciou também que o governo vai universalizar as bolsas de assistência estudantil para indígenas e quilombolas ainda neste ano. O benefício é concedido a estudantes em vulnerabilidade que estudam nas universidades federais para que possam se manter no curso. Camilo Santana não deu detalhes, no entanto, sobre qual será o cronograma dessa expansão.

"Vamos universalizar as bolsas de assistência estudantil para indígenas e quilombolas em todas as universidades em 2024?, disse o ministro.

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O julgamento de Sean Combs, mais conhecido como P. Diddy, de 54 anos, teve início nesta segunda-feira, 5, em Nova York (EUA), com a fase de seleção do júri. O rapper, produtor e empresário responde a uma série de acusações federais que envolvem tráfico sexual, coação, distribuição de drogas e uso de armas de fogo. O caso é conduzido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que afirma ter evidências de que ele liderava uma rede sofisticada de exploração sexual por mais de duas décadas.

Segundo os documentos apresentados pela Procuradoria, P. Diddy usava sua influência na indústria da música para atrair e recrutar mulheres jovens, muitas vezes menores de idade, sob a promessa de oportunidades profissionais. Em vez disso, elas eram submetidas a abusos físicos e psicológicos, incluindo relações sexuais forçadas, filmagens sem consentimento e consumo forçado de substâncias ilegais. As denúncias relatam episódios de violência, ameaças com arma de fogo e pagamento em dinheiro para silenciar vítimas e testemunhas.

O governo afirma que o esquema era sustentado por uma estrutura de poder que incluía assistentes pessoais, membros da equipe de segurança e parceiros de negócios. Os investigadores dizem ter reunido registros bancários, mensagens de texto, imagens de câmeras de vigilância e testemunhos que corroboram as acusações. Durante uma das buscas realizadas em março deste ano, agentes apreenderam computadores, celulares e diversos documentos em propriedades do rapper em Los Angeles e Miami.

P. Diddy nega todas as acusações e rejeitou a possibilidade de um acordo judicial, o que significa que o caso será levado a julgamento completo. Seus advogados alegam que ele é alvo de uma campanha de difamação motivada por interesses financeiros e que pretende provar sua inocência em todas as frentes. Em nota recente, a defesa disse que "nenhum crime foi cometido" e classificou o caso como "totalmente baseado em alegações falsas".

Além da investigação criminal em curso, ele enfrenta processos civis de ex-parceiras, ex-funcionários e pessoas ligadas ao seu círculo profissional. Uma das acusações mais relevantes partiu de Cassandra Ventura, conhecida como Cassie, ex-namorada do rapper, que afirmou ter sido abusada e controlada por ele durante quase 10 anos. O processo, entretanto, foi encerrado após um acordo extrajudicial, mas serviu como um dos gatilhos para novas denúncias e foi citado nos documentos federais como parte do histórico de condutas atribuídas a ele.

A seleção dos jurados deve seguir nos próximos dias. A promotoria pretende apresentar depoimentos de vítimas e testemunhas-chave, além de provas documentais que sustentem a acusação de que P. Diddy comandava uma organização criminosa com fins de exploração sexual. Se condenado, o artista pode ser sentenciado à prisão perpétua.

O presidente da China, Xi Jinping, realizará uma visita oficial à Rússia de 7 a 10 de maio, confirmou o Kremlin no domingo (4). O presidente chinês está entre os líderes que comparecerão ao Desfile do Dia da Vitória em Moscou, em 9 de maio, para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial.

O Kremlin afirmou que Xi visitará a convite do presidente russo, Vladimir Putin, e que, além de participar das celebrações do Dia da Vitória, os líderes discutirão "o desenvolvimento de relações de parceria abrangente, interação estratégica" e "questões da agenda internacional e regional".

Putin e Xi assinarão diversos documentos bilaterais, afirmou o Kremlin.

A visita de Xi à Rússia será a terceira desde que o Kremlin enviou tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022. A China afirma ter uma posição neutra no conflito, mas apoia as alegações do Kremlin de que a ação da Rússia foi provocada pelo Ocidente e continua a fornecer componentes essenciais necessários a Moscou para a produção de armas.

No sábado, 3, Moscou acusou o presidente ucraniano Volodimir Zelenski de ameaçar a segurança de dignitários presentes nas celebrações do Dia da Vitória, após ele ter rejeitado o cessar-fogo unilateral de 72 horas da Rússia. Zelenski afirmou que a Ucrânia não pode fornecer garantias de segurança a autoridades estrangeiras que planejam visitar a Rússia por volta de 9 de maio, alertando que Moscou poderia encenar provocações e, posteriormente, tentar culpar a Ucrânia. Fonte: Associated Press.

O presidente Donald Trump anunciou neste domingo, 4, que autorizou a implementação de uma tarifa de 100% para filmes produzidos fora dos Estados Unidos; a medida tem efeito imediato. Ele classificou os incentivos para atração de cineastas americanos a outros países como uma "ameaça à segurança nacional".

A novidade foi divulgada através do perfil do republicano em sua rede social, a Truth Social. A decisão é válida tanto para filmes "completamente" estrangeiros quanto para filmes de produtoras americanas filmados em outros países.

"A indústria cinematográfica nos Estados Unidos está morrendo muito rapidamente. Outros países estão oferecendo todos os tipos de incentivos para atrair nossos cineastas e estúdios para fora dos Estados Unidos", declarou.

Para ele, Hollywood, cidade símbolo desse tipo de produção e que abriga diversos estúdios de filmagem, "está sendo devastada".

Trump chamou a atração de cineastas americanos a outros estúdios de gravação ao redor do mundo de "esforço coordenado", afirmando que "além de tudo, (é) uma questão de mensagem e propaganda!"

Segundo o republicano, o Departamento de Comércio e o Representante de Comércio dos Estados Unidos deram início imediato ao processo de implementação da tarifa. "Nós queremos filmes feitos na América novamente!", finalizou.